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Seguro mete o PS no mercado dos capitais. VIVAM OS CAPITÃES DE ABRIL

por José Pereira (zedebaiao.com), em 16.01.14

O capitalismo para sempre pela via instrutória do "think tank" da escola neoliberal austriaca": Como se sabe, o neoliberalismo teve origem na Áustria, onde a escola económica neoliberal se esforça, dia a dia, por via das técnicas de "think tank", por (in)formar e disseminar as bases do pensamento de Ludwing Von Mises, tal como está a fazer agora o "The Economist" com estes eventos, nos quais procuram introduzir até os líderes socialistas mal (in)formados, logo que sabem que estes possam vir a chegar ao poder/governo. 

 

Não nos esqueçamos que os princípios e valores do PS foram muito bem determinados no passado, não pelos capitais, mas sim pelos capitães de Abril.

 

Note-se que este evento é desenvolvivo por entidades defensoras da direita neolibertal e dos mercados das grandes praças financeiras.

Os socialistas têm vindo a exigir um novo enquadramento europeu, baseado na regulação dos mercados e não na continua e descontrolada liberalização só favorável às grandes praças financeiras.

 

O rumo que urge seguir em Portugal e na Europa é pela via dos "mercados sociais", ou seja, pela via da Europa dos Cidadãos.

 

Nos somos seres humanos sociais e não mercadoria nem capitais.

 

"Capitalismo para Sempre", defendem eles: Lembra-se de quando toda a gente nas empresas usava fato? Muitas vezes, às riscas? Lembra-se de quando os executivos competiam para ver quem usava a gravata mais cara? Esses tempos obscuros - ou melhor, cinzentos - pertencem ao passado. As empresas descobriram o funk. A cor. A necessidade vital de estar sempre um passo à frente da vanguarda. Ser funky - ou seja, estar na crista da onda, perceber o que motiva as pessoas e que padrões se ocultam por detrás de cada nova tendência - é a única maneira de escapar à extinção. Kjell Nordström e Jonas Ridderstråle ajudaram a encher as empresas de todo o mundo de cor e criatividade. Através dos seus best-sellers internacionais, Funky Business e Karaoke Capitalism, revolucionaram a forma como se pensa - e se vive - a empresa. Mas, como o funk tem de ser constantemente renovado, remasterizado e reinventado, escreveram Capitalismo para Sempre, um manual infalível do sistema operativo da criatividade e da inovação. Vivemos numa época de constantes mudanças e crises; o único sítio seguro para as empresas é… estar muito mais à frente. Capitalismo para Sempre aponta-lhe o caminho.

 

 

VIVA O PS

VIVAM OS VALORES DE ABRIL 

 

PS; Seguro; Capitalismo; Socialismo; Europa; Sistema Politico-Empresarial; Sistema Politico-Social
Já agora, deixo umas notas soltas sobre o neoliberalismo:

Como é que um grupo de homens apelidados de excêntricos e neoliberais capitalistas poderão mudar a política europeia e mundial para o bem comum? Acredita nesses homens? Se não acredita, porque é que aceita que os seus líderes políticos introduzam os seu partido no seio destes movimentos liberalizadores e desreguladores?

 

Daniel Stedman Jones ("Master of the Universe: Hayek, Friedman, and the Birth of Neolibel Politics") procurou enfrentar a narrativa deste problema, sendo que a sua resposta conseguiu ser mais requintada do que a maioria dos que se haviam debruçado sobre o problema do neoliberalismo até então.

 

Como se sabe, o neoliberalismo teve origem na Áustria, onde a escola económica neoliberal se esforça, dia a dia, por via das técnicas de "Think tank", por (in)formar e disseminar as bases do pensamento de Ludwing Von Mises, tal como está a fazer agora o "The Economist" com estes eventos, nos quais procuram introduzir até os líderes socialistas, logo que sabem que estes possam vir a chegar ao poder/governo. 

 

Na década de 40, três homens começaram uma batalha solitária contra as novas políticas coletivas, dando assim origem ao neoliberalismo.

