Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto)
Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
No ranking dos tarifários da água podemos constatar diferenças de centenas e euros entre municípios vizinhos, alguns dos quais banhados por rios e com a água ali tão perto, mas com os níveis de equidade muito longe das famílias.
No ranking da água, da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), constatamos que nos distritos do Porto e de Bragança situam-se as autarquias onde o grau de desigualdade entre municípios é maior, na fatura da água, saindo mais penalizadas as famílias com mais filhos.
Dos 308 municípios, no ranking de 2020, Baião aparece em 263 (com um indice de equidade -242.39), tendo caído 37 lugares de 2019 para 2020, indo a caminho do fundo da lista, onde se encontram os municípios que mais penalizam as famílias com a factura da água. Os municípios da Trofa, Santo Tirso, Gondomar e Valongo estão no fim da tabela, com os índices de equidade mais elevados, o que corresponde a maiores desigualdades.
1 Quanto mais elevado é o valor do índice de equidade, menor é a equidade do município em referência. O índice de equidade é calculado através do nível de justiça tarifária para famílias numerosas, tendo em conta o distrito em que cada município se insere.
DISTRITO DO PORTO
1 Quanto mais elevado é o valor do índice de equidade, menor é a equidade do município em referência.
Ranking 2020
Ranking 2019
Ranking 2018
Concelho
Índice Equidade1
45º
48º
63º
Felgueiras (Porto)
-103.99
55º
65º
72º
Póvoa de Varzim (Porto)
-112.45
57º
64º
260º
Penafiel (Porto)
-114.95
126º
150º
237º
Porto (Porto)
-145.06
224º
219º
206º
Lousada (Porto)
-190.85
248º
250º
230º
Paços de Ferreira (Porto)
-211.36
263º
226º
174º
Amarante (Porto)
-242.39
263º
226º
196º
Baião (Porto)
-242.39
270º
178º
176º
Vila Nova de Gaia (Porto)
-248.68
279º
273º
272º
Maia (Porto)
-257.00
281º
275º
288º
Matosinhos (Porto)
-266.35
292º
291º
290º
Marco de Canaveses (Porto)
-288.80
298º
296º
280º
Paredes (Porto)
-350.02
301º
298º
295º
Vila do Conde (Porto)
-358.80
302º
297º
294º
Valongo (Porto)
-370.18
306º
306º
158º
Gondomar (Porto)
-429.97
307º
307º
306º
Santo Tirso (Porto)
-487.05
307º
307º
308º
Trofa (Porto)
-487.05
OS 20 PRIMEIROS (Os que menos penalizam as famílias com a factura da água)
1 Quanto mais elevado é o valor do índice de equidade, menor é a equidade do município em referência.
Ranking 2020
Ranking 2019
Ranking 2018
Concelho
Índice Equidade1
1º
1º
1º
Lajes das Flores (Açores) *
--
1º
1º
1º
Santa Cruz das Flores (Açores) *
--
3º
3º
3º
Corvo (Açores)
-9.55
4º
5º
6º
São Vicente (Madeira)
-33.37
5º
6º
7º
Porto Moniz (Madeira)
-36.76
6º
7º
11º
Ponta do Sol (Madeira)
-37.90
7º
8º
9º
Penedono (Viseu)
-42.07
8º
9º
19º
Amares (Braga)
-43.60
9º
10º
12º
Porto Santo (Madeira)
-44.30
10º
11º
5º
Terras de Bouro (Braga)
-44.51
11º
13º
13º
Golegã (Santarém)
-49.17
12º
12º
27º
Meda (Guarda)
-51.39
13º
14º
14º
Cantanhede (Coimbra)
-51.40
14º
16º
16º
Santa Cruz da Graciosa (Açores)
-53.74
15º
19º
99º
Anadia (Aveiro)
-68.37
16º
20º
10º
Santana (Madeira)
-68.91
17º
21º
22º
Ribeira Brava (Madeira)
-72.31
18º
23º
37º
Vila Franca do Campo (Açores)
-75.78
19º
27º
29º
Funchal (Madeira)
-78.21
20º
17º
8º
Miranda do Douro (Bragança)
-78.68
OS ÚLTIMOS (Os que mais penalizam as famílias com a factura da água)
1 Quanto mais elevado é o valor do índice de equidade, menor é a equidade do município em referência.
Como referiu o Baião Canal Jornal, Francisca Guedes, entre outros baionenses, têm vindo a manifestar o desagrado e descontentamento relativo ao abate das árvores existentes no carismático Jardim de São Bartolomeu e à opção que foi tomada pela Câmara Municipal relativamente a este espaço que muito dizia a todos os baionenses e que já foi um dos postais de Baião.
Independentemente de se concordar ou discordar das opções políticas tomadas, é de lamentar que nenhum órgão de comunicação local, que difundem uma elevada percentagem de notícias baseadas nas notas de imprensa da Câmara Municipal, não tenham feito uma única referência à manifestação que decorreu no momento de inauguração e que o próprio presidente de Câmara até abordou e justificou.
