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PS e a MUDANÇA: Falta concretizar e credibilizar

por José Pereira (zedebaiao.com), em 27.03.14

Tendo consciência de que é difícil mudar por mudar e que a mudança tem de deixar de corresponder a mera rotatividade, deixo esta breve nota para todos os que acreditam que é necessário e possível mudar. Definir e esclarecer a mudança que se pretende concretizar é meio caminho andado para se poder fazer escolhas e até ganhar. 

 

Eleições europeias 1 - Francisco Assis 2 - Maria João Rodrigues 3 - Carlos Zorrinho 4 - Elisa Ferreira 5 - Ricardo Serrão Santos 6 - Ana Gomes 7- Pedro Silva Pereira 8 - Liliana Rodrigues 9 - Manuel dos Santos 10 - Maria Amélia Antunes 11- Fernando Moniz 12 - Isabel Coutinho 13 - José Junqueiro 14 - Célia Afra 15 - Diogo Leão 16 - Maria da Luz Lopes 17 - Henrique Ferreira 18 - Maria de Fátima Carvalho 19 - Júlio Barroso 20 - Maria João Baptista 21 - Eduardo Lourenço   Suplentes  22 - Ana Venâncio 23 - Fernando Cabodeira 24 - Rita Mendes 25 - Adérito Pires 26 - Renata Veríssimo 27 - Miguel Rasquinho 28 - Catarina Castanheira 29 - Carlos Granadas


  

Etapa Um – identificação das políticas e dos comportamentos a ser modificados:

  • Definir a mudança política que se quer concretizar.
  • Ser específico e avançar gradualmente
  • Dar um nome específico à mudança que se deseja fazer (mudança por mudança é vazio).
  • Concentrar-se no esclarecimento de uma alteração de cada vez.

 

Etapa Dois – Compreender o eleitorado actual, bem como o comportamento e o propósito no contexto da sua vida real e atual:

  • Estudar e compreender os comportamentos sociais atuais.
  • Identificar o propósito ou a intenção positiva do comportamento do eleitorado no contexto atual.

 

Etapa Três – Especificar a necessidade e a importância da mudança para cada cidadão e para o interesse público/bem-comum:

  • Por que é que necessitamos de concretizar mudanças e mesmo de mudar nós próprios?
  • O que é que vai melhorar com a mudança? A situação económica? A situação laboral? A saúde? A educação? Os apoios sociais? A qualidade de vida?
  • Que prejuízos estamos a ter atualmente com o rumo da governação actual e com os nossos comportamentos ou resignação?
  • Como será a vida dos cidadãos após a concretização da mudança?
  • Qual vai ser o timing da mudança e em que período de tempo pensam concretiza-la?
  • Qual o custo da mudança? Que benefícios? Que dificuldades?
  • Especificar todas as vantagens e desvantagens para o País, para a Europa e sobretudo para a vida das pessoas.

 

Etapa Quatro – Desenvolver um grande desejo de mudança pessoal, social, económica,…, quer a nível nacional como europeu:

Para criar um forte desejo de mudança, será necessário associar uma grande dor e uma sensação desagradável ao fato de não mudar, e um grande prazer, e estímulo pela ideia de mudança. Assim nos sentiremos motivados e teremos um grande desejo de realizar esta alteração de comportamento nas nossas vidas.

  • A necessidade de mudança tem sempre associada uma grande dor ou sensações desagradáveis face ao caso de não se mudar.
  • Por outro lado, tem igualmente associado um grande prazer e sensações muito agradáveis e muito estimulantes pelo facto de se mudar.

 

Etapa Cinco – Desenvolver novas alternativas e novos comportamentos que visem corrigir os erros cometidos no passado:

  • Gerar uma grande quantidade de novas condutas que possam substituir o comportamento inadequado do passado, mas que sejam mais aceitáveis.
  • Assumir os erros e identificar qual era o propósito embutido no comportamento inadequado anterior.
  • Iniciar desde já a substituição dos comportamentos inadequados, começando desde logo por ser o melhor exemplo.
  • Determinar timings para eliminar e corrigir os erros.