  • Karl Popper, filósofo e ex-comunista, criticou pensadores de Platão a Marx que valorizavam o coletivo sobre o individual. 
  • Ludwig von Mises, um economista e ex-esquerdista, defendia que a burocracia não continha os meios para conter-se e muito menos para conseguir a regulação dos mercados financeiros. 
  • Friedrich Hayek defendia que o planeamento e regulação a nível central era impossível, reforçando que nenhuma pessoa, por mais inteligente que fosse, não conseguiria saber  o que as pessoas queriam e precisavam. Os senhores do capital e dos mercados é que sabem o que as pessoas querem e precisam, sendo para isso que desenvolvem estes eventos à boa maneira do "think tank" neoliberal capitalista da escola económica austríaca.

 

 

Note-se que até Popper procurou atrair o maior número possível de pessoas para esta linha de pensamento, até mesmo os socialistas, tendo mais tarde vindo a detetar falhas na ideologia do mercado, comparando-a a uma religião.

 

Mas o senhor Stedman Jones acabau até por brincar com estas disputas professorais, tendo afirmado que nunca nos devemos esquecer da palavra "neoliberal" nem do seu verdadeiro significado, sendo necessário derrubar os pugilistas originais e seus seguidores que são contra a regulação estatal. 

 

Milton Friedman, um economista de Chicago, proferiu a palavra "neoliberal" num ensaio de 1951, intitulado "O neoliberalismo e as suas perspectivas". Ele defendia nesse ensaio o "caminho do meio" entre o inimigo do coletivismo e os excessos do liberalismo do século XIX. 

 

O problema é que os neoliberais não conseguiram perceber que o laissez-faire poderia vir a produzir indivíduos excessivamente poderoso, como era alertado por Friedman, ao referir que o objetivo principal não deveria ser o laissez-faire, mas sim a regulação pela concorrência do mercado, o qual, sem controlo, iria desenvolver indivíduos e interesses particulares extremamente poderosos: esta via, segundo ele, visava proteger os cidadãos e não deixar os mercados descontrolados. O problema é que, face ao poder e domínio dos grandes grupos económicos a concorrência do mercado não se regula.

 

Friedman referia que procurava um novo liberalismo, afirmando-se como o seguidor de Adam Smith, o defensor do indivíduo do século XVIII. Mas a linha entre Smith e Friedman não é uma linha reta, como o Sr. Stedman Jones muito bem descreve. 

 

Smith afirmava que uma das principais funções do Estado deveria visar a construção de obras públicas e moldar instituições que, de outra forma, acabariam por falhar devido às pressões dos mercados (veja-se, por exemplo o que as privatizações e os interesses privados têm feito à saúde ou à educação).  Smith, por esta via, estava a seguir linha de pensamento de Franklin Roosevelt. Smith acreditava que o Estado deve financiar escolas, pontes e estradas. Friedman era mais defensor de que esse era trabalho para o setor privado.

 

Os neoliberais, tal como Friedman, viam a liberdade económica como a salvaguarda de todas as liberdades, afirmando que um Estado demasiado forte e regulador trilharia o caminho para a tirania. Smith, por outro lado, não era democrata. Era menos movido pela liberdade política, sendo que ele temia que o sufrágio das massas levaria à instabilidade. Mises afirmava que Smith era um homem do seu tempo e sem opiniões válidas para garantir o racionamento do petróleo. Dizia Mises que fazer a leitura de Smith sem estudar economia, era como ler Euclides sem estudar matemática.

 

Hayek chegou mesmo a escrever que o liberalismo estava a tornar-se num termo muito confuso, uma vez que tinha significados diferentes. Falar de iberalismo na Inglaterra de Victória é diferente de falar de liberalismo nos Estados Unidos de Roosevelt. Mas até o próprio Hayek recusava que lhe chamassem de liberalizador (também este ultramoderno) ou  conservador (sendo que ele próprio ansiava pela mudança). 

 

Friedman também não gostava de ser rotulado como "neoliberal", talvez porque o liberalismo veio a estar associado às guerras culturais sombrias da década de 1960. Dizia ele que era apenas defensor do "laissez-faire".

