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Sobre a Comissão Política Nacional do PS e as respetivas reuniões de interesse dos Presidentes das Federações:

Todos sabemos que a política é a arte de servir a polis (a causa e a coisa pública) e de transformar as dificuldades em oportunidades, no entanto, são tantas e tantas as vezes em que constatamos que o excesso de ambição cega a inteligência dos políticos que até transformam as oportunidades em maiores dificuldades.

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São tantas e tantas as vezes que detectamos que o individualismo e o oportunismo geram tamanhas crises, que até deixamos de acreditar na boa vontade dos seres humanos.

 

A par de muitos outros factores, são sobretudo estas situações de jogos de lugar e de interesses que contribuem para que mais de 90% dos cidadãos já não acreditem nos políticos e comecem a colocar em causa, não só as organizações cívicas e políticas, mas também as instituições democráticas (Veja-se a longa história de encontros e desencontros encetados entre "amigos" camaradas, em grandes jantaradas ou sotãos e sempre pelas costas de uns e de outros).

 

Todos dizem que estão para trabalhar e servir pelos outros e pela polis, ou seja, em prol da coisa e da causa pública, mas todos nós conhecemos a realidade, sendo que temos vindo a constatar claramente em que lugar os nossos dirigentes, governantes ou aspirantes a governantes colocam quer o ser humano, como a causa e a coisa pública - Jogam-se tantos interesses individualistas e do foro privado ao descarado, que já é impossível disfarçar para credibilizar.

 

As mudanças têm de ser mesmo muito profundas, a começar pelos dirigentes e a acabar nos cidadãos militantes.

Não foi por acaso que, para se concretizar o reconhecimento do valor social dos contratos de confiança, se introduziu uma clausula denominada por "rebus sic stantibus", a qual está relacionada com a precaução face ao estado de perigo ou de lesão, tendo esta clausula sido implementada segundo a teoria da imprevisão.

 

As organizações cívicas e políticas, bem como o sistema para a educação e preparação cívica e política, estão feridos e correm riscos de morte, tendo nós constatado que nem mesmo os seus dirigentes parecem pretender acordar para a realidade e para a necessidade de urgente correcção. Falharam em muito, não só em termos de liderança e governança, mas sobretudo no que diz respeito à Educação Cívica e Política.

 

Como sempre gostei de participar para aprender e de pensar por mim para poder despertar para a reflexão, mesmo estando consciente de que isso é inglório, muito desgastante e, na maioria das vezes, com consequências sobre nós próprios, não posso permanecer impávido e sereno face a todo este contexto de crise social, política e institucional. Estou plenamente consciente do quanto a nossa livre reflexão e intervenção incomoda muita gente e os leva a encetarem tentativas de afastamento ou de constrangimento (já os senti na pele), mas não é por isso que baixo os braços face à situação em que se encontra a credibilidade das nossas instituições e o País.

 

Custa-me assistir a tamanho silêncio e consentimento, bem como me custa assistir a tanta reunião, debate ou sessão, onde uma esmagadora maioria se limita ou é limitada a bater palmas ou a pegar em bandeiras.  Custa-me ainda mais ver esta juventude a ser “instruída” por via de um jogo de sobrevivência ou de lugares e não pela via normal das causas.

 

Numa recente e mais aprofundada aproximação que fui experimentando, nos últimos tempos, em tudo que eram iniciativas cívicas e políticas, constatei que a arte de fazer e de estar na política anda afastada da realidade, desvirtuada e muito longe da “polis”. A maioria dos dirigentes e cidadãos militantes não se sentam para debater, trabalhar e apresentar soluções ou alternativas. Usam as reuniões ou iniciativas é para se mostrarem e protagonizar o poder e não para se trabalhar como deve ser e pelo que deve mover-nos.

 

Os dirigentes usam os palanques para se mostrar, para receber aplausos e ver se perduram no controlo do poder/domínio das estruturas, enquanto os cidadãos militantes se limitam ou são limitados, maioritariamente, a assistir e a bater palmas, diga o que o líder disser ou faça o que o fizer. Uns para ver se lhes toca uma esmola, outros porque se sentem castrados e, ainda, uma grande maioria que são simplesmente usados. Relativamente aos que são usados, sobretudo idosos e pessoas muito mal informadas, custa-me ainda mais que homens e mulheres inteligentes tenham consciência do que estão a fazer e os continuem a usar.

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