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De ano para ano, constato que as árvores presidenciais só pegam com gravata, mas só com muitas gravatas a acompanhar. Como dizia o meu avo, que entendia de agricultura, deve ser para ajudar a fermentar o excremento.

 

A ser assim, desejo a todos um feliz dia das árvores engravatadas e bons dias de sol primaveril.

cavaco silva, dia da árvore,  presidente da república


Sua Excelência Sr. Presidente da República, hoje assisti à triste figura que fez com uma enorme comitiva de engravatados, apenas e só, para plantar ou olhar para uma árvore. Agora imagine quantas gravatas necessitariamos para lavrar ou plantar Portugal.

Assim, e se me permitir, para a próxima, entregue esse dinheiro a uma instituição ou a uma família carenciada e convide-me que eu nesse dia vou com Sua Excelência e planto umas dúzias de árvores onde o Sr. Presidente escolher, em menos tempo e gratuitamente. Terei todo o gosto em trabalhar enquanto o Senhor e a sua esposa ficam a ver, mas por favor não leve consigo essa enorme comitiva de engravatados que, para além de não saberem sequer plantar nada, ainda nos gastam dinheiro. 


Obrigado e boa Primavera para todos.


Que todas as árvores possam crescer e que todos os passarinhos possam ter um galho para poderem ter um ninho. 


Muito grato pela atenção. 
Um grande abraço nortenho, de neto e filho de lavradores. 
José Pereira

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BAIÃO, SINTO-TE "TÃO PERTO E TÃO LONGE"

por José Pereira (zedebaiao.com), em 21.03.14

LAMECHAS DE UM BAIONENSE QUE APRECIA BONS PRODUTOS AGRÍCOLAS E QUE SENTE A SAUDADE E A DIFICULDADE DA SUA GENTE E DA SUA TERRA

baião, agricultura, adega,cooperativismo,associativismo

 

Sei e sinto que demonstro demasiado a minha sensibilidade e emoções por Baião a Nossa Terra, bem como pela gente do nosso Município de Baião.

Eu sou apenas um filho da terra, não só do concelho, mas mesmo da terra que se produz, onde ainda hoje gosto de caminhar descalço sobre a terra lavrada em altura primaveril e onde os passarinhos saltitam felizes na apanha de minhocas.

 

Ao ler esta semana o Jornal "O Comércio de Baião", constatei que a Associação Comercial e Industrial de Baião anunciou no jornal local um pedido de reunião com os Sócios ou Dirigentes da Cooperativa Agricola de Baião. É de louvar. Cheguei a interpretar que este esforço estaria a ser feito em prol da Adega, mas afinal é com a Cooperativa Agrícola. Assim, espero e desejo que o mesmo venha a suceder com a Adega Cooperativa de Baião (Gôve), pelo que lhes desejo sorte e bons frutos associativos e cooperativos.

Cooperativa Agrícola de Baião e Adega Cooperativa do Gôve

 

 

Como é do conhecimento dos meus caros amigos, tenho vindo a a despertar e a desassossegar, há muito, sobre a questão do abandono da Adega Cooperativa de Baião (fica no Gôve mas é de Baião) e ainda sobre a ex-Escola Primária de Quintela - Gôve (esta sim, é e sempre foi do Gôve). Tendo até lançado para debate um conjunto de ideias/projetos que ficaram registados no "Movimento Pela Freguesia Do Gôve", onde era defendido que se juntasse a ex-Escola com a Adega e ali se desenvolvesse um conjunto de projetos em "CoWork" (espaços partilhados de trabalho, de investigação e de desenvolvimento) ou ainda uma Escola Profissional dirigida para a agricultura, comércio e alavancagem de novos produtos/produções agrícolas e comerciais, sendo que há espaço e condições para isso e para muito mais. Haja é visão e vontade.

 

No entanto, em vez de debaterem com toda a gente da nossa terra e com todos os parceiros sociais o que possa melhor servir a nossa terra e a nossa gente, há mas é meia dúzia de pessoas que se sentem donos de Baião e que depressa se aprontam para entregar as infra-estruturas por jogos de interesses particulares de quintas ou quintinhas ou, pior, para jogar, servir ou calar interesses político-partidários.