 

Mas como é que estes ideais se tornam no denominado "mainstream", ou seja, em correntes principais de pensamento? 

 

Praticando o que estão a desenvolver nestes eventos, para os quais convidam líderes políticos (mal formados) que possam vir a chegar a governantes e depois servir aos senhores dos mercados do capital!

 

O Sr. Stedman Jones, refere que isto é como um jogo de rugby. Os grupos de reflexão passam os ideais para os jornalistas e estes para os políticos, recorrendo às técnicas do "think-tank", graças às quais correm todo o mundo até conseguir marcar ideologicamente o máximo de líderes políticos possíveis, mesmo os socialistas. 

 

Com recurso a este tipo de palestras e publicações, estes senhores neoliberais capitalistas propagam teorias que na maioria das vezes são reprovadas e combatidas nas universidades, convertendo assim os "jogadores" mal formados, mas mais avançados na liderança (líderes políticos mal (in)formados) para o ingresso neste movimento liberalizador. Se não os convencem pela ideologia, prometem-lhes um vargo altamente remunerado, para já ou para depois de sairem do Governo. Praticam isto como uma religião e não como uma ciência.

 

Veja aqui quem são estes grupos, o que visam e o que defendem:

Veja aqui quem são os ilustres líderes convidados (repare quantos são de esquerda): 
Mas afinal quem é o Mr Daniel Franklin do "The Economist"?

Nota da sua biografia

Daniel Franklin tem sido, desde 2003, o editor da publicação anual The Economist, a qual é utilizada como instrumento "think tank" de (in)formação neoliberal dos líderes para os mercados das grandes praças capitalistas. A partir de maio de 2010, ele também foi editor de negócios do The Economist, responsável pela cobertura do jornal de negócios, finanças e ciência.  No seu relatório especializado (2008) sobre a responsabilidade social refere que esta é "apenas um bom negócio".   

Veja-se o programa dos eventos que estão a desenvolver em Portugal

09:0009:10

ENTREVISTA KEYNOTE: O roteiro para a reforma

Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro do Governo de Portugal
 
09:5010:2010:50

Pausa Networking e refresco

 
11:2012:10

APRESENTAÇÃO: O sector bancário Português e da Zona Euro

Luis Mira Amaral, Presidente da Comissão Executiva , Banco BIC
 
12:30

APRESENTAÇÃO: Europeu de construção em um contexto de crise

Miguel Poiares Maduro, Ministro de Estado e Desenvolvimento Regional , Governo de Portugal
 
13:0014:20

ENTREVISTA: Uma perspectiva global da empresa

António Pires de Lima, Ministro da Economia , Governo de Portugal
 
14:4515:35

Pausa Networking e refresco

 
16:00

Indústria de painéis DESTAQUE: Desencadeando o setor de energia

Artur Trindade, secretário de Estado da Energia , Governo de Portugal
 
16:4517:30

Discurso de encerramento da presidente, seguido por uma recepção de bebidas redes

Merril Stevenson, editor de negócios europeu , The Economist
Leituras sobre o tema:

 

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Europa e os "retornados". Lembram-se do passado?

por José Pereira (zedebaiao.com), em 16.01.14

(E)(I)MIGRAÇÃO -BRAVOS "RETORNADOS", ESPOLIADOS, DESLOCADOS... SABEM ALGUMA COISA SOBRE GESTÃO ESTRATÉGICA E GESTÃO DO RISCO SOCIAL?

ALGUÉM SE RECORDA DOS "RETORNADOS"?

 

PEGUEM NA HISTÓRIA E PREPARE-SE O FUTURO! Isto é muito preocupante, sendo que há muito venho chamando à atenção sobre se nos estamos a preparar para o regresso em massa dos nossos emigrantes.

 

Ignoramos sempre tudo até à ultima e nunca sabemos tratar da gestão do risco social. Nunca pensamos no envelhecimento. Nunca pensamos no rejuvenescimento. Nunca gerimos o risco social. Nunca pensamos nas consequências da emigração massiva de jovens e menos jovens e muito menos no que sucede se ocorrer o regresso massivo.

