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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
O mais recente relatório da OCDE sobre Portugal acaba de ser hoje entregue, pelas mãos do Secretário-Geral da OCDE (Angel Gurría), a Cavaco Silva, Passos Coelho e ainda ao Governador do Banco de Portugal, entre outros Ministros e funcionários de "alto nível" de Portugal.
Angel Gurría, Secretário-Geral da OCDE, esteve hoje em Lisboa a apresentar o mais recente Relatório da OCDE sobre Portugal, trazendo na mala uma série de recomendações sobre o "aprofundamento da reforma estrutural para suportar o crescimento e a competitividade".
Depois do SG-da OCDE ter reunido com Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, este mais parecia um dirigente do PSD ou até um membro da troika a responder aos jornalistas do que um alto responsável da OCDE. O SG da OCDE até parecia o defensor e redator de um novo Programa de Governo para Passos Coelho, tendo argumentado que Portugal só poderia aumentar o salário mínimo quando a produtividade aumentar, dado como exemplo o caso da Alemanha, como se a motivação de um trabalhador que recebe 485€ fosse a mesma que um trabalhador da Alemanha, onde o salário médio rondava os 2.674€ e o limiar da pobreza era considerado abaixo dos 1604€. Recentemente a Alemanha adotou o salário mínimo de 8,5 euros brutos por hora, com o objetivo de criar um mercado laboral "mais justo", no entanto, pouco mais de um décimo dos trabalhadores na Alemanha Ocidental ganha menos de 8,5 euros por hora.
Principais recomendações da OCDE apontadas pelo Secretário-Geral da OCDE na mais recente publicação: “Portugal: Consolidação da reforma estrutural para o apoio ao crescimento e à competitividade, (OCDE, 2014)”
impostos relacionados com o ambiente (poluentes). Atendendo a que o Relatório da OCDE relata o período de 2011, será que já tiveram em conta as recentes atualizações do IMI?;
gama de bens e serviços, bem como através da redução das despesas fiscais diretas e indiretas. Alargar a taxa do IVA para uma gama mais ampla de bens e serviços não quer dizer que se esteja a recomendar o abaixamento desta taxa. Colocar mais produtos à taxa de 23% de IVA não corresponde a um abaixamento desta carga fiscal que afecta hoje a maior parte do comércio e das pequenas e médias empresas;
Indicadores sobre a pobreza - Dados Europeus e Nacionais:
https://www.igfse.pt/upload/docs/2012/IndicadoresPobrezaUE_PT_%20agosto2012.pdf
COMUNICAÇÃO DO SECRETÁRIO-GERAL DA OCDE - Proferida em Lisboa na presença do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho - Visita oficial do Secretário-Geral da OCDE, em Portugal (8 de Julho de 2014).
"A economia portuguesa parece estar a virar uma página. Esperamos um crescimento de 1,1% no ano corrente e de 1,4% em 2015, em sintonia com as projeções do governo.
A taxa de desemprego começou a decair, as exportações estão a aumentar rapidamente (um crescimento médio de 5% nos últimos três anos) e a dívida pública está a ficar progressivamente controlada.
Para consolidar este cenário de melhoria, é importante manter o curso das reformas e continuar a procurar soluções para os elevados níveis da dívida das empresas (cerca de 180% do PIB) e da dívida pública (129% do PIB). Portugal não pode correr o risco de uma recaída.
Se as perspetivas para Portugal estão a melhorar, é devido, em grande medida, às reformas implementadas desde 2009, que estão a dar os seus frutos.
A maior flexibilidade nos mercados de trabalho tem contribuído para a contratação neste momento em que se iniciou a recuperação e tem também ajudado a melhorar a competitividade da economia portuguesa e a reequilibrar o saldo da balança de transações correntes.
As reformas destinadas a promover a concorrência nos mercados de produtos estão também a traduzir-se em ganhos de produtividade e de eficiência. E existem ainda outros benefícios que surgirão num futuro próximo.
