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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Dizem que esta criança, que estava ao frio na rua, foi ajudada por quem menos se esperava.
Acreditem que eu, sinceramente, não esperava outra coisa.
Basta passar na rua e olharmos para a nossa indiferença.
Da próxima vez que passemos pelas ruas, prestemos um pouco mais de atenção. Pode um dia destes ser o nosso filho, o nosso irmão, um nosso familiar ou vizinho, ou até mesmo o nosso futuro.
Os problemas resolvem-se cívica e poiticamente a montante e não por caridade.
Isto é amor ao próximo.
Será que não temos a obrigação de reconhecer devidamente toda uma vida de trabalho árduo, perante quem sempre nos serviu trabalhando e pouco ou nada reclamando?
Uns podem ter descontado muito, porque muito ganharam e, comparativamente, uma melhor vida tiveram.
Outros, que na minha opinião temos a obrigação de reconhecer pelo trabalho que fizeram e pelo contributo que nos deram, podem ter descontado muito pouco, é certo, mas que condições sociais, laborais e salariais lhes foram proporcionadas?
Quanto se gastou com eles, por exemplo, em educação? Zero!
Todos gostariam certamente de poder ganhar muito e muito descontar, mas será que aqueles que muito descontam ou descontaram, algum dia trocariam de vida, de trabalho e de salário/descontos com esse povo que tantas vezes foi e é enganado, usado e explorado?
Creio que ninguém pode negar o gigante serviço e contributo prestado por via do suor e tantas vezes de sol a sol, para nos darem o conforto que hoje temos.
Não teremos vergonha pela forma como hoje muito mal tratamos e muito mal reconhecemos a vida dura e de miséria que demos a milhares de portugueses que hoje continuam a receber reformas de miséria?
Não terá esta gente tanto (ou até mais) direito a um fim de vida minimamente digno, já que toda a sua vida laboral, salarial e contributiva foi indigna e, para muitos, mesmo miserável?
Esta gente são os nossos pais e avós! Os pais e avós deste país desregulado e corrupto onde hoje vivemos, mas que não foram eles que assim o fizeram.
Não nos podemos esquecer que 1.345.066 de portugueses recebem menos de 500€ de reforma por mês, dos quais 487.009 nem sequer 250€ por mês recebem, correspondendo a uma esmagadora maioria de homens e mulheres que trabalharam 40 ou mais anos nos trabalhos mais árduos, a servir-nos sem nada reclamar e vivendo toda uma vida de miséria.
Enquanto que 95.607 recebem até 2500€/mês, 12.686 recebem até 5.000€ e o número de reformados com mais de 5.000€/mês continua a aumentar (947 em 2012 e 1.016 em 2013).
Sejamos mais justos!
Por nós e pelos outros, pelos de hoje e pelos de amanhã.