Nunca percebi muito bem porquê (creio que isto não tem de se perceber), mas as causas e as problemáticas sociais sempre chamaram por mim. Por isso, continuo a gostar tanto de trabalhar na área socioeducativa. Ao ver as notícias de hoje não consegui ficar indiferente a este grande exemplo de solidariedade nem a esta simples frase do professor: "foi por isso que decidi rapar a minha cabeça, numa tentativa de trazê-lo de volta ao normal e voltar a sentir de novo aquele sorisso que o caraterizava".
Mas eu questiono:
E se não tivesse havido todo havido todo este mediatismo?
Quantos meninos e meninas não estarão por aí já sem sorriso e sem dinheiro para tratamentos hà muito tempo?
Este caso passou-se recentemente no Irão e deveria servir para reflexão de todos nós.
Referenciou o jornal inglês "The Guardian" que um professor iraniano (Ali Mohammadian), ao perceber que um dos seus alunos estava a sofrer de 'bullying', por ter perdido o cabelo por motivos de doença ainda desconhecida, foi o primeiro a decidir rapar a cabeça, não só por solidariedade, mas para mostrar aos outros meninos da sala de aula a dor do sofrimento e o valor da solidariedade. E não é que em poucos dias todas as crianças da sala de aula também raparam as suas cabeças e o porblema de "bullying" desapareceu! Mas vejamos como isto sucedeu: Em dezembro passado, o professor havia colocado no facebook a sua fotografia, já sem cabelo, isto ao lado do aluno que se encontrava doente e que era alvo de "bullying", demonstrando assim a sua solidariedade para com o pequeno Mahan Rahimi. Note-se que no Irão é necessário ter muito cuidado com mediatismos! Conta o "The Guardian" que Mahan havia ficado completamente isolado depois de ter ficado careca por motivos de doença e que o seu sorriso havia desaparecido do seu rosto, tendo o professor ficado muito preocupado com desempenho escolar que daí poderia decorrer (quantos professores há assim?). Referiu o professor, de 45 anos de idade, que "foi por isso que decidi rapar a minha cabeça, numa tentativa de trazê-lo de volta ao normal e voltar a sentir de novo aquele sorisso que o caraterizava". Esta fotografia que o professor havia colocado no facebook, depressa se tornou popular entre os utilizadores das redes sociais no Irão e foi partilhada milhares de vezes. Com a divulgação deste seu ato, o professor, que dá aulas na cidade curda de Marivan, tornou-se um herói nacional. Os Órgãos de comunicação social iranianos procuraram-no e o governo tomou conhecimento da sua atitude, tendo desde logo o professor sido convidado pelo ministro da educação para uma visita de Estado. Quando o professor voltou da capital, já outros 23 alunos tinham rapado as suas cabeças. Com todo este mediatismo, o governo decidiu oferecer o apoio financeiro necessário para o tratamento médico desta criança, sendo que, até ao momento, os médicos iranianos ainda não descobriram qual é a doença que afeta o sistema imunológico e que acabou por deixar o menino Mahan sem cabelo. De acordo com o professor, algumas amostras foram enviadas para a Alemanha para um possível diagnóstico. Por isso, agora esperamos as melhoras e que sirva de reflexão sobre os casos de "bullying" Mas e se não tivesse havido todo este mediatismo? Quantos meninos e meninas não estarão por aí já sem sorriso e sem dinheiro para tratamentos hà muito tempo?
Fonte: Iran Daily e fotos do site The Iran project
O que é o "bullying"?
Bullying (anglicismo, bullying, pronuncia-se AFI: [ˈbʊljɪŋ]) é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, tiranete ou valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.1
Em 20% dos casos as pessoas são simultaneamente vítimas e agressoras de bullying, ou seja, em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida.2
Ver mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying
http://www.paisfilipadelencastre.org/documentos/42-seguranca/62-bullying.html