 

O que eu sei, é que vamos continuar a ser usados e explorados, vamos depositar por lá os ovos dos emigrantes, vão ficar por lá as contribuições e em breve serão expulsos os mais velhos e deixando por lá os mais novos.

 

CUIDADO!!!

ISTO NÃO É A EUROPA DOS CIDADÃOS!!! É SIM A EUROPA DOS GRANDES INTERESSES FINANCEIROS E DOS MERCADOS DAS GRANDES PRAÇAS. QUEREM LÁ SABER DAS PESSOAS.

 

imigração; emigração; europa; retornados; Suiça; emprego
Por entender que se enquadra neste tópico porque é histórico e muita gente deve ficar a conhecer não só fotos, mas momentos bons e maus, e sem qualquer conotação política, ideológica ou racista deixo aqui um texto de Aida Viegas, Abandonar Angola. Um olhar à distância. Aveiro, 2002, pp. 101-112. que tive conhecimento por Ruca in "Mazungue 
Analisando um pouco a situação logo se chegava à conclusão do motivo pelo qual a maioria dos que agora regressavam das ex-colónias, tinham ido lá parar. “Rapidamente e em força para Angola” foi a voz de comando do primeiro ministro português em mil novecentos e sessenta e um, quando ocorreram os fatídicos acontecimentos perpetrados no norte de Angola e extensivos à capital da província. Foi porém demasiado tardia esta ordem. 

Se em lugar de ser dificultada a ida dos portugueses do continente para o ultramar como foi durante muitos anos com processos demorados, chegando ao cúmulo de ser necessária uma carta de chamada enviada por um familiar que lá residisse há um certo tempo para que outro membro da família se lhe pudesse juntar, tivessem sido criadas condições de incentivo à ida e fixação de muitos mais portugueses para aquelas paragens, talvez as coisas tivessem sucedido dum outro modo. A política ultramarina portuguesa pecou muito por omissão e falta de actualização. 

Apesar de tudo a maior parte dos jovens militares que partiram convocados pelo governo da nação seguiu, uns mais receosos que outros, alguns mesmo com uma certa revolta mas a maioria porém, com a noção de que iriam defender uma parte integrante do território nacional, em auxílio dos compatriotas ali nascidos ou radicados cuja integridade física estava a ser ameaçada, enfim, cumprir um dever patriótico ao qual ninguém se deveria eximir. 


A noção de patriotismo e do cumprimento do dever acompanhou-os e fê-los lutar com valentia no momento da refrega, porém, o conhecimento daquele povo e daquelas terras aos quais, sem dar por isso, se vieram a afeiçoar e a estimar enfeitiçaram muitos deles a tal ponto de trocarem o seu torrão natal por aquelas paragens africanas, elegendo-as, para ali se radicarem e alguns até constituírem família. 

Enquanto, até mil novecentos e sessenta e um, grande parte dos colonos que partiram para o ultramar eram gente ligada à terra, que dela viviam e nela trabalhavam, a partir desta data já não era bem assim; muitas pessoas formadas com cursos médios e superiores, quadros qualificados das mais diversas áreas, radicaram-se nos territórios portugueses ultramarinos, facto que deu origem a uma nova maneira de estar, novas formas de vida e um novo desenvolvimento sem precedentes na história daqueles povos.
Na história de Portugal ensinava-se que Angola bem como todas as outras províncias ultramarinas constituíam parte integrante do grande império português que nos fora legado pelos nossos corajosos e gloriosos antepassados que deram novos mundos ao mundo através dos descobrimentos e eram senhores de aquém e além mar. 

A noção de patriotismo do cidadão português, pesava muito na formação dos jovens sendo, como é natural, mais arreigada nos militares, porém, o facto destes terem partido em defesa de um bem comum, começou a esbater-se ao longo dos anos bem como a ligação directa que estas circunstâncias tiveram com a deslocação maciça de muitas de suas famílias para o ultramar. 

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Os valores da nossa sociedade, com a revolução de vinte e cinco de Abril, estavam a mudar vertiginosamente e nem todos para melhor. 


