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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
O caso da França é semelhante ao de Portugal, só que com partidos inversos. Devido à impopularidade do Presidente François Hollande, este vinha sendo pressionado para mudar de Governo e de políticas, mas tal como sucede em Portugal, o Presidente Hollende também fazia orelhas moucas.
Face à decepção com a forma como os socialistas têm vindo a lidar com as questões económicas, foi meio caminho andado para fazer com que muitos eleitores votassem nos candidatos mais conservadores ou mesmo de extrema-direita, levando o Partido Socialista Francês à maior derrota de sempre.
Mas será esse o melhor posicionamento? Vamos a ver o que ditam as já breves eleições europeias.
O Presidente Françoi Hollande apresenta quatro prioridades para o novo governo:
Um novo governo "de combate", cuja composição será anunciada nos próximos dias;
Voltar a dar força à economia sendo que são as empresas que criam os postos de trabalho (Pacto de responsabilidade e de solidariedade);
A justiça social e a energia socialmente mais aceitável (;
Reforma fiscal.
Cécile Duflot et Pascal Canfin (EELV) anunciavam que não irão fazer parte desse novo Governo
Mas porque é que François Hollande escolheu Manuel Valls para cabeça de um Governo de Combate?
A seleção e ordenação das listas dos candidatos aos atos eleitorais (nacionais e europeus) inicia-se com um jogo de medição de fraquezas e de lugares e termina com um processo de imposição a todos os militantes e cidadãos em geral e, por tal, assente num processo de escolha e ordenação ainda pouco democrático, sendo que esses elementos dizem ser os "NOSSOS" (meus e seus) melhores representantes, quando aos militantes em particular e aos cidadãos em geral, apenas resta pagar e ir votar em individualidades que lhes são previamente impostas. Uns pagam quotas nos partidos para assistir ao jogo e outros financiam os partidos pelo valor financeiro atribuído a cada voto depositado nas urnas.
Mas, quando é que se reflete sobre o melhor processo de seleção e ordenação dos "NOSSOS" (meus e seus) representantes?
Como não somos envolvidos no processo das escolhas nem da ordenação das listas, resta-nos apreciar o processo e as listas depois destas já arranjadas, previamente determinadas e a nós impostas, estando cientes de que as observações e reflexções são agora feitas em tempo inoportuno e inconsequente para o presente ato eleitoral. Mas não deve ser por isso que devemos deixar de fazer, livremente e sem constrangimentos, as nossas apreciações e observações, sendo que, enquanto militantes, simpatizantes ou cidadãos, temos o direito e dever de, pelo menos, refeltir e fazer refletir sobre todo este processo que visa concretizar a melhor capacidade de governação para o nosso País, para a Europa e para o Mundo.
Muitos são aqueles que nos dizem que agora já não vale a pena ou que é inoportuno, sempre na tentativa de nos silenciar ou resignar relativamente a processos já determinados e impostos que interessa manter.
Mas eu digo e direi: VALE SEMPRE A PENA! Se a nossa reflexão já não provoca mudanças no que se encontra previamente determinado, é certo que o nosso silêncio, a nossa resignação ou o nosso consentimento nada ajudarão a melhorar no futuro.
Por isso, eu prefiro desassossegar.
Se durante cerca de 40 anos só conseguimos vir a piorar, sobretudo devido à nossa resignação e comodismo, pode ser que uma determinada rebeldia desassossegadora, mas responsável, possa contribuir para começarmos a melhorar.
Quanto à lista do PS e centrando-nos no norte, está, à partida, garantida a eleição de Francisco Assis e de Elisa Ferreira. A questão que se coloca, é:
Regressará Manuel dos Santos ao Parlamento Europeu?
Eu preferia outra ordenação e até outra seleção. Se não tivessem melhor, inserissem pelo menos um jovem para se ir fazendo a mudança associada a um processo de renovação/qualificação e não tanto com base no jogo de rotatividade ou encaixe. Se Manuel do Santos não for agora eleito, quem sabe se não acederá ao lugar (prometido) por via das substituições, sendo que, alguns dos que agora vão ser eleitos poderão ser chamados para um futuro Governo e terão de ser substituídos pelos que se seguem na lista. Outros há que, por “motivos pessoais” ou de “saúde” não assumem funções ou têm de abdicar do lugar.
É por isso que nunca podemos nem devemos olhar para a ordenação das listas a pensar simplesmente nos ditos lugares elegíveis.
É que, inesperadamente ou estrategicamente, tudo pode mudar - É A MUDANÇA! O problema é que a mudança não pode ser um slogan. A mudança sempre foi, é, e deve continuar a ser, um processo continuo.
Lamento que continuemos com um processo de mudança (ou rotatividade) imposto e não devidamente participado no que diz respeito ao processo de escolha e/ou ordenação.
