"Que fazer, que dizer, que pensar"...?
Creio que a linearidade da sua trama romanesca não passa de mera aparência, ou seja, de um mero namoro citadino disfarçado de provinciano e de mero capitalismo disfarçado de socialismo.
Na sua obra, "A Cidade e as Serras", Eça ensina-nos a ser observadores críticos e a nunca nos deixarmos iludir pela aparência.
Depois de ouvir os argumentos político-estratégicos províncianos de José Seguro sobre os da cidade e os das serras, para além de me recordar de Eça de Queirós e de Baião A Nossa Terra, vem-me à lembrança a seguinte questão:
1- Pedro Passos Coelho não é de Lisboa, sendo que nasce em Coimbra, cresce em Vila Real, faz o percurso político por Lisboa e sem nunca ter exercido outra profissão chega a líder da JSD, depois do PSD e assim atinge o lugar de excelente Primeiro Ministro desgovernante;
2 - José Seguro não é de Lisboa, nasce em Penamacor, faz o seu percurso político por Lisboa e sem nunca ter exercido outra profissão chega a lider da JS, depois a SG do PS e, tal como Passos Coelho, estava a contar chegar a Primeiro Ministro (des)governante(?)
Estando os portugueses perante semelhante perfil curicular e de tão humildes e dedicados trabalhadores, face ao argumento político provinciano entre "a cidade e as serras, permitam-me que pergunte com sentido reflexivo e crítico, o seguinte:
-Qual dos dois trabalhou mais até hoje ou mais obra fez durante os seus 30 anos de percursos políticos?
-Qual dos dois dará um melhor Primeiro Ministro e (des)governante?
-Qual dos dois é o mais experiente em termos políticos e em termos de trabalho profissional, social, académico ou científico?
-Será que o Primeiro Ministro e os governantes vão ser melhores só porque nasceram no interior, foram viver para Lisboa, comandaram toda a vida as "jotas" partidárias e pouco ou nada fizeram em termos profissionais?
É este o melhor argumento político que José Seguro tem para apresentar aos socialistas e aos portugueses em geral? É com este programa que vai unir o PS e governar devidamente Portugal?
Lembremo-nos de que somos todos cidadãos potugueses e que mesmo todos unidos seremos poucos para conseguir enfrentar os problemas que hoje se vivem aqui ao nosso lado, na Europa e no Mundo.
Eça de Queirós não teria escrito melhor trama romanesca.
Entre "A Cidade e as Serras" TRABALHEM, PARA SABEREM O QUE CUSTA A VIDA DE QUEM SOBREVIVE DO TRABALHO ÁRDUO E NÃO DE UMA DOCE CARREIRA POLITICA.
Lá vai navegando o "Rabelo" Zé de Baião
"Que desassossego se sinto, que desconforto se penso, que inutilidade se quero",...
José Pereira
www.zedebaiao.com