A dificuldade em transferir dinheiro de Angola para o Continente constituiu sempre um obstáculo difícil de contornar à maioria das pessoas que optaram fazer de Angola a sua terra. 

A falta de liberdade na circulação de bens entre o ultramar e o continente embora fosse justificada, até determinada altura, com a intenção de reter o capital em solo africano para que aí fosse investido, a partir do momento em que se pensou na independência das províncias ultramarinas deveria ter sido de imediato modificada a fim de garantir os direitos dos cidadãos portugueses que lá residiam. Tal medida não tendo sido tomada, originou uma verdadeira catástrofe para quem foi forçado a abandonar África. 

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Nesta altura dos acontecimentos, dadas as circunstâncias das mudanças políticas ocorridas em Portugal, é de todo incompreensível que a transferência de capitais não tenha sido permitida. É intolerável que as pessoas que voluntária ou involuntariamente quisessem abandonar Angola, Moçambique, Guiné ou outra qualquer província não pudessem trazer livremente os seus haveres; dinheiro, carros ou quaisquer outros bens materiais. Prédios, terrenos urbanos ou rústicos, fazendas, fábricas, estabelecimentos, imóveis de qualquer índole, estavam sentenciados a ficar; é mais que evidente que os seus possuidores todos os pretendiam vender mas, em face da situação, não havia quem se interessasse pela sua aquisição. 

A maior parte dos bens pertencentes aos cidadãos portugueses foi pura e simplesmente abandonada pelo facto de seus donos não terem outra opção. Chegou-se ao cúmulo de se trocarem carros quase novos por simples volumes de maços de tabaco ou por pequenas porções de determinados alimentos, entre eles o pão, que raramente se encontrava à venda. 

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Houve quem trocasse fazendas e casas por títulos de hipotéticas transferências bancárias para o continente as quais nunca chegaram às mãos dos seus destinatários. O depósito no banco nunca se concretizou e o paradeiro do burlão na maioria dos casos era desconhecido. Os lesados nunca poderiam reclamar sob pena de incorrerem em crime punido por lei, sendo acusados de transferência ilegal e fraude, se persistissem na queixa. 

No mercado negro os escudos angolanos que em tempos, em momentos de alta, chegaram a trocar-se por escudos portugueses na base dos trinta por cento, o que era escandaloso, estavam agora no mesmo mercado nos setenta, oitenta por cento e nem mesmo assim era fácil conseguir a troca. Para além de todas estas vicissitudes, terem de entregar mil e oitocentos escudos angolanos para receberem mil portugueses, não era fácil de aceitar a pessoas que viviam do seu trabalho. 

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O facto do Governo Português não acautelar ou, pior ainda, não autorizar a transferência dos bens dos portugueses na altura da descolonização foi uma das maiores injustiças, praticadas por quem mandava e a desgraça de tanta gente, que após longos anos de trabalho, caiu sem culpa nem pecado na mais odiosa das misérias, na pobreza extrema, no desespero, muitos na loucura e até na morte. Foi a situação mais injusta e catastrófica que imaginar se possa! 

Dum momento para o outro perderem todos os seus haveres sem nada terem contribuído para essa perda. Serem forçados a abandonar o fruto do trabalho árduo no decorrer de longos anos, de canseiras, vigílias, economias feitas à custa de grandes sacrifícios. Deixarem empresas, fazendas, prédios, terrenos, carros, dinheiro, a própria casa com seu recheio, objectos pessoais, roupas, enfim... tudo, (houve pessoas que, se quiseram salvar a vida, regressaram apenas a roupa que traziam vestida). 
Verem-se despojados de quanto haviam adquirido, custa muito a aceitar e, é impossível explicar por palavras a quem o não viveu. 

