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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Demonstra o Boletim Económico do Banco de Portugal (Dez., 2014) que estamos perante um disfarce de números com interesse político-partidário. Isto já mais parece a omissão ou deturpação propositada da real informação sobre o estado da banca!
Segundo o relatório do Banco de Portugal o ritmo de criação de emprego anunciado pelo Governo na ordem dos 6% afinal é uma farsa conseguida por via de uma manobra estatística sobre os dados do INE e da Segurança Social. Em vez da taxa de crescimento homólogo registada no terceiro trimestre ser 2,5%, se o efeito dos estágios profissionais for retirado, a melhoria que havia sido anunciada pelo Governo cai para apenas 1,6%, valor este que passa a ser mais concordante com o ritmo de crescimento registado ao longo deste ano (0,9%).
Tal como o Diário Económico já noticiou, a dúvida tem vindo a intrigar vários economistas - desde peritos dos departamentos de research dos bancos privados, aos técnicos do próprio Ministério das Finanças, além da equipa do Banco de Portugal. É que os dados que têm sido revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, através do Inquérito ao Emprego (que tem por base uma estimativa por amostragem), apontam para um aumento homólogo de 6% do emprego por conta de outrem no terceiro trimestre, o que se vem a constatar agora que não é real e que estaremos perante uma manobra estatística com interesses político-partidários.
A realidade agora detetada pelo Banco de Portugal, é que estas políticas não estão a gerar novos postos de trabalho nos moldes anunciados pelo Governo, mas sim a disfarçar o crescente aumento do desemprego e a eventual queda estatística provocada não só pela emigração massiva, mas também pela dissuasão e descrédito face à inscrição nos Centros de Emprego.
Conta-se que estarão a duplicar estágios e a manter ocupados os desempregados em condições sociais, económicas e laborais indignas, situação que não se sabe ainda se irá gerar qualquer alavancagem da economia e muito menos sobre a criação de emprego.
Segundo os técnicos do Banco de Portugal, ainda será cedo para saber se estes estágios profissionais sucessivos e a ocupação temporária dos dos beneficiários do RSI e do subsídio de desemprego se vão converter em empregos com algum tipo de vínculo, ou sequer qual teria sido o comportamento das empresas e da economia, caso estas políticas públicas não estivessem disponíveis.
Fontes e leituras recomendadas:
Boletim Económico do Banco de Portugal.