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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Dizem que a história se repete ou deveria ser estudada para o mal não se deixar repetir.
"VIP", não se coaduna com a representação do País e muito menos é forma de ir de encontro aos cidadãos eleitores em geral.
É sim a (des)honra das revistas cor-de-rosa.
Por isso, deixem a rapaziada esticar a passadeira vermelha ao Ventura e até entregar-lhe a medalha ou a chave da Cidade, que não se passa nada.
Não foi o que fizeram, ainda recentemente, ao marido da Isabel dos Santos?
Deixem correr, a historia não se repete. Ou será que pode repetir-se?
A Associação Comercial do Porto, passada pela mão de Rui Moreira para a mão de Nuno Botelho, foi fundada em 1834, no rescaldo dos movimentos liberais, tendo surgido com o propósito e a missão de promover a prosperidade e a ilustração da Região do Porto e do Norte, defendendo em particular os interesses da sua comunidade de negócios.
Ventura e os Panamá Papers
O populista que está constantemente a gritar "vergonha" quando fala de corrupção está prestes a associar-se a um dos portugueses envolvidos nos Panamá Papers.
Ficamos sempre surpreendidos quando vemos alguém a dizer que simpatiza com André Ventura porque "ele diz as verdades". A verdade é que ele está constantemente envolvido em mentiras, desde as falsidades que ajudou a espalhar sobre os alegados homicidas de Giovani Rodrigues serem pessoas de etnia cigana até ao seu próprio programa eleitoral, onde o Chega manifestava a intenção de privatizar completamente vários sectores fundamentais do Estado português, desde a Saúde até à Educação. Quando isto foi denunciado na Comunicação Social, Ventura disse que, afinal, essa não era a sua intenção, e começou a preparar uma alteração ao programa.
Como qualquer populista sem escrúpulos, Ventura aproveita conflitos pontuais para se promover, dizendo o que quer que seja para fomentar a insatisfação e o alarme social, mesmo que isso choque frontalmente com o seu programa político. Já o vimos a reivindicar mais investimento na Saúde, apesar de o seu programa pedir a privatização do SNS. Já o vimos a reivindicar mais investimento nas escolas, apesar de o seu programa defender a total privatização do sistema de ensino. Está sempre na linha da frente quando se trata de aproveitar situações de tensão étnica ou racial para mobilizar a sua base eleitoral, mas diz que não é racista e que não tolera extremismo no seu partido.
Poderíamos falar na sua tese de doutoramento, que é o completo oposto da sua linha política actual, das partes do seu programa eleitoral que foram copiadas de outros partidos, das falsidades sobre o equipamento policial, das assinaturas falsificadas na criação do partido, dos membros do partido envolvidos em fraudes, dos membros do partido ligados a forças extremistas violentas, do exército de trolls com que conta para espalhar mentiras pelas redes sociais, enfim, a mentira e a manipulação parecem mesmo ser a única constante no partido de Ventura.
Ironicamente, é com este histórico de falsidades que se apresenta como o político anti-corrupção. E, de alguma forma, os seus apoiantes acreditam nisto. O processo de dissonância cognitiva é evidente, mas ninguém os convencerá do contrário. Pois bem, esta publicação fala, precisamente, da suposta luta de Ventura contra a corrupção.
Nos jornais de hoje, pode ler-se que Ventura irá ao Porto para ser recebido com honras VIP no Palácio da Bolsa, a sede da Associação Comercial do Porto, liderada por Nuno Botelho.
Nuno Botelho é um homem de direita, é Presidente da Associação Comercial do Porto, é uma figura com presença habitual na Comunicação Social portuguesa e é comentador residente no programa Conversas Cruzadas, na Rádio Renascença, onde várias vezes defendeu Jair Bolsonaro, durante a época eleitoral das últimas presidenciais brasileiras. É uma pessoa de grande influência no meio empresarial português e, talvez por isso, o facto de que foi uma das pessoas apanhadas na rede dos Panamá Papers nunca teve grande divulgação.
Na investigação do consórcio internacional de jornalistas, a ligação de Botelho a uma empresa de vinhos que usa o paraíso fiscal de Malta ficou documentada, mas essa ligação nunca foi divulgada em Portugal nem escrutinada pelos jornalismo nacional. Aparentemente, o caso terá sido abafado.