Defendo há muito, no mínimo, um dos seguintes processos:
A ALTERNATIVA:
1. Os líderes fazem a seleção dos que consideram ser os melhores e todos os militantes votam para a ordenação dos elementos na lista; ou
2. Todos os militantes votam para a seleção dos elementos necessários para constituir as listas e os dirigentes ordenam.
O IDEAL:
O ideal seria envolver neste processo de escolha e ordenação todos os militantes e simpatizantes dos partidos, ou mesmo os cidadãos em geral, sendo que estas individualidades serão os representantes de todos nós e a todos nós devem prestar contas.
Que receio têm os líderes em se envolver todos os militantes nos processos de escolha e ordenação daqueles que dizem ser os "NOSSOS" melhores representantes? Afinal de contas essas individualidades dizem que são os "NOSSOS" representantes. Serão mesmo os “NOSSOS” (meus e seus) representantes ou seja, aqueles que a maioria de “NÓS” considera serem os melhores dos melhores para nos representarem?
Resta-nos pagar quotas para suportar os Partidos, pegar nas bandeiras e ir para a rua trabalhar ou para a bancada aplaudir. Podemos deixar-nos sentados no sofá e não querer sequer saber ou limitar-nos a ir dar um abraço e voltar para o sofá para assistir ao jogo.
No mínimo, que se vá MUDANDO e já agora, RENOVANDO.
Segue-se a equipa que o Partido Socialista nos propõe (impõe) para concretizar a mudança.
Efetivos
1 - Francisco Assis
2 - Maria João Rodrigues
3 - Carlos Zorrinho
4 - Elisa Ferreira
5 - Ricardo Serrão Santos
6 - Ana Gomes
7- Pedro Silva Pereira
8 - Liliana Rodrigues
9 - Manuel dos Santos
10 - Maria Amélia Antunes
11- Fernando Moniz
12 - Isabel Coutinho
13 - José Junqueiro
14 - Célia Afra
15 - Diogo Leão
16 - Maria da Luz Lopes
17 - Henrique Ferreira
18 - Maria de Fátima Carvalho
19 - Júlio Barroso
20 - Maria João Baptista
21 - Eduardo Lourenço
Suplentes
22 - Ana Venâncio
23 - Fernando Cabodeira
24 - Rita Mendes
25 - Adérito Pires
26 - Renata Veríssimo
27 - Miguel Rasquinho
28 - Catarina Castanheira
29 - Carlos Granadas
Determina a Declaração de Princíos do PS que o Partido Socialista considera que a democratização é um processo contínuo, que se realiza em múltiplas dimensões, na organização política, na paridade entre os géneros, na vida cívica, económica, cultural e social, sendo face a este pressuposto que levanto alguns desassossegos cívicos e políticos.
Será que a condição de militante socialista se resume ao apoio incondicional e irreflectido só em prol dos mesmos de sempre ou, simplesmente, comer e calar face a qualquer um que integre uma lista ou cargo pelo PS?
Para mim, ser militante do PS é muito mais do que isso, sendo que a organização do Partido Socialista assenta sobretudo nos princípios determinados pelos Estatutos e pela Declaração de Princípios do PS, que muitos militantes e dirigentes parecem desconhecer, não aceitar ou não defender, nomeadamente:
a) DEMOCRÁTICO, enquanto forma de designação dos titulares dos órgãos do partido, da definição das orientações políticas do partido, de participação e corresponsabilização dos militantes;
b) DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO PÚBLICA de cada militante, que possibilita a formação de correntes de opinião interna compatíveis com os objetivos do Partido.
2. É membro do Partido Socialista quem aceite e lute pela defesa da Declaração de Princípios, do Programa e dos Estatutos, encontrando-se sujeitos à disciplina do Partido.
3. São direitos dos militantes do Partido Socialista, entre outros:
a) Participar nas atividades do Partido (como é que se participa na escolha, seleção ou ordenação das listas?);
d) Exprimir livremente a sua opinião a todos os níveis da organização do Partido e apresentar, aos respetivos órgãos, críticas, sugestões e propostas sobre a organização, a orientação e a atividade do Partido.
4. São deveres dos militantes do Partido Socialista, entre outros:
a) Militar em Secções em que se encontrem inscritos e nos órgãos em que participem, bem como tomar em parte nas atividades do Partido em geral;
h) Manter um elevado sentido de responsabilidade no exercício de qualquer atividade profissional, sindical, associativa, cívica ou pública;
5. O Partido Socialista é a organização política dos cidadãos portugueses e dos outros cidadãos residentes em Portugal que defendem inequivocamente a democracia e procuram no socialismo democrático a solução dos problemas nacionais, europeus e do mundo contemporâneo.
6. O PS empenha-se em que a sociedade portuguesa seja organizada na base dos valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade, e esteja aberta à diversidade, à iniciativa, à inovação e ao progresso.