 

Etapa Seis – Prospetivar, ou seja, imaginar o futuro no contexto da mudança, de modo a prever e gerir os riscos:

  • Colocarmo-nos no lugar do futuro face às novas alternativas que pretendemos apresentar.
  • Ter sempre e devidamente estudadas algumas alternativas que sejam adequadas, atraentes e estimulantes, mas sempre eficazes para a mudança que se pretende concretizar.
  • Simular e testar as alternativas, tendo sempre por base o mundo real e o contexto apropriada à vida das pessoas.

 

Etapa Sete – Assumir o compromisso de implantar e concretizar a mudança sem nunca esquecer os valores e princípios da justiça social, da defesa da coisa pública e do bem-comum:

  • Comprometer-se com as pessoas.
  • Colocar sempre em primeiro lugar o interesse público e o bem-comum.
  • Nunca nos esquecermos que o mundo é constituído por seres humanos e por muitos outros seres.
  • Documentar os processos de mudança, etapa a etapa.
  • Avaliar constantemente os prós e contra das mudanças a concretizar ou em concretização.

 

A equipa que o Partido Socialista nos propõe para concretizar a mudança

 

Efetivos

1 - Francisco Assis

2 - Maria João Rodrigues

3 - Carlos Zorrinho

4 - Elisa Ferreira

5 - Ricardo Serrão Santos

6 - Ana Gomes

7- Pedro Silva Pereira

8 - Liliana Rodrigues

9 - Manuel dos Santos

10 - Maria Amélia Antunes

11- Fernando Moniz

12 - Isabel Coutinho

13 - José Junqueiro

14 - Célia Afra

15 - Diogo Leão

16 - Maria da Luz Lopes

17 - Henrique Ferreira

18 - Maria de Fátima Carvalho

19 - Júlio Barroso

20 - Maria João Baptista

21 - Eduardo Lourenço

 

Suplentes 

22 - Ana Venâncio

23 - Fernando Cabodeira

24 - Rita Mendes

25 - Adérito Pires

26 - Renata Veríssimo

27 - Miguel Rasquinho

28 - Catarina Castanheira

29 - Carlos Granadas

 

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Votos brancos e nulos são pouco ecológicos, sendo que vão para o lixo

por José Pereira (zedebaiao.com), em 26.03.14

Não se constituem listas com vista a defender um programa ou projeto, senão primeiro desenhava-se primeiro o programa/projeto e só depois se alocava a equipa que melhores condições e competências reunisse para o representar e executar. 

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O que se faz é medir lugares e fraquezas (nem sequer são forças que se medem). 

 

Por isso, os votos brancos e nulos deveriam ter consequências, por exemplo:

- Desde logo nos Partidos, devendo corresponder a lugares vazios nas Comissões Políticas Concelhias, Federativas e Nacionais?

- Lugares vazios nas Assembleias Municipais e de Freguesia?

- Lugares vazios nos parlamentos Nacional e Europeu?

- Abstenção igual ou superior à percentagem do partido/movimento mais votado não deveria validar os atos eleitorais?

 

 

O voto branco e nulo, tem algum poder? 

Atualmente não, sendo que só facilita a permanência dos mesmos no poder.

 

Mas esta discussão já obrigou a Comissão Nacional de Eleições a prestar o seguinte esclarecimento: NOTA OFICIOSA DA COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÔES 

"Tem circulado de forma generalizada na Internet e através de correio electrónico uma mensagem de apelo ao voto em branco. Esta mensagem induz os cidadãos em erro, na medida em que afirma que, se for obtida uma percentagem maioritária de votos em branco, a eleição será anulada.
Por essa razão, um número significativo de cidadãos tem vindo a solicitar à
Comissão Nacional de Eleições esclarecimentos sobre a veracidade da informação divulgada.
No sentido de promover o esclarecimento objectivo dos cidadãos a este respeito, a Comissão Nacional de Eleições vem informar o seguinte:
- Os votos em branco e os votos nulos não têm influência no apuramento dos resultados;
- Serão sempre eleitos os candidatos" (nem que vote só a sua família)

Será de respeitar a posição de quem prefere não optar?

O facto é que, com o enquadramento legal atual, o voto branco ou nulo não funciona para quem quer tomar posição nas lutas sociais, cívicas ou políticas.

