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Mas será que todos e todas entendem do que se está a falar?

Ainda recentemente se comemorou o dia internacional da mulher e todos apregoavam que tinham o maior respeito pelas mulheres, independentemente de sua identidade de género e orientação sexual.

Mas será que todos e todas entendem o que estão a dizer?

Sexualidade Intersexo.jpg

 

 Recordemos que:

 

Sexo biológico ≠ Género ≠ Orientação Sexual

Sexo biológico: Diz respeito a características internas, como os cromossomas, e externas, como por exemplo os órgaos genitais, que se instituiram como determinantes para a definição da nomenclatura sexual biológica da pessoa.

Explicando de forma muito genérica, há dois tipos de cromossomas sexuais: o tipo X e o tipo Y. Um zigoto (ou ovo, nos animais) quando contém um par de cromossomas X (XX) desenvolve-se como um indivíduo feminino, enquanto um zigoto com um cromossoma X e um Y desenvolve-se como um indivíduo masculino. 

Contudo, e como tudo, a natureza não é perfeita. Ou é perfeita demais e tem esta capacidade de desenvolver a morfologia e a fisiologia fora do comum, designadamente a intersexualidade ou o hermafroditismo, talvez para nos colocar em pensamento constante.

Há quem defenda que estaremos perante um distúrbio, tanto morfológico quanto fisiológico, que leva ao desenvolvimento simultâneo da estrutura testicular e ovariana.

 

Género: É um construto social e cultural do feminino e masculino, que engloba fatores que vão muito para além do sexo biológico, tais como o preconceito, a rejeição, a desigualdade, o poder,...

"O género é uma forma primária de significar as relações de poder" (Scott, J., 1995)

 

É neste campo que se enquadra a identidade de género 

Independente do sexo biológico, poderemos resumir que a identidade de género corresponde à forma como determinada pessoa se sente e se apresenta, não tendo necessariamente de coincidir com o sexo biológico, mas sim com aquilo que se identifica. A pessoa pode ter um sexo biológico masculino e identificar-se e apresentar-se como homem, como pode identificar-se e apresentar como mulher, e vice versa, assim:

Cisgénero ou cissexual é a pessoa que se identifica e se expressa em conformidade com o género que lhe atribuiram à nascença;

Transgénero é a pessoa que se identifica ou expressa como sendo de gênero diferente daquele que que lhe foi atribuído em conformidade com o seu sexo biológico;

Intergênero é a pessoa que está entre os dois sexos biológicos ou na combinação deles;

Bigénero é a pessoa cuja identidade oscila entre os géneros feminino e masculino, possivelmente dependendo do contexto em que se encontra. Alguns indivíduos bigéneros expressam duas personalidades distintas, uma "feminina" e outra "masculina";

Género Fluído é a pessoa que se identifica com uma identidade de género neutra e a expressa conforme se identifica no momento;

Pangénero é a pessoa que se identifica com todos os géneros, identidades ou expressões de género e que não gosta de ser rotulada, nem de feminina, nem de masculina. Sentem que não se encaixam em géneros binários, em vez disso, identificando-se como género misto (tanto masculino como feminino), ou como um terceiro género;

Poligénero é a pessoa que se identifica com vários géneros, identidades ou expressões de género;

Transexual é a pessoa que sente a necessidade de readequação ao seu sexo biológico para o sexo oposto, através de intervenção médica;

Travesti é a pessoa que se expressa de forma diferente daquela que lhe foi designada aquando do registo de nascimento, assumindo, portanto, um papel de género diferente daquele que é sugerido pela sociedade. Contudo, não sente a necessidade de uma cirurgia para alterar o sexo biológico.

 

 

SUGESTÃO: Perguntar sempre o pronome que a pessoa deseja que se refira a ela.

