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EUROPEIAS: RELVAS e ASSIS - o par perfeito para recuperar Abril

por José Pereira (zedebaiao.com), em 24.02.14

Faz agora anos sobre a morte de Zeca Afonso e quase ninguém se lembrou sequer da "Vila Morena". Ainda recentemente andava na boca de toda a gente que parecia sofrer (será que eram esses que mais sofriam? Ou era apenas o aproveitamento da situação?)

 

No dia em que estas figuras ilustres (RELVAS e ASSIS) são indigitadas para novos lugares de centro/direita/poder, eu preferi recordar a vida e obra de Zeca Afonso, bem como o aniversário do seu falecimento.

 

Fez ontem anos do seu falecimento (23 de devereiro de 1987-2014) e tudo indica que estão todos mais dispostos a denunciar-nos, a expulsar-nos, a deportar-nos ou até a assassinar-nos, do que a salvar-nos.

 

Zeca Afonso faleceu no dia 23 de Fevereiro de 1987. Faz agora 27 anos do seu falecimento. Ainda recentemente tanto se cantou o "Grândola Vila Morena", que no dia a seguir ao aniversário do seu falecimento o "Relvas" é chamado de novo para o poder e até parece que já ninguém sente a dor do sofrimento passado e presente que têm vindo a infligir sobre toda uma sociedade e sobre as pessoas do nosso País.

 

Até mesmo o PS parece ter-se esquecido da sua matriz ideológica e da sua declaração de princípios que assenta nos valores de Abril, sendo que, em vez de se direccionar o rumo para a esquerda, que tanta falta faz em Portugal e na Europa, voltamos a meter o socialismo na gaveta e a preferir alinhamentos confortáveis pela direita. O que e a quem servem estes confortáveis alinhamentos de centro-direita?

 

Desculpem se desiludo alguém, mas face a tudo que tenho vindo a constatar, eu não consigo acompanhar esse rumo de alinhamento com um centro-direita, protagonista ou elitista, que se alimenta à custa da exploração e do sofrimento de todo um povo.

 

Onde nos levará este rumo? Chego a ter medo, não por mim, mas pelos que mais sofrem.

 

Eu já perdi o medo, para já tenho o suficiente e nada mais pretendo para mim, sendo que julgo ter força e coragem suficientes para enfrentar o que vier (já estou por tudo e para tudo), mas receio muito pelo futuro dos idosos mais fragilizados e ainda mais por esta juventude que não imagina sequer as dificuldades porque poderão vir a passar, tal como muitos dos nossos pais e avós viram e sentiram infligir sobre os seus próprios corpos e sobre os dos seus familiares, amigos e vizinhos.

 

Fala-se tanto da necessidade de políticas sociais, de solidariedade e de justiça social, que no dia em que se deveria respeitar e recordar o falecimento de Zeca Afonso, enquanto uns se lembram de fazer um Congresso e de trazer de volta Miguel Relva para o arco do poder central do PSD, outros fazem escolhas para um rumo de centro-direita, sendo que Francisco Assis acaba de ser indigitado como cabeça de lista do PS às eleições Europeias. Eu até já fui um grande defensor e ativista por Assis, mas nos últimos anos tem-me desiludido com tanta defesa de alinhamento para a direita e, pior, com estes sujeitos que nos sugam e destroem de dia para dia.

 

Mesmo eu sendo militante socialista há vários anos e sendo convidado para o almoço com José Seguro em Santo Tirso, onde sabia que ia ser indigitado Francisco Assis como cabeça de lista às eleições europeias, eu preferi ir partilhar com amigos e familiares um tributo a Zeca Afonso, sendo que nesse evento me senti mais responsável e mais feliz. Assis terá de me voltar a convencer sobre muita coisa.

 

Por isso, chamem-me o que quiserem, mas cidadão ou militante castrado é que NÃO! NUNCA! Quem não se sente não é filho de boa gente!

 

Sei que falhei a um outro importante encontro solidário, uma vez que me havia comprometido a estar num evento de solidariedade para com os militantes socialistas suspensos e/ou expulsos, não só em Coimbra, mas também por este nosso Portugal fora, aos quais peço mil desculpas pela minha ausência, nomeadamente aos amigos de Coimbra, mas quando vos disse que ia, já eu estava comprometido com os organizadores deste pequeno tributo a Zeca Afonso, o qual estava a ser organizado com a colaboração de uma Associação da minha terra Natal - Baião (AASTC) e em parceria com a Associação Zeca Afonso e com o Clube de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. 

 

Em Baião sou apenas um "aldeão" e no Porto um "rabelo", tal como sou apenas mais um filho de Abril e de um Estado Social que me permitiu dar um pequeno salto educativo, social e cultural. Por isso, sinto-me na obrigação de estar eternamente grato a todos que lutaram e sofreram para que os da minha geração tenham crescido em alguma Liberdade e com condições dignas de vida e de trabalho. Mas creio que há ainda um longo caminho a percorrer. Por isso, prefiro continuar a sofrer e a desassossegar do que me conformar ou resignar.

 

Ir almoçar, mostrar-me e bater palmas, é o mais fácil do mundo, mas nunca fui assim. O difícil é continuar a lutar por algo em que se acredita e que os nossos pais e avós se esforçaram para nos deixar - A DEMOCRACIA E A LIBERDADE! Ainda não concretizada!

 

VIVAM SEMPRE TODAS AS MULHERES E HOMENS DE CORAGEM. VIVA SEMPRE ZECA AFONSO.

ESTEJAS ONDE ESTIVERES, HAVERÁ SEMPRE ALGUÉM PARA TE RECORDAR E SEMPRE ALGUÉM QUE DIZ NÃO!

 

SEMPRE FUI MILITANTE E ATIVISTA SOCIALISTA E PODERIA DEDICAR-VOS A MÚSICA "GRÂNDOLA VILA MORENA", MAS MUITOS JÁ NÃO MERECEM, NEM A MÚSICA NEM O ESFORÇO DA MINHA PARTE. POR ISSO, PREFIRO DEIXAR A TODOS OS SOCIALISTAS E CIDADÃOS EM GERAL ESTE HINO QUE SIMBOLIZA O SOFRIMENTO DE TODOS OS QUE FORAM APRISIONADOS, MAS QUE, MÃO A MÃO E PASSO A PASSO, SE LIBERTARAM.

 

PODEM NÃO VOTAR FRANCISCO ASSIS, MAS NÃO DESPERDICEM UM VOTO QUE SEJA NESTA DIREITA NEOLIBERAL!

DEVERÍAMOS TER A CORAGEM E A CAPACIDADE PARA DETERMINAR UMA CAMPANHA POLÍTICA DE ZERO EURODEPUTADOS DO PSD/CDS.

 

ASSIM, O RUMO DA EUROPA MUDARIA CERTAMENTE.

 

DEDICO A TODOS O HINO DE CAXIAS (http://youtu.be/S-K71LYEVDw)

 

Longos corredores nas trevas percorremos
sob o olhar feroz dos carcereiros
mas nem a luz dos olhos que perdemos
nos faz perder a fé nos companheiros.

 

Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca.

 

Cortam o sol por sobre os nossos olhos
muros e grades encerram horizontes
mas nós sabemos onde a vida passa
e a nossa esperança é o mais alto dos montes.

 

Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca.

 

Podem rasgar meu corpo à chicotada

podem calar meu grito enrouquecido
que para viver de alma ajoelhada
vale bem mais morrer de rosto erguido.

 

Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca.

 

Associação Zeca Afonso: http://www.aja.pt/biografia/

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