 

Se dizem que o voto é a voz, a arma e a vontade do povo, então faça-se um referendo no sentido de aferir que valor pretende o povo dar aos votos em branco, aos votos nulos e à abstenção.

 

A continuar com este sistema civico-político-administrativo é que nada resolvemos.

 

Consulte aqui a Legislação Eleitoral

 

 

 

 

 

 

 



Outras perspectivas

 

 

 

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Como não temos outra alternativa,  senão pagar e assistir à festa, vamos ao menos dançando.  Como a minoria (sim, a minoria) dos portugueses já tem conhecimento, acabamos de saber quais são os elementos que constituem a lista do Partido Socialista (PS) às eleições europeias (sim, vamos ter eleições europeias depois de Abril, ou não sabia?).  

lista do ps eleições europeias 2014 portugal assis e seguro ps

 

Pelo lado do PS vamos ter a lista encabeçada por Francisco Assis (homem do norte, carago), cujos restantes elementos apresento em baixo para reflexão.

Espero que saiba o que é uma lista.

Faça de conta que é uma equipa de futebol, sendo que, em vez de olhar só para o jogador mais avançado (falta-nos um Ronaldo), preocupe-se por querer saber quem vai ser o guarda-redes, quem são os defesas,..., mas sobretudo saber o máximo sobre quem é o treinador e qual é a sua estratégia de jogo, sendo que, se não temos nenhum José Mourinho, também não temos fruta para oferecer.

 

Joguemos pelo menos à Sporting.

Acredito que se todos os políticos falarem nestes termos, certamente conseguirão esclarecer melhor os cidadãos sobre o futuro projeto europeu, que ainda ninguém escreveu e muito menos esclareceu. 

 

Como nunca fui bom a jogar futebol, visto a camisola que representa as cores de Abril e  procuro analisar o jogo.

 

Terá sido um processo inovador? Renovador? De igualdade de género? De união?... Não sei, nem ninguém me explicou, mas o que tenho vindo a descobrir é que, em termos de abertura e democratização, está todo este jogo ainda muito deficitário.  

 

Será que visa a união dos socialistas em torno de um Projeto Europeu, ou representa apenas mais um frágil arranjo de lugares e de interesses político-partidários?

A ver vamos!

 

Na minha insignificante opinião, não deixa de  continuar a ser um mau sinal político-partidário quando o processo do jogo de interesses e de lugares se sobrepõe ao processo de desenvolvimento de um projeto. É aquilo a que eu chamo de processo político invertido.

 

O problema da política e dos políticos continua a residir no facto de se desperdiçar a maior parte do tempo no jogo interno de medição de fraquezas e de mera distribuição de lugares internos,  prejudicando-se aquilo que mais interessa aos cidadãos que é a construção do projeto político europeu e o devido esclarecimento sobre o mesmo. 

 

A pouco tempo do ato eleitoral mais importante para a resolução dos problemas da vida dos portugueses e euro-cidadãos, temos única e exclusivamente um conjunto de pessoas, de conteúdo diverso e disperso, quando deveríamos ter primeiro um projeto e depois a analise de quem melhor poderia e deveria representar esse projeto.

 

Enquanto a política e os políticos continuarem reduzidos a meras medições de fraquezas partidarias internas e os militantes/cidadãos se resignarem a meros sócios partidarios ou observadores, tudo continuará idêntico ou por rumos cada vez piores. 

 

Como não temos outra alternativa,  senão pagar e assistir à festa, vamos ao menos dançando.  

 

Votos de bom jogo.

 

Em breve apresentarei aqui uma análise sobre cada elemento da equipa. Tentarei ainda falar do treinador. Quanto à equipa de arbitragem,  conto com o vosso contributo. Peguem nas bandeiras.