 

Lamento ter de dizer publicamente que o PS Baião nunca debateu esta temática com os seus militantes e muito menos com a gente do Gôve, onde fica localizada a Escola e a Adega.

 

No entanto, há um ou dois senhores que se acham donos do que é de todo um povo e fazem as promessas e entregas de instalações mesmo antes de qualquer debate ou tomada de decisão ponderada. Sentem-se os novos donos e senhores das instalações da nossa terra e da nossa gente. Felizmente não mandam na cabeça de todos e ainda há cidadãos e militantes que dizem NÃO!!! E que se esforçam para, pelo menos, lançar o debate, sendo estes os únicos  instrumentos que têm à sua disposição.

 

Lamento que nunca tivesse havido capacidade política para gerir como deve ser e "diplomaticamente" este e outros assuntos que são sobretudo do interesse dos pequenos produtores/agricultores que não sabem nem conseguem defender-se e que são usados e explorados por um novo regime senhorial e de subserviência político-partidária que está a avançar na nossa terra e sobre a nossa gente.

 

Lamento dizer isto publicamente, mas é o que sinto e constato.

Lembrem-se que sempre houve, há e haverá gente para além de uma meia dúzia de senhores e de interesses. Baião é muito mais do que meia dúzia de pessoas ou interesses.

 

Louvo a iniciativa do Sr. Presidente da Associação Comercial e Industrial de Baião, por estar a encetar esforços para desbloquear a situação relativa à agricultura, sendo que espero alguém possa ajudar a desbloquear estes processos e a alavancar o desenvolvimento agrícola e vitivinicola, entre outras culturas, em Baião. Espero que não seja mais um jogo de interesses meramente comerciais, financeiros ou de mero jogo de fundos comunitários, sendo que há gente "pobre" e "pequena" que precisa de ser defendida e apoiada. Espero que consiga fazer o que os políticos não conseguiram e que, pelo menos, desta vez seja para servir sobretudo ao interesse geral da população e com especial atenção sobre os pequenos agricultores /produtores/comerciantes que são quem mais dificuldades atravessa e sem grandes condições e capacidades para se defenderem. São eles quem mais necessita das Associações e Cooperativas, bem como do empenhamento do poder local.

 

Lembrem-se que a maioria dessa gente necessita da terra para se alimentar e sobreviver e um dia poderão necessitar ainda mais os seus filhos e netos.

 

POR FAVOR NÃO LHES VOLTEM A ROUBAR O SUSTENTO NEM LHES RETIREM O POUCO QUE TÊM!

 

QUEREM UM EXEMPLO? RECORDO SÓ ESTA NOTÍCIA, MAS PODERIA REFERIR OUTRAS: "A COOPERATIVA AGRÍCOLA DE FELGUEIRAS PAGOU MAIS DE 1 MILHÃO DE EUROS AOS AGRICULTORES ANTES DO NATAL".

 

E QUE É FEITO DOS MILHÕES DE EUROS QUE SÃO PROVENIENTES DOS LITROS DE VINHO DOS NOSSOS PEQUENOS PRODUTORES DE BAIÃO?

 

VOLTARAM PARA OS SENHORES DAS QUINTAS E QUINTINHAS À CUSTA DA ESTRATÉGIA DE ABANDONO DA NOSSA ADEGA COOPERATIVA?

 

SERÁ QUE OS POLÍTICOS DA NOSSA TERRA SE TÊM ESFORÇADO POR GERIR DEVIDAMENTE OS INTERESSES COMUNS DE TODOS E SOBRETUDO EM (IN)FORMAR E DEFENDER OS MAIS PEQUENOS E MAIS FRAGILIZADOS? CLARO QUE NÃO!!! NÃO!!!NÃO E NÃO!!!

 

Entretêm é o povo com festas e festarolas que visam apenas o protagonismo ou enriquecimento de meia dúzia de senhores que se acham donos de Baião.

 

BAIÃO É TODA UMA TERRA E TODA UMA GENTE E NÃO APENAS MEIA DÚZIA DE INDIVIDUALIDADES OU SENHORES.

 

SINTO TUDO ISTO E MUITO MAIS SOBRETUDO PELO SUOR QUE VI E SENTI ESCORRER PELA CARA DOS MEUS AVÓS E PAIS.