As nossas estimativas apontam que a melhoria na produtividade e no PIB, em virtude destas reformas, pode ser de cerca de 3,5% até 2020.
Portugal passou pela crise e pelo processo de ajustamento sem assistir a um significativo aumento da desigualdade ou da pobreza relativa. De facto, o fosso entre ricos e pobres foi reduzido numa fase inicial da crise e, desde então, tem-se mantido relativamente estável, apesar do desemprego crescente.
Estes são resultados notáveis. Através de melhorias no sistema de benefícios fiscais, o governo assegurou uma distribuição relativamente justa dos custos do ajustamento. As famílias com rendimentos elevados têm contribuído para o ajustamento mais do que as de rendimentos mais modestos.
Com o regresso do crescimento no ano corrente, uma das prioridades do governo deveria ser fortalecer a rede de segurança social para as famílias vulneráveis, ao mesmo tempo que continua a melhorar os incentivos e o apoio aos desempregados na procura de emprego.
É importante também aprofundar as reformas em curso. Uma economia bem-sucedida e um crescimento mais inclusivo nos próximos anos requerem investimento numa força de trabalho com as competências relevantes para uma economia baseada no conhecimento. Melhorar os resultados e a equidade na área da educação constituem, por isso, uma prioridade premente.
Portugal precisa também de recuperar o terreno perdido durante a crise em matéria de investigação científica e inovação. É necessária uma estratégia de inovação abrangente e de âmbito nacional, que estabeleça uma ligação entre os contributos do governo, das empresas e das instituições de investigação.
Conseguir encontrar financiamento adicional para a proteção social, para a educação e para a inovação não será fácil durante a consolidação orçamental em curso. No entanto, o sistema fiscal pode ser elaborado de forma mais favorável ao crescimento, ao emprego e à equidade.
A OCDE continuará a apoiar o governo português neste esforço. Já estamos a trabalhar estreitamente numa Estratégia de Competências e estamos a colaborar também de perto no que respeita às reformas do sistema de ensino. Teríamos também todo o prazer em alargar a nossa cooperação a outras áreas fundamentais, como a concorrência e a inovação."
Documentos relacionados:
Notícias e comentários sobre o evento:
Dados estatísticos:
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Country statistical profile: Portugal 2013 | ||||||||||
| ||||||||||
| | Unit | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 |
| Production and income | |||||||||
| GDP per capita | USD current PPPs | 21 369 | 22 937 | 24 188 | 24 939 | 24 892 | 25 547 | 25 441 | 25 264 |
| Gross national income (GNI) per capita | USD current PPPs | 21 052 | 22 245 | 23 420 | 24 048 | 23 878 | 24 672 | 24 515 | 24 648 |
| Household disposable income | Annual growth % | 0.7 | -0.4 | 1.9 | 1.6 | 1.8 | 1.7 | -4.2 | -3.0 |
| Economic growth | |||||||||
| Real GDP growth | Annual growth % | 0.8 | 1.4 | 2.4 | 0.0 | -2.9 | 1.9 | -1.3 | -3.2 |