 

Efetivos

1 - Francisco Assis

2 - Maria João Rodrigues

3 - Carlos Zorrinho

4 - Elisa Ferreira

5 - Ricardo Serrão Santos

6 - Ana Gomes

7- Pedro Silva Pereira

8 - Liliana Rodrigues

9 - Manuel dos Santos

10 - Maria Amélia Antunes

11- Fernando Moniz

12 - Isabel Coutinho

13 - José Junqueiro

14 - Célia Afra

15 - Diogo Leão

16 - Maria da Luz Lopes

17 - Henrique Ferreira

18 - Maria de Fátima Carvalho

19 - Júlio Barroso

20 - Maria João Baptista

21 - Eduardo Lourenço

 

Suplentes 

22 - Ana Venâncio

23 - Fernando Cabodeira

24 - Rita Mendes

25 - Adérito Pires

26 - Renata Veríssimo

27 - Miguel Rasquinho

28 - Catarina Castanheira

29 - Carlos Granadas



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/ps-so-mantem-ana-gomes-e-elisa-ferreira-na-lista-das-europeias=f862500#ixzz2x1YjVHJ2

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Dia Nacional do Estudante: Quem levou porrada não esquece (1993-2014)

por José Pereira (zedebaiao.com), em 24.03.14

Eramos jovens, uns mais carenciados do que outros, mas unia-nos a mesma causa: A democratização da educação em geral e do ensino superior em particular. Viamos a educação como uma rampa de lançamento essencial para a vida de todos os cidadãos, sendo que não há País desenvolvido que vingue sem um sistema educativo inclusivo e democratizador. Já dizia Nelson Mandela que "a Educação é a "arma" mais poderosa que temos ao nosso alcance para nos ajudar a mudar o mundo".

 

Corria o ano de 1993 quando levavamos a primeira carga policial. Desde aí que me tornei num eterno desassossegador.

 

 

Afinal de contas levei porrada porque e para que?

Por lutar por uma causa em que acreditava e anda hoje acredito? 

 

Porque é que nos bateram? Porque continuam ainda hoje a bater nestes jovens?

 

Eu ainda não desisti! Venha quem vier governar Portugal.

Cidadão castrado é que nunca!

 

 

 

democratização da educação em Portugal, propinas, ensino superior, psd, ferreira leite

 

 

 

 

 

A luta pela causa - "Isto é nosso". "Nós só queremos melhor educação". "Não pagamos"

Levamos, mas não desistimos!

 

 


A reforma do Governo de Cavaco Silva, que além da revisão das propinas determinava o fim da Prova Geral de Acesso, substituindo-a por Provas Globais, foram matérias nada pacíficas, sendo que, em apenas dois anos (1992 e 1994) arrumavamos com sucessivos Ministros, tendo assumido a pasta da Educação: Diamantino Durão, Couto dos Santos e Manuela Ferreira Leite. Mas o "não pagamos" não vingou e as propinas disparavam. 

 

Só em 1996, já com António Guterres a primeiro-ministro, é que se consegue repor o valor da propina em 6 euros. Mas a política educativa inclusiva e democratizadora seria sol de pouca dura, sendo que hoje caminha de novo para a elitização. 

 

Esta senhora, Manuela Ferreira Leite, foi Ministra da Educação do XII Governo Constitucional, de Aníbal Cavaco Silva, de 1993 a 1995, tendo sido ela uma das denominadoras da nossa "Geração Rasca". Nunca esquecerei dos exertos de porrada que mandaram carregar sobre os estudantes que lutavam por uma causa.

 

Estes sujeitos e sujeitas do PSD sempre estiveram no centro da destruição da Escola Pública e no centro dos cortes de financiamento, sempre com vista à retirada das autonomias e da possibilidade de todos poderem aceder à educação/ensino superior, começando por trata-la, em 1993, com uma carga policial contra os estudantes do Ensino Superior que se manifestavam em frente ao Parlamento.

 

Eu fui, sou e serei sempre um estudante! 

 

Venham com a carga policial ou asfixiante que vierem, que nunca nos retirarão esta arma!

 

A arma continua a acompanhar-nos na nossa cabeça.

 

 educação, Nelson Mandela

Conselho Nacional de Educação avisava que "a situação seria dramática"

financiamento da educação

 

 

 

Marco tem 16 anos e não sabe ler nem escrever.