Mas sobre este assunto, iremos manter registado nesta publicação a informação sobre todo este processo, por ser democraticamente de destacar a manifestação da diversidade de opiniões e de fundamentos.
O que está em causa neste processo não é a opção sobre o formato ou modelo de jardim ou de espaço público, mas sim o processo em que se fundamentou o senhor presidente de Câmara para mandar abater mais de uma dezena de árvores que integravam este espaço público e ajardinado.
Francisca Guedes, que integra atualmente a Assembleia Municipal, refere que em momento algum a Câmara Municipal de Baião demonstrou e comprovou que as árvores que foram abatidas estariam em risco ou a causar problemas de segurança para as pessoas, sendo reforçado por um outro manifestante que questionou onde terá andado o presidente da Câmara Municipal, durante 16 anos, para só agora ter detetado a situação de risco e de segurança das árvores? Quando ainda recentemente e sucessivamente ali eram realizados grandes eventos com muitas pessoas e inclusive programas televisivos.
Ora, como referem os manifestantes do descontentamento, se as árvores estivessem analisadas e em risco de colocar a vida das pessoas em risco, a Câmara Municipal de Baião teria mandado vedar o Jardim de São Bartolomeu há mais tempo e não realizaria ali os diversos eventos que para este jardim a própria Câmara agendava e ali realizava.
Francisca Guedes, que integra atualmente a Assembleia Municipal de Baião, chegou a requerer o Relatório que atestasse o risco e segurança das árvores, contudo, segundo refere, só lhe foi entregue um simples relatório descritivo com relato de aspetos visuais, mas sem qualquer estudo técnico-científico, nem sequer com fotografias demonstrativas e comprovativas das situações de risco e de segurança que o senhor presidente de Câmara refere, estando perante um relatório meramente descritivo sobre esta tomada de decisão e de intervenção, tratando-se de um relatório muito incompleto, que serviu de base à tomada de decisão do senhor presidente de Câmara.
Foi ainda requerido o Relatório de Gestão do Arvoredo Municipal, previsto no regime jurídico de gestão do arvoredo urbano e que tem por objetivo regular “as operações de poda, os transplantes e os critérios aplicáveis ao abate e seleção de espécies a plantar”, no que respeita ao arvoredo urbano que integra o domínio público municipal e domínio privado do município e património arbóreo pertencente ao Estado.
Apesar do regime jurídico de gestão do arvoredo urbano ser recente, a presente Lei não substitui a legislação específica sobre Arvoredo de Interesse Público, nem isenta as intervenções em qualquer espécime de espécies arbóreas que mereçam especial proteção em legislação própria ou nos PROF em vigor, da necessidade de autorização do ICNF, I.P.
Francisca Guedes conclui que nada foi devidamente comprovado sobre a situação de risco e de segurança das árvores, sabendo o senhor presidente da Câmara, Paulo Pereira, que a maioria das árvores estavam de boa saúde e em segurança, mas optou por tomar a sua decisão sem se fundamentar num relatório técnico-científico minimamente estruturado e validado, como é prática comum em muitos municípios, podendo estar a Câmara Municipal confrontada com um crime ambiental.
O presidente da Câmara Municipal, Paulo Pereira, fez referência à polémica de terem decidido inaugurar este espaço num dia da semana, em horário laboral, não para fugir às responsabilidades, mas devido à atual situação de pandemia que o Município e o País atravessa.
Relativamente ao abate das árvores e à conceção do jardim, referiu que o Executivo tem de optar e tomar decisões, argumentando que o abate e a opção tomada se deveu a questões de segurança.
NOTA DE IMPRENSA SOBRE AS INTERVENÇÕES EFETUADAS
O jardim foi requalificado através da colocação de novos pavimentos e do restauro e limpeza de muros e gradeamentos.
Foi instalada uma zona de lazer composta por equipamentos lúdicos para as crianças e as famílias, inseridos em pavimentos de segurança e em zonas com relva.
Foi também construída uma pérgula, que será uma zona de sombra coberta por trepadeiras floridas como Glicínias e Buganvílias.
O caramanchão foi conservado e será ornamentado com flores coloridas e aromáticas, adaptando-se a cada estação do ano.
Foram plantadas duas dezenas de árvores novas para substituir as que foram removidas daquele espaço, uma vez que estas se encontravam em mau estado de conservação e representavam um risco para a segurança.
Francisca Guedes não é uma cidadã qualquer a encabeçar estas manifestações. É um membro da Assembleia Municipal, tenda os deputados municipai responsabilidades e competências específicas para agir.
"Se não fosse ele, elas estariam hoje a trabalhar na agricultura diariamente, que era aquilo a que elas tinham acesso". (Referiu na altura a mãe das meninas gémeas de 10 anos de idade, 1998).
