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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Carta do Zé ao Francisco. Apesar de pouco ou nada perceber de política, sei um pouco de música e ainda consigo tocar uns instrumentos, mas não queria responder-te só com recurso à música "pimba" e dizer-te disfarçadamente "Francisquinho, meu amor".
Já fui um teu acérrimo defensor, tendo inclusivamente lutado contra os meus amigos e conterrâneos (de Baião), mas coloquei sempre em primeiro lugar o que penso e aquilo em que acredito, mesmo que venha a sofrer desilusões, a errar ou a arrepender-me. É assim que aprendemos!
Já não nutro por ti o mesmo amor de outros tempos, nem sinto o cheiro do "perfume" que me transportava para longas planícies cheias de rosas. Não sei se encontras-te outro alguém e muito menos se havias casado com o PS em separação ou "comunhão de bens", mas o facto é que já há muito que diversos militantes e simpatizantes socialistas não vinham a compreender esse "maldito amor" que passaste a nutrir pela direita.
Será que te fez mal ir de Amarante para Lisboa? Se foi isso, agora imagina o que poderá fazer de ti a ida para Bruxelas. Espero que não venhas um dia a chorar pela tua "mãe querida", tal como acontece à maioria dos emigrantes, sendo que foste tu que escolheste esse rumo e a deixaste "abandonada" e "sozinha".
Lembra-te que os socialistas e os portugueses em geral têm boa memória e tudo "fica escrito no céu". Por isso, depois não venhas com grandes "promessas", sendo que a maioria da malta já não vai em cantigas. Podes até vir tentar "chorar no nosso colo", mas lembra-te que quem escolheu o rumo "foste tu e ela" e não sei "se as flores se vão voltar a abrir", sendo que optaste por deixar "a fera à solta" e não penses que somos todos "anjinhos e inocentes", porque isso não somos! Já foi tempo em que as ilustres elites consideravam que o lugar e o protagonismo estariam sempre garantidos e que seriam eternos. Mas não são! "São já muitos anos de vida" e a gente "até te amava", mas não admitimos "traidores".
Quando a gente se ama, há "pecados que são de amor"e esses deixam sempre feridas abertas!
Apesar de parecer um rebelde desassossegador, sempre fui e gosto de ser um mero "soldado da paz", mas face às tuas escolhas e alinhamentos, optei por "deixar-te seguir com ela" (sim, com a direita), mas "juro-te e jurarei", "não foi tudo por ciúme". Apenas luto e lutarei "para iluminar" o "sol e a lua", tal como é legitimo e permitido fazer a qualquer "trovador de mil constelações".
Poderia simplesmente dizer-te que "afinal havia outro"e que não tinhas de arriscar esta humilhação. Haver, até havia, mas os melhores não alinham por um rumo qualquer e muito menos com alinhamentos antecipados para a direita. Por isso, foste assim apresentado, em Santo Tirso, inesperadamente e sozinho, dando a transparecer que nem sequer conhecias devidamente "os pais da noiva". Vê lá se ao menos consegues chegar ao casamento!
Não sei se "mereço tanta dor", mas também não nos "contas tudo, amor". Será que teremos de reencontrar-nos com um "ex-namorado" que tenha a capacidade e coragem para nos "levar ao altar"?
Lembra-te que já "passa da meia noite e eu sem ti"
Desculpa, mas já não consigo esperar mais.
Até sempre...
.....
Podem apelidar-me do que quiserem e até dizerem as vezes que entenderem, que sou apenas mais um "Zé rabelo lá não se sabe de onde", expressão que para mim é sempre um orgulho ouvir, sendo que me colocam do lado de povo anónimo e de um interior pobre e profundo mas que está bem mais perto da dor que já milhões de pessoas sentem.