 

 

 

Portugal é dos países mais caros para se estudar no ensino superior

 

 

valor da propina ensino superior em Portugal 2013/2014

 

 

Evolução do n.º de bolseiros em Portugal, por Governo

 

bolsas de estudo por governo em Portugal

 

O conhecimento carrega-se com facilidade para qualquer parte do Mundo e será sempre útil

 

ecucação

 

 

A educação e qualificação é um impulso para a empregabilidade e para o empreendedorismo

Ingressos no mercado laboral segundo habilitações_2011

 

 

 

empregabilidade e ensino superior

 

 

Debate sobre o Ensino Superior em Portugal

 

 

 

 

 

 

taxa de escolarização em Portugal

 

 

Saiba um pouco mais sobre o estado da educação em Portugal e na Europa:

- Relatório PISA (Programme for International Student Assessment)

- Livrartia online da OCDE

- Estado da Educação 2012 - Autonomia e Descentralização

- Estado da Educação 2011 - A Qualificação dos Portugueses

- Estado da Educação 2010 - Percursos Escolares

 - O Sistema de Ensino Superior em Portugal (2012)

- Empregabilidade e Ensino Superior em Portugal - Relatório Final- Setembro 2012

- Estatísticas da Educação e Ensino Superior

- Breve Evolução Histórica do Sistema Educativo - Portugal

- EVOLUÇÃO DA POLÍTICA EDUCATIVA EM PORTUGAL

CESTES – O custo dos estudantes no Ensino Superior Português 

- Financiamento do Ensino Superior (Tese de Doutoramento de Luisa Cerdeira)

Que Currículo para o Século XXI?

2011
139pp.
ISBN: 978-972-556-567-4

Teresa Ambrósio — Um Percurso de Vida

2007
149 pp.
ISBN 978-972-8360-43-6

Governança Democrática das Escolas

2007
199 pp.
ISBN 987-972-8360-44-3

Educação, Memórias e Testemunhos

1998
282 pp.
ISBN 972-662-585-8

A Educação em Portugal no Horizonte dos Anos 2000: Bibliografia

1992 
148 pp.
ISBN 972-95810-0-2

Legislação Sobre O Conselho Nacional De Educaçâo

1991 
39 pp.

HISTÓRIA DOS MUNICÍPIOS NA EDUCAÇÃO E NA CULTURA:

INCERTEZAS DE ONTEM, DESAFIOS DE HOJE
Org. de Áurea Adão e Justino Magalhães
 

LAICIDADE, RELIGIÕES E EDUCAÇÃO NA EUROPA DO SUL NO SÉCULO XX

Coord. de Joaquim Pintassilgo

 

HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE TEOLÓGICA DE ÉVORA

de Teresa Maria Rodrigues da Fonseca Rosa

 

ESCOLA E COMUNIDADE - LABORATÓRIOS DE CIDADANIA GLOBAL

Org. de Susana Gonçalves e Florbela Sousa

 

O HOMEM VALE SOBRETUDO PELA EDUCAÇÃO QUE POSSUI

Org. de Áurea Adão, Carlos Manique da Silva e Joaquim Pintassilgo

 

A EDUCAÇÃO NOS ARTIGOS DE JORNAL DURANTE O ESTADO NOVO

Dir. de Áurea Adão

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SAÚDE: A 10km em cadeira de rodas

por José Pereira (zedebaiao.com), em 23.03.14

Em pleno País desenvolvido ou em desenvolvimento, onde dizem que o País está melhor e que as pessoas estão cada vez piores, chegam-nos as notícias de que a D.a Ofélia, ja com visíveis dificuldades e fragilidades físicas e económicas, se vê obrigada a empurrar a cadeira de rodas, da sua filha ("deficiente"), por cerca de 10 km, ao longo da estrada nacional, para irem ao médico.

 

Isto é uma vergonha para nós todos. É igual ou pior do que a realidade de Paises considerados subdesenvolvidos,  ou seja, de terceiro mundo.

 

Esta situação, pelo que consegui compreender, chega até nós devido a uma luta ou manifestação sobre o ecerramento de mais um Centro de Saúde. 

 

No entanto, se a situação me indigna pelo facto de se estar a encerrar mais de 7000 serviços públicos em pleno País em retrocesso, muito mais indignado fico ao constatar que, naquela terra de Vaqueiros, não há um Presidente de Junta, um Presidente de Câmara, um Vereador ou uma qualquer Instituição de Solidariedade Social, que demonstre capacidade para resolver o problema da D.a Ofélia e de outros cidadãos fragilizados enquanto continuam as lutas políticas.

