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PARTILHE POR FAVOR. Vamos ajudar a encontrar o dono deste "rádio portátil"

Guerra Colonial/Ultramar Moçambique: Froufe Andrade procura dono do rádio.jpg

O dono será um ex-guerrilheiro da Frelimo (natural de Cuamba, ex-Nova Freixo, Niassa) a quem Froufe de Andrade pretende dar um longo abraço e devolver-lhe algo que lhe pertence: O seu rádio.


Refere Froufe Andrade que "escondi o rádio lá por casa, mas nunca mais consegui que esse rádio saisse da minha cabeça".

"Ecce homo - Eis o homem a quem devo o rádio e um abraço". (Jornalista e ex-combatente em Moçambique, Jaime Froufe Andrade)

 

Tembué, 17 de Setembro de 1968

"Sou um velho jornalista do Porto que o vem convidar a visionar uma história de guerra por mim vivida há mais de 40 anos, em Tete, Moçambique, e que ainda está à espera de conhecer um epílogo: procuro um ex-guerrilheiro da Frelimo para lhe dar um abraço e devolver-lhe algo que lhe pertence.
Se gostar, conforme espero, nesse caso peço-lhe por favor que partilhe e divulgue até que consiga encontrar o legitimo dono deste rário portátil.

Há um conjunto de razões com raízes fundas em mim que me levam a fazer-lhe este pedido. Uma dessas razões facilmente a descortinará através do visionamento do vídeo publicado no Youtube:

 


"Entretanto, permita-me ainda chamar-lhe a atenção para um detalhe relevante da história. Trata-se de uma imagem do referido guerrilheiro. Eu não costumava levar máquina fotográfica para as operações, mas dessa vez aconteceu. Ainda bem, digo-o agora. A imagem (para mim) é dolorosa por destapar um dramatismo não ficcionado. Se a tivesse de legendar, escreveria: Ecce homo - Eis o homem a quem devo o rádio e um abraço."


Grato pela sua atenção, aceite os meus melhores cumprimentos, Jaime Froufe Andrade"

Partilha-se aqui, em formato PDF a história vivida na primeira pessoa, para que todos possam melhor compreender estas angústias..


VEJA MAIS INFORMAÇÕES AQUI:
http://belaepam.blogspot.pt/2011/01/jaime-andrade-procura-antigo-guerreiro.html

 

Deixo-lhes também este link, admitindo que pretendam também consultar este trabalho jornalístico.

http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/cluster/2011/03/110301_bbcparaafricahistorytl.shtml

 

Um rádio, um guerrilheiro e um soldado...
 

 
 
Guerrilheiro Frelimo helicóptero rodesiano
Guerrilheiro da Frelimo transportado, sob a guarda de soldado português, em helicóptero rodesiano

A história começou em Moçambique, na província de Tete, há mais de quatro décadas, no tempo da guerra colonial e da luta armada de libertação.

Num assalto a uma base da Frelimo é feito um prisioneiro e o oficial do exército português que comandou o golpe de mão confiscou-lhe um aparelho portátil de rádio.

 

Agora, passados quase 42 anos, esse oficial, na altura o alferes Jaime Foufre Andrade das Operações Especiais, quer devolver o rádio com um abraço ao seu legítimo proprietário ou a seus familiares.

 

 'Quero encontrar outra vez esse guerrilheiro, que agora já não é guerrilheiro -- é um cidadão moçambicano normal -- e dar-lhe um abraço e devolver-lhe aquilo que lhe pertence'
 
ex-Alferes Jaime Andrade

'Quero encontrar outra vez esse guerrilheiro, que agora já não é guerrilheiro -- é um cidadão moçambicano normal -- e dar-lhe um abraço e devolver-lhe aquilo que lhe pertence' disse Jaime Andrade aos Serviços em Língua Portuguesa da BBC para África.

 

o rádio
O rádio no centro da história que é para devolver ao seu legítimo proprietário

Foi mais um episódio de uma guerra prolongada entre as forças coloniais portuguesas e a guerrilha da Frelimo, em que se registou a participação da Força Aérea da Rodésia.

Em Setembro de 1968, as forças portuguesas no acampamento de Tembué são envolvidas numa grande operação, denominadaEquador, contra a guerrilha.

Durante um voo de observação efectuado pelos rodesianos tinha sido referenciada uma importante base da guerrilha, aBase Beira, que fora montada por Samora Machel.

A operação

Imediatamente se organizou uma acção bélica tendo sido destacado o alferes Andrade, das Operações Especiais, para comandar o grupo que iria efectuar o assalto à base do 'inimigo'.