| Net saving rate in household disposable income | % | 2.7 | 0.4 | -0.7 | -0.8 | 3.2 | 2.4 | 1.7 | 4.2 |
| Gross fixed capital formation | % of GDP | -0.5 | -1.3 | 2.6 | -0.3 | -8.6 | -3.1 | -10.5 | -14.3 |
| Economic structure - value added | |||||||||
| Agriculture, forestry, fishing: share of real value added | % | 2.7 | 2.7 | 2.4 | 2.4 | 2.3 | 2.3 | 2.2 | 2.3 |
| Industry: share of real value added | % | 18.0 | 18.1 | 18.0 | 17.3 | 16.6 | 17.7 | 18.2 | 18.5 |
| Finance, insurance, real estate, business: share of real value added | % | 20.3 | 20.9 | 21.9 | 22.5 | 21.9 | 22.0 | 22.2 | 23.0 |
| Government deficits and debt | |||||||||
| Government deficit | % of GDP | -6.5 | -4.6 | -3.2 | -3.7 | -10.2 | -9.9 | -4.3 | -6.5 |
| General government debt | % of GDP | 77.7 | 77.5 | 75.5 | 80.8 | 94.0 | 98.1 | 97.2 | 127.9 |
| General government revenues | % of GDP | 40.1 | 40.6 | 41.1 | 41.1 | 39.6 | 41.6 | 45.0 | 40.9 |
| General government expenditures | % of GDP | 46.6 | 45.2 | 44.4 | 44.8 | 49.8 | 51.5 | 49.3 | 47.4 |
| Expenditure | |||||||||
| Public expenditure on health | % of GDP | 7.0 | 6.7 | 6.7 | 6.7 | 7.2 | 7.1 | 6.7 | .. |
| Private expenditure on health | % of GDP | 3.3 | 3.3 | 3.3 | 3.5 | 3.6 | 3.7 | 3.6 | .. |
| Public social expenditure | % of GDP | 23.0 | 23.0 | 22.7 | 23.1 | 25.6 | 25.4 | 25.0 | 25.0 |
| Private social expenditure | % of GDP | 1.9 | 2.0 | 1.9 | 2.0 | 1.9 | .. | .. | .. |
| Public pension expenditure | % of GDP | 10.3 | 10.6 | 10.7 | 11.3 | 12.3 | .. | .. | .. |
| Private pension expenditure | % of GDP | 0.9 | 1.0 | 1.0 | 1.4 | 1.0 | 0.7 | .. | .. |
| Net official development assistance (Aid) | % of GNI | .. | 0.21 | 0.22 | 0.27 | 0.23 | 0.29 | 0.29 | .. |
| Taxes | |||||||||
| Total tax revenue | % of GDP | 31.1 | 31.8 | 32.4 | 32.5 | 30.7 | 31.3 | .. | .. |
| Taxes on income and profits | % of GDP | 7.9 | 8.2 | 9.1 | 9.3 | 8.6 | 8.4 | .. | .. |
| Taxes on goods and services | % of GDP | 13.4 | 13.7 | 13.2 | 12.9 | 11.6 | 12.3 | .. | .. |
| Taxes on the average worker | % of labour cost | 21.8 | 22.7 | 22.4 | 22.0 | 21.5 | 22.2 | 23.3 | 21.7 |
| Trade | |||||||||
| Imports of goods and services | % of GDP | 37.1 | 39.6 | 40.2 | 42.5 | 35.4 | 39.0 | 40.1 | 39.3 |
| Exports of goods and services | % of GDP | 27.7 | 30.9 | 32.2 | 32.4 | 28.0 | 31.3 | 35.7 | 38.7 |
| Goods trade balance: exports minus imports of goods | Bln USD | -23.1 | -23.3 | -26.9 | -34.2 | -26.5 | -26.5 | -21.4 | .. |
| Imports of goods | Bln USD | 61.2 | 66.7 | 78.2 | 90.1 | 69.9 | 75.2 | 80.3 | 72.3 |
| Exports of goods | Bln USD | 38.1 | 43.4 | 51.3 | 55.9 | 43.4 | 48.8 | 58.9 | 58.4 |
| Service trade balance: exports minus imports of services | Bln USD | 4.9 | 6.3 | 8.9 | 9.7 | 8.3 | 8.8 | 10.7 | 11.2 |
| Imports of services | Bln USD | 10.3 | 12.1 | 14.3 | 16.5 | 14.4 | 14.5 | 16.0 | 13.4 |
| Exports of services | Bln USD | 15.2 | 18.4 | 23.2 | 26.1 | 22.7 | 23.3 | 26.6 | 24.5 |
| Current account balance of payments | % of GDP | -10.3 | -1 |