 

Tantas "dornas" (vasilhas) de uvas para ali transportei a chamar os bois dos meus avós e mais tarde em cima de tratores a que nos agarrávamos no percurso para a escola primária só para "roubar" uma uvas - era a fome! (ESPERO QUE NÃO VOLTE!

 

Custa-me mesmo muito ver que aquilo que se construiu com enorme esforço e que tanto ajudou os pequenos agricultores e vitivinicultores, hoje sejam espaços a ficar dotados ao abandono e só a pensar no lucro de um ou outro tipo privado ou das quintas e quintinhas que estão a voltar ao regime senhorial e a fazer o trabalhador agrícola o novo escravo.

 

Longe vão os tempos em que se falava no porto dos produtos agrícolas de Baião e do bom vinho verde que todos reconheciam. Quando eu vim trabalhar para o Porto e estudar para o ensino superior, se falasse que era de Baião, diziam-me logo - "TERRA DE BOM VINHO, BOA LARANJA, BOM FUMEIRO, BOA GENTE E BONS PRODUTOS AGRÍCOLAS".

 

Hoje conhecem (ouvem falar) de Baião, é certo, mas não pelos valores mais sustentáveis de um concelho. Conhecem ou ouvem falar da nossa terra e de algumas pessoas não pelo que sustenta a nossa terra e nossa gente, mas pelo protagonismo político e por muita festa popular que passa na TV a qual só entretém e ilude o povo humilde, mas que verdadeiramente pouco ou nada resolve. Basta olhar para as dificuldades e constrangimentos com que se debate a nossa terra e a nossa gente.

 

Ao menos ainda se vai reconhecendo o salpicão e o anho assado no forno, mas isso não alimenta a maioria do povo de Baião nem torna uma terra sustentável para todos, apenas dá uns trocos a uns restaurantes da Vila de Campêlo. Poderão ainda falar nos grandes hoteis, mas espero que não derrubem mais postos de trabalho nem o turismo de habitação em espaço rural que poderiam empregar muito mais gente e dinamizar todo o concelho. Não deixem que o melhor vá pelo rio abaixo!

 

Como eu gostava de ver o Concelho e todas as mais-valias devidamente cuidadas e rentabilizadas em prol da nossa terra e da nossa gente, mas só olham para outros jogos de interesse ou de protagonismo.

 

Hoje Baião é mais festa e protagonismo central do que toda uma terra e uma gente.

 

É com tristeza que digo isto da minha terra. Mas é o que sinto e constato.

 

Enquanto uns se projetam para dali sair eu procuro sempre voltar e sentir.

 

Sinto a minha terra e a minha gente, tal como sinto as enormes dificuldades desta gente que lá deixei e que lá é obrigada a sobreviver. SIM, A SOBREVIVER, A TER DE TRABALHAR FORA OU A EMIGRAR!!!

 

Um lamechas baionense.

 

José Pereira (Zé de Pedreda - Gôve - Baião)

 

 

 

O QUE É O COOPERATIVISMO:
O cooperativismo preconiza a colaboração ou associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns para as suas atividades agrícolas, vitivinícolas, habitacionais, comerciais ou económicas, entre outras. O "associativismo cooperativo" tem por fundamento o progresso social da cooperação e da comunidade local, sobretudo por via do auxílio mútuo, segundo o qual, aqueles que se encontram na mesma situação desvantajosa de competição, conseguem, pela entreajuda e pela soma de esforços, garantir uma cultura preços justos e sustentáveis, capazes de poderem garantir uma vida digna para todos. Como fator socioeconómico, o cooperativismo atua no sentido de reduzir os custos de produção, de obter melhores condições de produção, de prazos, de preços, de manutenção, de edificação de instalações de uso comum,entre outros que visam interferir no sistema em vigor, de modo a alcançar soluções alternativas que melhor sustentem a atividade e melhor defendam o interesse comum.

 

VEJA AQUI OS NÚMEROS E VALORES DO COOPERATIVISMO EM PORTUGAL:
http://www.cases.pt/0_content/actividades/aic-2012/AIC%202012_O%20sector%20cooperativol%20em%20Portugalv3_BRAGA_24%2003.pdf

 

 

 

 

 

 

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