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Porém a desventura não se ficou pelo roubo de que foram vítimas. 
Para quem espoliado de África, ao chegar a Portugal se encontrava sem nada, sem trabalho e sem dinheiro para fazer face às despesas mínimas, com filhos, dois, três, quatro, que necessitavam de alimentação, casa, roupa, cuidados de saúde, de educação e os demais inerentes à vida. Bater de porta em porta à procura de trabalho, de alojamento e ver as portas fecharem-se-lhe sistematicamente. Tentar junto das instâncias oficiais encontrar soluções para minimizar as causas da tragédia que sobre si se abatera e não conseguir resposta. Ver passarem-se dias, semanas, meses sem vislumbrar a mais ténue luz ao fundo do túnel era duro e de uma imensa crueldade. 

O calvário destas gentes no entanto, não se deteve por aqui, continuou no acolhimento de que foram alvo, nos títulos de honra com que foram rotulados: fascistas, colonizadores, desalojados, retornados. Retornados foi ponto assente. No fim de algum tempo ficariam os famigerados retornados. 

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Foi com muita tristeza e enorme desespero que constataram a hostilidade com que os viam chegar em avalanche cada vez mais densa à medida que se ia aproximando a anunciada independência, melhor diria, a desgraça. Desgraça dos retornados, despojados de todos os seus haveres e reduzidos à pobreza, desgraça e condenação definitiva das gentes de Angola. 

Para maior desgosto dos já destroçados retornados, muitas pessoas da nossa sociedade achando-se na posse do discernimento, da sabedoria, da justiça nem sequer se davam ao trabalho de camuflar os seus sentimentos de desagrado, passando muitas vezes de hostis a agressoras quer em palavras quer amiúde em actos rancorosos praticados contra irmãos, parentes, amigos, conterrâneos conhecidos ou desconhecidos que despojados de tudo regressavam de África. 

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Estes ouviam com frequência dizerem-lhes que vinham sem nada porque queriam, ninguém os forçara a ficar por lá. Fora a ganância que os lá retivera. Porque não continuavam lá, se era uma terra tão boa? Claro, porque os pretos os corriam porque estava na cara que os maltratavam, os exploravam, os tinham subjugados na miséria. Toda a gente sabia que fulano, sicrano e beltrano chicoteava os pretos, os roubava, os obrigava a trabalhar como escravos
 ...

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Excelente texto que li com uma lágrima no canto do olho, apesar de ter nascido cá uma grande parte da minha familia veio (retornada) de Angola, inclusivé a minha Seat que felizmente conseguiu embarcar através do conhecimento que o meu tio/padrinho tinha no Porto do Lobito.

Mas mesmo assim não conseguiu salvar uma BMW (motociclo) sua propriedade também, que ao saber que iria ficar por lá e nas mãos de um qualquer, deito-a no chão, pegou numa marreta e....:gear_puke:

Enfim, uma de muitas histórias tristes do Ultramar! 
 Francisco Lemos Ferreira
 http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0wlLWxB7bxoJ:portugal.portalclassicos.com/topic/6644-classicos-do-ultramar/page-35+&cd=40&hl=en&ct=clnk&gl=pt&client=firefox-a

 

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Foi recentemente noticiado que o Senhor Secretário de Estado para o Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, terá agendado um almoço "lobista" para convidar o Camilo Lourenço a integrar o comando de um grupo de "lobby" contra "lobby". O problema é que os "lobbys" visam a salvaguarda de interesses instalados que se alimentam e querem continuar a alimentar à custa do desvio, da corrupção e da má gestão dos fundos comunitários.

 

Indomoda-me que, em vez de se pensar devidamente no presente e no futuro do País, aquilo que acaba por unir os que fazem o "lobby" e os que se opoêm ao "lobby", são exatamente os mesmos interesses, ou seja, favorecer o sistema politico-empresarial instalado no arco do poder e açambarcar a maior parte do bolo dos fundos públicos e comunitários que se destinam a resolver os problemas estruturais do país e dos portugueses. Irão os portugueses continuar indiferentes a tudo isto? Espero que fiquem atentos e denunciem todas as más práticas e má gestão pública.