 

helicópterso rodesiano
O alferes Andrade num helicóptero dos 'vizinhos' da Rodésia

Partindo de Tembué em helicópteros Alouette III rodesianos, os militares portugueses são largados em terreno difícil próximo da base para tentar um assalto de surpresa.

Segundo a narrativa do alferes Andrade, sob um sol escaldante do meio-dia o grupo orienta-se pela bússola seguindo silenciosamente em direcção ao objectivo.

Na frente seguia um soldado moçambicano, o cipaio Guiguira, que iria servir de intérprete para o caso de haver contacto com o 'IN' ou com algum elemento da população.

E é Guiguira o primeiro a detectar um guerrilheiro que, envergando farda caqui, caminhava descontraído, com a arma a tiracolo e um rádio portátil na mão direita.

A captura

A tropa portuguesa imobiliza-se enquanto que o guerrilheiro continua descontraído a avançar na sua direcção, com o rádio a transmitir 'uma bem ritmada marrabenta'.

 

 De repente Guiguira pára. Fica imóvel. Deve ter avistado a base. Faço o clássico sinal deinimigo à vista e o pessoal recolhe-se. Guiguira continua imóvel. Parece hipnotizado. Sigo o seu olhar e... congelo: vem lá um guerrilheiro!
 
Alferes Andrade

Com a distância a encurtar-se, o guerrilheiro de repente imobiliza-se e descobre a presença da tropa portuguesa.

Segundo o relato do alferes Andrade à BBC, o guerrilheiro 'deixa cair o rádio, tenta a arma e lança-se numa corrida em ziguezague' para escapar às balas e desaparece entre a vegetação.

Com todo o ruído que envolveu este recontro estava definitivamente estragado o efeito surpresa para o assalto à base.

Os portugueses procuram o guerrilheiro e encontram-no ferido numa perna e só depois de lhe prometerem que não o matariam é que ele se entrega.

O rádio

O guerrilheiro é aprisionado e são-lhe administrados os primeiros cuidados médicos necessários para os ferimento numa perna e no calcanhar, que não são graves.

Foi então nessa altura que o comandante da força de assalto portuguesa se apodera do aparelho de rádio, que considera um troféu de guerra.

A operação prossegue depois mas já sem o efeito surpresa e, quando a tropa portuguesa entra na base, só encontra população-- alguns elementos idosos mulheres e crianças -- e pouco material importante.

 

helicóptero da Rodésia
Helicóptero Allouette III rodesiano em acção no norte de Moçambique

Os ruídos provocados pelo encontro com o 'homem do rádio' tinham alertado os guerrilheiros da Base Beiraque, em vez de fazer frente ao inimigo, preferiram pôr a salvo todo o equipamento e documentação importante.

E depois de uma noite 'na mata' e de uma longa caminhada, a tropa portuguesa com o pouco material que conseguiu encontrar, com o prisioneiro e elementos da população, é transportada de novo nos hélis rodesianos para o Tembué.

Quem é o dono do rádio?

Muitos anos passaram desde a guerra colonial e o Jaime, o antigo alferes Andrade, foi tomando consciência de que não era o legítimo proprietário do rádio.

O aparelho foi sempre muito estimado, encontra-se em perfeitas condições e o Jaime quer devolvê-lo, precisando para isso de identificar o antigo guerrilheiro ou algum familiar para o contactar.

 

guerrilheiro no helicóptero
O dono do rádio... alguém conhece o seu paradeiro?

Para isso são importantes os dados referentes à operação, nomeadamente o local e a data em que ocorreu.

O golpe de mão contra a Base Beira, junto ao rio Kapoche, decorreu dentro de uma operação muito mais ampla denominada Equador.

O grupo do alferes Andrade partiu do acampamento de Tembué e para lá regressou no final do ataque à base da Frelimo.

Pontos importantes:

Data: 17 de Setembro de 1968
Local: Base Beira, junto ao rio Kapoche, na província de Tete.
Factos: o guerrilheiro estava armado com uma arma automática, uma pistola-metralhadora PPSH de fabrico chinês, e no final foi evacuado num helicóptero rodesiano (como se vê na imagem inicial).

Quem tiver alguma informação sobre o guerrilheiro em causa ou algum familiar seu poderá contactar-nos através do nossowebsite (no lado esquerdo da nossa página clique emContacte-nos).

 

guerrilheiro soldado e rádio
Um rádio, um guerrilheiro da Frelimo e um soldado português...

 

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