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Eusébio, o santuário, a viúva e o merchandising dos 15.000€ mensais

por José Pereira (zedebaiao.com), em 11.01.14

Eles sabiam há muito tempo que Eusébio renderia muito mais quando estivesse morto, do que em vida, sendo por isso que o mantinham "em cativeiro" à espera de um dia o utilizar como ferramenta, taça, bola ou moeda de troca para novos negócios futebolísticos ou políticos.

Eusébio; Mandela; Morte; Benfica

 

Eusébio não é uma bola de futebol e muito menos uma qualquer taça ou bota de ouro! Foi, é, e continuará a ser um Grande e Bom Homem, uma personalidades única que marcou a nossa geração e o nosso tempo, um ideal de Homem e de bondade que merece o respeito absoluto de todos nós, incluindo desses lideres futebolisticos e politiqueiros que se curvaram junto do seu caixão, mas só a pensar em interesses, protagonismos ou lucros clubisticos ou politiqueiros.

 

Quem se der ao trabalho de ler ou estudar um pouco sobre os negócios da morte, facilmente irá descobrir que, ao longo da História, a morte de uns tem servido para gerar lucros e vantagens para outros, tendo essa ferramenta (a morte) sido bem utilizada pelas classes mais previligiadas (por exemplo durante a revolução industrial) e com finalidades bem macabras e economicistas.

 

Ainda recentementen um jornal alemão ("Süddeutsche Zeitung") noticiava que o maior banco privado alemão (Deutsche Bank), havia vendido um fundo de seguros de vida que consistia em apostar na morte de determinadas individualidades, obtendo os investidores um aumento dos lucros, caso essas pessoas morressem mais cedo.

 

O mesmo aconteceu com Nelson Mandela, sendo que, mesmo antes da sua morte já se negociavam pelos corredores dos jornais e revistas os artigos a publicar/vender/render, bem como outras negociatas, incluindo de merchandising. Um outro exemplo ocorreu recentemente com morte de Paul Walker, de 40 anos, sendo que, enquanto milhares de fãs e amigos próximos do ator choravam a sua morte, já vários agentes e marcas se aproveitavam deste trágico acontecimento para elevar os lucros. Esperem mais uns dias e vão constatar o mesmo com a morte ou invalidez de Schumacher. Só com a morte de um pobre é que ninguém se importa. Podem até morrer às centenas.

 

Apesar de ter o máximo de respeito pelas agências funerárias que prestam um serviço digno e respeitador nas nossas horas mais frágeis, não aceito que se faça da morte uma moeda ou ferramenta de troca. Muito menos aceito que alguém se aproveite da morte e do sofrimento dos outros para fazer negócios absurdos que têm como único intuito a lavagem de dinheiro ou o lucro continuado. Este aproveitamento é algo de muito grave que demonstra elevada falta de respeito e de bom senso que já graza por aí e que nos deve envergonar e indignar a todos. 

 

É assim que uma grande parte dos líderes futebolísticos e polítiqueiros olham para os Homens Bons - Esperam mostrar-se ao seu lado, ou junto ao seu caixão, não para chorar, mas para avaliar quanto podem ganhar com a sua morte.

 

A morte, para a maioria dos Homens Bons, representa o fim irrevogável e merece o máximo de silêncio, o máximo de respeito e o recolhimento, seja dos familiares, dos amigos ou mesmo dos fãs.

 

Como temos constatado, para muitos líderes futebolísticos e politiqueiros, é-lhes indiferentes o respeito ou mesmo o sofrimento dos milhões de fãs, amigos ou mesmo familiares, sendo que tudo farão para poderem reaparecer as vezes que sejam necessárias ao lado da sua sepultura e mesmo no momento da sua transladação.

 

Todos os mostruários ou santuários que possam construir, não têm por único objetivo a homenagem ao Homem Bom de nome Eusébio. Têm sim é um interesse lucrativo à custa da morte dos Homens Bons.

 

Hoje está mais do que comprovado que o interesse sobre Eusébio não visava o respeito pelos Grandes Homens, mas sim pelos grandes negócios, seja em vida ou depois da morte.

 

Simpatizo com o Benfica, mas não simpatizo com os negócios obscuros da bola.

 

Revolta-me esta falta de respeito pelos homens bons, gente simples e humilde. Estes Homens e Mulheres, nem se importariam de ser enterrados num qualquer canto do jardim, mas há sempre alguém a querer aproveitar-se da sua morte.

 

Nem sei a quem atribuir maior responsabilidade, se aos líderes futebolísticos, se aos sócios/adeptos ou se às viúvas. 

 

O problema é que toda esta gente está perfeitamente consciente do que faz.

 

 

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