08 de maio de 2020
Apesar da progressiva disseminação da pandemia pelo território nacional, o seu impacto continua a ser caracterizado por uma elevada heterogeneidade regional particularmente quando se tem em conta, além dos números absolutos de casos e óbitos, indicadores relativos em função da dimensão e densidade demográfica por km2 das unidades territoriais consideradas na análise. O impacto socioeconómico da pandemia é também territorialmente diferenciado, à luz de indicadores com periodicidade mensal. Tomando como unidade de referência o município, os dados de casos confirmados de COVID-19 disponíveis em 6 de maio (mais 2 semanas que no destaque anterior sobre o mesmo tema) e os indicadores de impacto socioeconómico analisados, verifica-se que:
• Em Portugal, por cada 10 mil habitantes existiam 26,0 casos confirmados de COVID-19. O número de casos confirmados com a doença COVID-19 por 10 mil habitantes foi acima do valor nacional em 51 municípios e deste conjunto, 36 pertenciam à região Norte.
• A leitura da relação entre o número de casos confirmados por 10 mil habitantes e a densidade populacional destaca um conjunto de 34 municípios com valores acima da média nacional em ambos os indicadores.
• A região do Algarve registou o maior aumento de desempregados inscritos nos centros de emprego em março 2020, face ao período homólogo.
• As regiões da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve registaram as maiores reduções do valor de compras nacionais em março 2020, face ao período homólogo.
Dados março 2020
INE retrata impacto socioeconómico da doença COVID-19 nas regiões portuguesas
Região do Norte
TER, 12/05/2020
Os dados apurados pelo INE no relatório COVID-19: uma leitura territorial do contexto demográfico e do impacto socioeconómico dão nota que o Norte de Portugal foi a região com maior incidência da doença COVID-19, mas, no que se refere a dados socioeconómicos como o desemprego ou a utilização de caixas multibanco e terminais de pagamento automático, está abaixo ou em linha com os valores médios verificados no país.
O relatório destaca que, em março de 2020, Portugal registou 8,2 novos desempregados inscritos em centros de emprego por mil habitantes (15-64 anos), enquanto que a Região do Norte teve 7,8 novos desempregados. Já em matéria de emprego, no retrato do país houve 0,9 novas colocações apresentadas pelos centros de emprego por mil habitantes (15-64 anos), enquanto na Região do Norte o valor foi de 0,8.
O impacto socioeconómico é igualmente analisado pela utilização de caixas multibanco por habitante. Nas regiões portuguesas, e no período de janeiro de 2019 a março de 2020, houve de um modo geral uma diminuição do valor dos levantamentos. No Norte de Portugal, e no mês em que se declarou o estado de pandemia, o valor foi de 178 Euros por habitante, praticamente idêntico ao da média nacional, que é de 180 Euros. Verifica-se, ainda, uma diminuição contínua do pagamento de compras em terminais automáticos nas sete regiões portuguesas. Este indicador apresentou, em março de 2020, o valor mais baixo de todas as regiões com 219 Euros por habitante.
Recorde-se que o número de casos confirmados com a doença COVID-19 por 10 mil habitantes foi acima do valor nacional em 51 municípios. Na Região Norte, 36 municípios registaram um valor acima do país, destacando-se o conjunto de municípios da Área Metropolitana do Porto com mais de 40 casos confirmados por 10 mil habitantes: Valongo, Matosinhos, Maia, Gondomar, Porto, Santo Tirso e Vila Nova de Gaia.