Como sou um militante e cidadão comum, creio também ter o direito à minha quota parte de rebeldia, de loucura e de desassossego, mas também creio ainda ter o mínimo de lucidez e de responsabilidade, visto que o conformismo, a que nos habituaram e por vezes obrigaram, em nada vinha a melhorar a vida dos portugueses e muito menos a solucionar os problemas e dificuldades do País e da Europa.
Por tudo isto, por todo um passado em que tenho orgulho e que respeito, por um presente a que estou atento e por um futuro com que me preocupo e que desejo e espero venha a ser melhor, dedico-te este pequeno poema, tal e qual como sinto Portugal, o PS, os Dirigentes e os Socialistas.
Como não sou político nem escritor e muito menos cantor, não sei como apelidar esta escrita, mas entrego-te frontalmente e abertamente o que sinto, dizendo-te frontalmente que, por maior e incisivo discurso filosófico-político de direita que venhas a apregoar na ágora e em defesa das elites instaladas e alapadas, ou contra o discurso protofascista que os do "teu" partido encetaram e que tanto te preocupa, acredita que se te mantiveres do lado correcto não tens com que te preocupar. Agora, se te passares para o outro lado, por mais sociais democratas que possamos ser, não sei se te conseguiremos defender.
ESCRITO EM 27/2/2014, DEDICADO AOS SOCIALISTAS, SOBRETUDO AOS QUE ESTÃO A PASSAR POR PROCESSOS DE SUSPENSÃO E EXPULSÃO E A PENSAR NA LISTA DO PS A ENCABEÇAR PELO FRANCISCO ASSIS
Declaração de Princípios de um Socialista
Ser socialista é defender a democracia
Aceitar a diversidade e honrar-se da história
Ser solidário, defender a liberdade e a justiça
E respeitar a longa e destemida senda da glória
É respeitar o passado, o suor e a esperança,
Que outros conquistaram com glória e emoção
É obter dos portugueses a total confiança
E defender os valores consagrados por esta nação.
Ser socialista é ser um combatente
Sendo que esta luta nunca será individual,
Une-nos o verde na tralha e o vermelho na batente
E uma forma rectângular num campo desigual
Temos um escudo protetor sobre uma esfera armilar
E um punho que representa a sua defesa
Carregamos uma longa história já milenar
E seguimos as estrelas que nos fazem sonhar
O nosso orgulho é esta grandeza já conseguida
Conscientes de percursos ainda longos e por trilhar
De bandeira em punho desfraldada
Havemos em democracia fazer-te brilhar
Nunca te deixaremos entregue à bicharada
Sendo que na alegria ou na dor haveremos sempre gritar...
VIVA A DEMOCRACIA
VIVA A LIBERDADE
VIVA PORTUGAL
Um abraço
O Zé de Baião
Derrubem todas as barreiras, mas nunca deixem o poder cair na rua, em igual irresponsável e muito menos num louco ditador.
Já participei em diversas greves e manifestações, chegando até a levar umas cacetadas da polícia, mas isso não impede que sejamos e estejamos solidários, nem nos pode impedir de compreender qual o trabalho de uns e a indignação de outros.
Os polícias deram um enorme exemplo de civismo e de cidadania, sendo que passaram a barreira, desta vez simbolicamente, em forte sinal de protesto e de indignação, mas souberam parar, por enquanto, no local certo e da forma mais correcta.
Quando não nos respeitam, nos roubam e humilham sucessivamente, temos a obrigação de derrubar e ultrapassar todas as barreiras, mas também devemos saber onde e como parar.
A violência não nos leva a melhores soluções, mas a resignação também não. Se o Governo e o Presidente da República não compreenderem a mensagem, terão de assumir todas as responsabilidades pela violência que possa, legitimamente e em último recurso, ser necessária.
Quando sucessivamente atacados, roubados e humilhados, só podemos mesmo derrubar barreiras e Governos, mas que o poder nunca caia na rua, nas mãos de um novo irresponsável e muito menos nas mãos de um louco ditador.
Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.