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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
O capitalismo para sempre pela via instrutória do "think tank" da escola neoliberal austriaca": Como se sabe, o neoliberalismo teve origem na Áustria, onde a escola económica neoliberal se esforça, dia a dia, por via das técnicas de "think tank", por (in)formar e disseminar as bases do pensamento de Ludwing Von Mises, tal como está a fazer agora o "The Economist" com estes eventos, nos quais procuram introduzir até os líderes socialistas mal (in)formados, logo que sabem que estes possam vir a chegar ao poder/governo.
Não nos esqueçamos que os princípios e valores do PS foram muito bem determinados no passado, não pelos capitais, mas sim pelos capitães de Abril.
Note-se que este evento é desenvolvivo por entidades defensoras da direita neolibertal e dos mercados das grandes praças financeiras.
Os socialistas têm vindo a exigir um novo enquadramento europeu, baseado na regulação dos mercados e não na continua e descontrolada liberalização só favorável às grandes praças financeiras.
O rumo que urge seguir em Portugal e na Europa é pela via dos "mercados sociais", ou seja, pela via da Europa dos Cidadãos.
Nos somos seres humanos sociais e não mercadoria nem capitais.
VIVA O PS
VIVAM OS VALORES DE ABRIL
Como é que um grupo de homens apelidados de excêntricos e neoliberais capitalistas poderão mudar a política europeia e mundial para o bem comum? Acredita nesses homens? Se não acredita, porque é que aceita que os seus líderes políticos introduzam os seu partido no seio destes movimentos liberalizadores e desreguladores?
Daniel Stedman Jones ("Master of the Universe: Hayek, Friedman, and the Birth of Neolibel Politics") procurou enfrentar a narrativa deste problema, sendo que a sua resposta conseguiu ser mais requintada do que a maioria dos que se haviam debruçado sobre o problema do neoliberalismo até então.
Como se sabe, o neoliberalismo teve origem na Áustria, onde a escola económica neoliberal se esforça, dia a dia, por via das técnicas de "Think tank", por (in)formar e disseminar as bases do pensamento de Ludwing Von Mises, tal como está a fazer agora o "The Economist" com estes eventos, nos quais procuram introduzir até os líderes socialistas, logo que sabem que estes possam vir a chegar ao poder/governo.
Na década de 40, três homens começaram uma batalha solitária contra as novas políticas coletivas, dando assim origem ao neoliberalismo.
Note-se que até Popper procurou atrair o maior número possível de pessoas para esta linha de pensamento, até mesmo os socialistas, tendo mais tarde vindo a detetar falhas na ideologia do mercado, comparando-a a uma religião.
Mas o senhor Stedman Jones acabau até por brincar com estas disputas professorais, tendo afirmado que nunca nos devemos esquecer da palavra "neoliberal" nem do seu verdadeiro significado, sendo necessário derrubar os pugilistas originais e seus seguidores que são contra a regulação estatal.
Milton Friedman, um economista de Chicago, proferiu a palavra "neoliberal" num ensaio de 1951, intitulado "O neoliberalismo e as suas perspectivas". Ele defendia nesse ensaio o "caminho do meio" entre o inimigo do coletivismo e os excessos do liberalismo do século XIX.
O problema é que os neoliberais não conseguiram perceber que o laissez-faire poderia vir a produzir indivíduos excessivamente poderoso, como era alertado por Friedman, ao referir que o objetivo principal não deveria ser o laissez-faire, mas sim a regulação pela concorrência do mercado, o qual, sem controlo, iria desenvolver indivíduos e interesses particulares extremamente poderosos: esta via, segundo ele, visava proteger os cidadãos e não deixar os mercados descontrolados. O problema é que, face ao poder e domínio dos grandes grupos económicos a concorrência do mercado não se regula.
Friedman referia que procurava um novo liberalismo, afirmando-se como o seguidor de Adam Smith, o defensor do indivíduo do século XVIII. Mas a linha entre Smith e Friedman não é uma linha reta, como o Sr. Stedman Jones muito bem descreve.
Smith afirmava que uma das principais funções do Estado deveria visar a construção de obras públicas e moldar instituições que, de outra forma, acabariam por falhar devido às pressões dos mercados (veja-se, por exemplo o que as privatizações e os interesses privados têm feito à saúde ou à educação). Smith, por esta via, estava a seguir linha de pensamento de Franklin Roosevelt. Smith acreditava que o Estado deve financiar escolas, pontes e estradas. Friedman era mais defensor de que esse era trabalho para o setor privado.
Os neoliberais, tal como Friedman, viam a liberdade económica como a salvaguarda de todas as liberdades, afirmando que um Estado demasiado forte e regulador trilharia o caminho para a tirania. Smith, por outro lado, não era democrata. Era menos movido pela liberdade política, sendo que ele temia que o sufrágio das massas levaria à instabilidade. Mises afirmava que Smith era um homem do seu tempo e sem opiniões válidas para garantir o racionamento do petróleo. Dizia Mises que fazer a leitura de Smith sem estudar economia, era como ler Euclides sem estudar matemática.
Hayek chegou mesmo a escrever que o liberalismo estava a tornar-se num termo muito confuso, uma vez que tinha significados diferentes. Falar de iberalismo na Inglaterra de Victória é diferente de falar de liberalismo nos Estados Unidos de Roosevelt. Mas até o próprio Hayek recusava que lhe chamassem de liberalizador (também este ultramoderno) ou conservador (sendo que ele próprio ansiava pela mudança).
Friedman também não gostava de ser rotulado como "neoliberal", talvez porque o liberalismo veio a estar associado às guerras culturais sombrias da década de 1960. Dizia ele que era apenas defensor do "laissez-faire".
Mas como é que estes ideais se tornam no denominado "mainstream", ou seja, em correntes principais de pensamento?
Praticando o que estão a desenvolver nestes eventos, para os quais convidam líderes políticos (mal formados) que possam vir a chegar a governantes e depois servir aos senhores dos mercados do capital!
O Sr. Stedman Jones, refere que isto é como um jogo de rugby. Os grupos de reflexão passam os ideais para os jornalistas e estes para os políticos, recorrendo às técnicas do "think-tank", graças às quais correm todo o mundo até conseguir marcar ideologicamente o máximo de líderes políticos possíveis, mesmo os socialistas.
Com recurso a este tipo de palestras e publicações, estes senhores neoliberais capitalistas propagam teorias que na maioria das vezes são reprovadas e combatidas nas universidades, convertendo assim os "jogadores" mal formados, mas mais avançados na liderança (líderes políticos mal (in)formados) para o ingresso neste movimento liberalizador. Se não os convencem pela ideologia, prometem-lhes um vargo altamente remunerado, para já ou para depois de sairem do Governo. Praticam isto como uma religião e não como uma ciência.