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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Sabiam que o melhor aluno da Universidade do Porto toca violino, pagava 385€ por mês para estudar no Colégio Alemão do Porto e ingressou no curso de medicina?
Dão a entender as notícias que tocar violino e estudar em colégios privados gera "alunos brilhantes" e dá acesso ao curso de medicina. Mas também referem as mesmas notícias que o "aluno brilhante" é filho de professores universitários, presta atenção nas aulas e depois revê a matéria para os testes. Mas será isto suficiente para desenvolver um bom aluno ou uma mente brilhante?
Eu peço ajuda para refletirmos em conjunto e me ajudarem a compreender.
O filho do meu vizinho, que é operário nas obras, estudou numa escola pública do interior, não toca qualquer instrumento musical, ajudava o pai nas tarefas do campo e ingressou no mesmo curso de medicina. Contudo, aquando do ingresso no ensino superior, não conseguiu ser distinguido como "o aluno brilhante" do ingresso no curso, nem tampouco na Universidade. Contudo, à medida que foi avançando no percurso académico, foi sendo um dos melhores alunos do curso. Não sei se agora é um "aluno brilhante", mas sei que tem sido um dos melhores alunos do curso.
Falta agora saber qual dará o melhor profissional.
Por isso pergunto:
Será que o "aluno brilhante" depende das aulas de música? É que nas escolas públicas e no interior do país também há escolas de música, muitas bandas filarmónicas, muitos conjuntos de baile e até educação musical nos programas escolares do ensino básico (não havendo educação músical no secundário);
Será que o "aluno brilhante" depende do tipo de instrumento musical que os pais tocam, que ele ouve ou que ele escolhe para aprender a tocar? É provável, sendo que a esmagadora maioria dos alunos na escola pública só têm aulas de flauta e isto só no ensino básico. Mas também há quem toque e oiça tocar violino. Indicam alguns estudos que " a fraca mobilidade social em Portugal tem a ajuda do sistema educativo";
Será que o "aluno brilhante" depende da nacionalidade? Não me parece, sendo que mais de 95% dos alunos são de nacionalidade portuguesa;
Será que o "aluno brilhante" depende do sexo ou género? É provável, sendo que a maioria a ingressar nos cursos com médias mais altas são mulheres (84,7% em enfermagem e 62,7% em medicina);
Será que o "aluno brilhante" depende do nível de formação académica e de rendimentos dos pais? É provável, sendo que os estudos indicam que a escolaridade dos pais limita a mobilidade social e até o salário dos filhos, condições estas que têm tendência a reproduzir-se. Quantos filhos de titulares do subsídio de desemprego ou do RSI/rendimento mínimo foram distinguidos até hoje e destacados nas primeiras páginas dos jornais, como "alunos ou profissionais brilhantes"?
Será que o "aluno brilhante" depende da localidade onde vive e estuda? É provável, sendo que na maioria das localidades do interior não há colégios privados, nem empregos qualificados, nem condições económicas para aceder a tal;
Será que o "aluno brilhante" depende da profissão dos pais e do nível económico, social e cultural destes? É provável, sendo que o "aluno brilhante" do presente ano letivo é filho de professores universitários, que aprendem e tocam violino a um nível profissional, que vão ao cinema, ao teatro e a concertos na Casa da Música;...
Posso ter muitas dúvidas, mas trabalho e estudo estas temáticas há mais de 20 anos e tenho alguns dados que me indicam para algumas (in)certezas: COnstato que, enquanto no curso de medicina só ingressam 12,2% de estudantes economicamente carenciados, no curso de enfermagem ingressam 46,9%. Porque será? Não tocarão violino?
Sei onde ingressou a maioria dos "alunos brilhantes", mas não sei onde terão ingressado os melhores alunos. O percurso académico e profissional irá ajudar-me a obter algumas respostas.
Portugal entre os piores. Educação dos pais limita salário dos filhos
Fonte: iOnline |
Fraca mobilidade em Portugal com a ajuda do sistema educativo
Fonte: Diário de Notícias |
Aqui poderá aceder a uma nota sumária sobre o ingresso no ensino superior público em 2016-2017
Nos espaços que se seguem estão disponíveis diversos estudos e estatísticas.
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