 

Orientação Sexual

A orientação sexual é muitas vezes confundida com a identidade de género, sendo por isso que convém sempre referir e alertar que são coisa muito diferentes.
A orientação afetivo-sexual é o desejo ou a atração física que uma pessoa sente por outra ou por outras, que podem ser o mesmo sexo, ou não. Assim, para que melhor se perceba, passo a referir algumas possibilidades de orientação:
 
AssexualPessoa que não sente atração sexual por outros/as. Assexualidade é a falta de atração sexual ou pequeno ou inexistente interesse sobre as atividades sexuais humanas. Pode ser considerada a falta de uma orientação sexual;
 
HomossexualPessoa que sente atração sexual ou amorosa por pessoas do mesmo sexo;
 
HeterossexualPessoa que sente atração sexual ou amorosa por pessoas do sexo oposto;
 
BissexualPessoa que sente atração sexual ou amorosa por pessoas do sexo oposto e do mesmo sexo;
 
PansexualPessoa que sente atração sexual ou amorosa por pessoas do sexo oposto e do mesmo sexo ou também por pessoas que não se sentem identificadas com o seu género, incluindo intersexo.  É caracterizada pela atração sexual ou amorosa entre pessoas, independentemente do sexo ou identidade de género.
 
Há por isso muitas questões (políticas, humanas, sociais, éticas, jurídicas, culturais,..., entre outras) que devem ser colocadas e respeitadas, sendo que estes temas não podem ser inseridos dentro das caixinhas que visam sufocar ou formatar o ser humano.

Lembremo-nos sempre que as pessoas têm sentimentos e que os nossos preconceitos podem destruir uma vida humana. Todas as pessoas merecem o nosso respeito. A diversidade é smepre mais bela do que um mundo a preto e branco.

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A ÉTICA DO MARKETING E O MARKETING SOCIAL 

Quer ser presidente.png

 

Dizem-nos que o marketing é capaz de vender um mau produto. Veja-se que até vendeu o Trump aos americanos, entre outros maus produtos em sociedades supostamente desenvolvidas, mas muito provavelmente de baixa qualificação política.
 
Será que o marketing tem por missão ou atribuição a venda ao eleitorado de um mau autarca, mau programa ou mau produto?
 
Infelizmente, é bem provável, sobretudo em sociedades onde o eleitorado é envelhecido e mal preparado politicamente.
 
Mas para que serve a ordem social e a ética? 
Quando olhamos para as estratégias de venda, tudo leva a crer que até conseguem vender aquilo que não serve para nada e que até nos destrói, chegando mesmo a vender aquilo que é nocivo para a saúde, que extingue espécies, que destrói a natureza e que até coloca a vida humana e terrestre em perigo.
 
Sabemos que o marketing se afirma no sistema capitalista, estimulando o materialismo.
 
Mas será que a comunicação e o marketing devem poder impingir e vender aquilo que possa, à partida, ser reconhecido como nocivo para a sociedade?
 
Porque é que o marketing não aposta na ética e nos reconhecidos valores sociais, dirigindo a sua atividade para a preparação do eleitorado e para o saber ser e saber escolher?
 
De todas as atividades sociais e empresariais, o marketing é aquela que, mesmo que invisível, está por detrás da publicidade de cada produto, mesmo por detrás daqueles produtos cuja prática ou ciência já demonstraram ser maus para o ser humano e para a sociedade.
 
Por isso, acredito que urge refletir e questionar os valores e a ética do marketing e se esta atividade deve, ou não, estar sujeita à ordem social e ética.
 
Mas reconheço grandes vantagens no marketing social, visto como a modalidade institucional que tem como objetivo primordial a preparação dos cidadãos para as melhores escolhas, para as melhores práticas e para a atenuação e/ou eliminação dos problemas sociais e económicos.
 
O professor universitário, Philip Kotler, definiu o conceito como um processo social baseado na criação de um sistema de oferta e procura de valores que não correspondem necessariamente a produtos ou serviços comerciais e que se regem pela ordem e pela ética. 
 
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