 

"O próximo quadro comunitário de apoio, o Portugal 2020, arrancará uma reorientação dos fundos para o sector privado, nomeadamente para as PME. Esta inversão segundo, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, trará resistências de vários sectores da sociedade, mas o governante disse estar preparado para resistir. Se vai conseguir vencê-los afirmou não saber, mas pede ajuda ao comentador Camilo Lourenço"

 

Já todos bem sabemos o que move a os lobbys e a "resistência ao lobby", culminando tudo num "lobby" central que favorece sempre os mesmos. Não permitamos que desperdicem o dinheiro que é dirigido para resolver os problemas estruturais do país e da vida, presente e futura, dos portugueses. Lembrem-se da má aplicação, das más práticas, da corrupção e da má gestão dos fundos públicos e comunitários que têm sido praticadas.

 

 

Fundos Comunitários; Europa; PSD; PS; Camilo Lourenço; Secretário de Estado; Governo; José Seguro; Sócrates

 

 

 

Outras fontes e opiniões:

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/detalhe/secretario_de_estado_pede_ajuda_a_camilo_lourenco_para_combater_os_lobbys.html

 

http://codigofonte.blogs.sapo.pt/2014/01/16/

 

 

FUNDOS COMUNITÁRIOS
Secretário de Estado pede ajuda a Camilo Lourenço para combater os lobbys
15 Janeiro 2014, 16:55 por João Carlos Malta | joaomalta@negocios.pt

 

O próximo quadro comunitário de apoio, o Portugal 2020, arrancará uma reorientação dos fundos para o sector privado, nomeadamente para as PME. Esta inversão segundo, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, trará resistências de vários sectores da sociedade, mas o governante disse estar preparado para resistir. Se vai conseguir vencê-los afirmou não saber, mas pede ajuda ao comentador Camilo Lourenço.

Durante um almoço debate, que ocorreu esta quarta-feira, 15 de Janeiro, em Lisboa organizado pelo Internacional Club of Portugal, o comentador e cronista do Negócios Camilo Lourenço perguntou ao secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, se estaria pronto para resistir aos lobbys que se irão opor à mudança de estratégia de aplicação do próximo quadro de apoio. O governante respondeu com um pedido de ajuda.

 

“Estou preparado para resisitir. Se serei capaz, depende da ajuda que tiver. Todos compreendem do que estou a falar”, começou por dizer Castro Almeida. “O Camilo Lourenço pode dar uma boa ajuda para vencer as resistências que estamos a ter”, concluiu.

 

Castro Almeida referiu que com uma redução de dotação geral do Portugal 2020 em 10%, “todos ganharam a consciência de que iriam receber menos, mas como vamos fazer uma reorientação e, por isso, há quem vá receber ainda menos”. O secretário de Estado diz contar com as protestos de autarcas, directores-gerais de serviços e chefes de repartições. Ou seja, sobretudo dos gestores deste dinheiro no aparelho do Estado.

Estou preparado para resistir [aos lobbys]. Se serei capaz, depende da ajuda que tiver. Todos compreendem do que estou a falar
 
Castro Almeida

 

“Os fundos europeus podem dar uma ajuda temporária, mas não é admissível que cheguemos a 2015 com os fundos comunitários a serem utilizados para despesas correntes [dos serviços]”, sublinhou.

 

O membro do Governo abordou ainda a questão da formação, da qual diz defender os seus efeitos virtuosos. Mas não apoia todos os modelos de aplicação dos fundos europeus nesta área. “Não tenho de sustentar negócios de formação. Temos de nos focar nos formandos”, sustentou.

 

Ainda sobre o tema dos lobbys, Castro Almeida criticou que os grandes projectos estruturantes em Portugal, sejam decididos “na comunicação social”. “Temos de ser mais rigorosos do que nunca. Temos de ter peritos internacionais a avaliá-los, que não estejam ligados aos promotores dos projectos”, defendeu.

 

No seguimento da sua argumentação, o secretário de Estado que está sobre a tutela de Poiares Maduro, referiu que Portugal não se deve discutir défices de 2% ou de 3%. “Não sou ministro das Finanças, mas precisamos de ter superavit de 0,5%”, disse Castro Almeida, referindo que esta se trata de uma visão “estritamente pessoal”.

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