É com este homem que Ventura vai reunir-se, num evento onde será recebido com honras VIP e onde ouvirá Botelho e outros empresários da Associação Comercial do Porto, que partilharão com o líder do Chega os seus desejos e preocupações. Basicamente, é um evento de lobbying, onde pessoas com muito dinheiro dirão a Ventura o que esperam dele. É uma forma de comprar acção política, em que empresários com interesses na privatização de vários sectores se articulam com um populista que defende a privatização desses sectores.
Grande parte do eleitorado de Ventura não entende sequer estas movimentações e são imunes a factos. O populismo ignorante da narrativa do Chega tem precisamente essa função: enquanto capta o voto de leigos, instrumentalizando questões de forte carga emocional – como a segurança das populações –, o seu verdadeiro programa vai sendo semeado, preparando a privatização dos sectores que mais falta fazem ao país. O eleitor comum do Chega poderá vociferar quando se fala dos Panamá Papers, mas, se lhe explicarmos que Ventura está prestes a associar-se a uma das pessoas envolvidas neste escândalo de desvio de fortunas para paraísos fiscais, o apoiante de Ventura gritará "fake news".
Nenhum destes factos é relevante para o eleitor inveterado do Chega, mas fica o alerta para os outros.
Podem não gostar do estado do país em que vivem, mas não se enganem, ele pode ficar bem pior.
Uma Página Numa Rede Social
Fontes e referências:
https://expresso.pt/…/2020-01-23-Ventura-vai-ser-recebido-c…
https://offshoreleaks.icij.org/nodes/56012011
https://offshoreleaks.icij.org/nodes/55066599
https://offshoreleaks.icij.org/nodes/56012011
https://opencorporates.com/officers?q=NUNO+LUIS+CAMEIRA+DE+SOUSA+BOTELHO
CAPÍTULO I
Do mandato
Artigo 1.º
Natureza e âmbito do mandato
1 - Os Deputados representam todo o País, e não os círculos por que são eleitos.
2 - Os Deputados dispõem de estatuto único, aplicando-se-lhes os mesmos direitos e deveres, salvaguardadas condições específicas do seu exercício e o regime das diferentes funções parlamentares que desempenhem, nos termos da lei.
3 - Além das normas constitucionais diretamente aplicáveis, o estatuto único dos Deputados é integrado pela presente lei, pelas demais disposições legais aplicáveis, pelas disposições do Regimento da Assembleia da República e pelas disposições regulamentares emitidas ao abrigo da lei.
4 - De acordo com o disposto no número anterior, aplicam-se aos Deputados as normas que lhes digam respeito da lei que define os direitos e deveres dos titulares de cargos políticos, da lei que define o estatuto remuneratório e da lei que define os crimes de responsabilidade dos titulares de cargos políticos. ... Continuar a ler
CAPÍTULO III
Condições de exercício do mandato
Artigo 12.º
Condições de exercício da função de Deputado
1 - Os Deputados exercem livremente o seu mandato, sendo-lhes garantidas condições adequadas ao eficaz exercício das suas funções, designadamente ao indispensável contacto com os cidadãos eleitores e à sua informação regular.
2 - Cada Deputado tem direito a dispor de condições adequadas de trabalho, nomeadamente de:
a) Gabinete próprio e individualizado na sede da Assembleia da República;
b) (Revogada).
c) Caixa de correio eletrónico dedicada;
d) Página individual no portal da Assembleia da República na Internet.
3 - Todas as entidades públicas estão sujeitas ao dever geral de cooperação com os Deputados no exercício das suas funções ou por causa delas.
4 - Os serviços da administração central ou dela dependentes devem facultar aos Deputados condições para o exercício do mandato, nomeadamente fornecendo os elementos, informações e publicações oficiais solicitados e facultando, sempre que possível, instalações para reuniões de trabalho, desde que tal não afete o funcionamento dos próprios serviços.
5 - Os serviços públicos da administração central e regional, quando solicitados pelos Deputados e possuam condições para o efeito, devem disponibilizar instalações adequadas que lhes permitam um contacto direto com a comunicação social e com os cidadãos dos seus círculos.
6 - No exercício das suas funções, os Deputados têm direito à utilização da rede informática parlamentar e de outras redes eletrónicas de informação, devendo os serviços da Assembleia da República assegurar as condições de acesso aos mesmos.
7 - É assegurada a utilização pelos Deputados de linhas verdes, sistemas automatizados de informação e outras formas de divulgação das suas atividades parlamentares e de contacto com os eleitores, a nível central e nos círculos eleitorais.
8 - As condições de utilização de cada um dos meios de comunicação são fixadas pelos órgãos competentes da Assembleia da República. ... Continuar a ler