 

Indigna-me que um Presidente de Junta, um Presidente de Câmara,  uns Vereadores, um Padre, ou quem quer que seja, tenham conhecimento deste tipo de situações e permitam que esta senhora continue a empurrar a cadeira, ja sem forças,  por cerca de 10 km. Não há uma alma caridosa que leve a senhora sempre que necessite de ir ao médico,  até que se resolva a situação e se consiga a resposta que melhor sirva as partes e o interesse público? 

 

Não é digno que, enquanto os políticos não resolvem os problemas e dificuldades das suas localidades, se deixe uma senhora destas a empurrar sozinha tamanha cadeira de rodas.

 

Eu se fosse Presidente de Câmara,  Vereador ou Presidente de Junta, tinha vergonha na cara e  se algum dia viesse a dizer em campanha eleitoral que era candidato para trabalhar desinteressadamente pelos outros, abdicaria de perte do meu salário ou das senhas de presença para que a D.a Ofélia não tivesse mais de empurrar a cadeira de rodas ao longo dos 10 km.

 

Se eu não tivesse meios económicos,  iria eu próprio empurar a cadeira de rodas à D.a Ofelia até que o problema fosse resolvido politicamente.

 

Já sei que vão dizer que há muitas o D.as Ofélias e filhas com idênticas ou piores dificuldades.  

 

Pois eu sei que há,  mas também há muitos mais cidadãos para se unir e lutar pela resolução dos problemas dos mais fragilizados,  sendo que passamos de carro ao lado de muita cadeira de rodas, de muitos idosos com dificuldades, de muitas crianças em dificuldades, de muitos sem-abrigo e nem por isso abdicamos do conforto do nosso cargo ou do nosso carro para ir para a rua ajudar a empurrar as cedeiras de quem tem dificuldades, não só de mobilidade, mas sobretudo socioeconómicas.

 

Os problemas do nosso País só se resolverão no dia em que todos estivermos dispostos a sair do conforto e a olhar para baixo e para o lado antes de olharmos para cima. Ou então, quando já todos andarmos na cadeira de rodas ou a empurra-la.

 

Pelo que constatamos nas notícias,  a localidade de Vaqueiros é servida apenas por um autocarro diário às 7h30 da manhã, a carrinha da Junta de Freguesia não está adaptada, os taxistas já evitam fazer este serviço e nem sempre a ambulância dos bombeiros voluntários de Pernes está disponível. 

 

Como se constata, por esta realidade que chega até todos nós pela TV, o problema e a falta de  vontade ou de competência vai muito para além da questão política do Centro de Saúde,  sendo que, não seria assim tão difícil adaptar uma carrinha ou até comprar uma nova para solucionar primeiro o problema essencial e depois continuar a fazer a luta. Poderia por exemplo o Sr. Presidente de Câmara mandar lá o seu motorista transportar a senhora e abdicar de um dia de conforto. Ou então ir lá o motorista do Sr. Primeiro Ministro ou do Sr. Ministro da Saúde,  sendo que passaria bem um dia sem carro e sem motorista e seria bem mais confortável o seu dia do que o empurrar de uma cadeira de rodas por 10km naquelas condições tão frágeis e injustas socialmente.

 

 A continuar assim, pelo que constatamos e pelo rumo político que deixamos seguir, só resta a todas as Donas Ofélias deste País,  meter pernas e rodas ao caminho e percorrer 10 km para poderem ir ao médico, Ou então acordarmos todos e percorrer os km que sejam necessários até se provocarem as mudanças justas e sustentáveis, que permitam uma vida digna para todos.

 

Porque é que não vai o médico a casa? Se a carrinha da Junta não está adaptada para a cadeira de rodas, certamente que estará adaptada para transportar o Sr. Presidente de Junta e o médico, até casa desta senhora, pelo menos enquanto não resolvem o problema social ou político. 

 

"Se Maomé não pode ir à montanha,  movam-se montanhas para que o médico vá até Maomé. 

 

Fonte das fotos: www.rederegional.com 

 

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