Foi no ano de 1998 que o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, visitou Baião e, precisamente na Aldeia de Mafomedes, tomou conhecimento do drama de duas crianças gémeas desta aldeia situada nas enconstas da Serra do Marão.
Estava em curso uma visita no âmbito da primeira ‘Semana da Educação’ quando o PR se deslocou a Baião e tomou conhecimento que duas crianças gémeas, à data com dez anos de idade, estavam fora da escola por dificuldades económicas e de transporte, não tendo sido fácil à comitiva presidencial chegar a Mafómede, mesmo em veículos todo-o-terreno.
As meninas tinham abandonado os estudos por não conseguirem deslocar-se até à escola da aldeia mais próxima, mas, em janeiro de 1998, durante uma visita do Presidente da República, acompanhado pelo então Ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, o problema ficou resolvido, aceitando os pais permitir a continuidade dos estudos e colaborando a Autarquia com a disponibilização do transporte em viatura todo-terreno, sendo essa a única via de deslocação das crianças.
Estas crianças, hoje mulheres formadas, uma em Radioterapia e outra em Direito, conseguiram continuar a estudar graças à intervenção de Jorge Sampaio.
Esta visita foi considerada "uma autentica revolução" escolar. Apesar de ter sido determinante para o futuro das gémeas Andreia e Oriana, foi também determinante para o futuro de milhares de crianças e jovens que, à data, ainda se viam impossibilitados de aceder à escola e prosseguir estudos. Foram muitas as crianças e jovens que se viram impedidas de prosseguir os estudos por dificuldades socioeconómicas, situação de abandono escolar que era muito acentuada em Baião e que foi perdurando no tempo.
Note-se que, em Baião, só no início da década de 90 é que houve, pela primeira vez, o ensino secundário, mas só até ao 11.º ano, não sendo lecionado o 12.º ano em Baião até ao início da década de 90, o que impedia a maioria dos jovens de completar o ensino secundário e de aceder ao ensino superior. E quanto ao colmatar das dificuldades económicas, note-se que só em 1993 é que foram criadas as bases legais do sistema nacional de ação social escolar do ensino superior e das bolsas de estudo (DL n.º 129/93).
Referiu a mãe das gémeas que "Jorge Sampaio representou o futuro escolar". "Se não fosse ele, elas estariam hoje a trabalhar na agricultura diariamente, que era aquilo a que elas tinham acesso".
Para que estas crianças conseguissem deslocar-se para a escola mais próxima, situada a 5 km da aldeia, só era possível a pé ou em viatura todo-o-terreno, por caminhos de terra e cheios de lama no rigoroso inverno que se faz sentir na localidade próxima da Serra do Marão.
Graças à visita do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, a deslocação das crianças passou a fazer-se num jeep da Câmara Municipal. Também o então ministro da Educação, Marçal Grilo, e técnicos da Segurança Social prometeram ajuda aos pais de Oriana e Andreia.
Referiu Jorge Sampaio à mãe das crianças que "elas tinham de estudar qualquer coisa de modo a um dia até poderem vir desempenhar os mais altos cargos da Nação".
Em 2004 as duas gémeas já se encontravam a estudar na Escola EB2/3 de Baião. A Oriana tinha optado pela área Científico-Natural e a Andreia por Humanidades, sendo alunas bem sucedidas. A Oriana distinguia-se pelos 19 valores a Filosofia e Geografia e vários 18 a outras disciplinas. A Andreia seguia as mesas pisadas, com18 a Filosofia e Português e valores aproximados em outras disciplinas.
Andreia (direita) escolheu humanidades, Oriana (esquerda) optou pela área científico-natural Paula Abreu/PÚBLICO
Biografia
Jorge Sampaio - de seu nome completo, Jorge Fernando Branco de Sampaio – nasceu em Lisboa, em 18 de Setembro de 1939, filho de Arnaldo Sampaio, médico, especialista em Saúde Pública, e de Fernanda Bensaude Branco de Sampaio, professora particular de inglês. É casado com Maria José Ritta e tem dois filhos, Vera e André.
Desde a infância, fez estudos musicais e, por imperativo da carreira do pai, passou largo tempo nos EUA e em Inglaterra, experiência que o marcou profundamente. Frequentou os estudos secundários nos liceus Pedro Nunes e Passos Manuel. Em 1961, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Na Universidade, desenvolveu uma relevante actividade académica, iniciando, assim, uma persistente acção política de oposição à Ditadura. Foi eleito Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito, em 1960-61, e Secretário-Geral da Reunião Inter Associações Académicas (RIA), em 1961-62. Nessa qualidade, é um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, a qual esteve na origem de um longo e generalizado movimento de contestação estudantil, que durou até ao 25 de Abril de 1974, e que abalou profundamente o Regime.
Deu, entretanto, início a uma intensa carreira de advogado, que se estendeu por todos os ramos de Direito, tendo desempenhado, igualmente, funções directivas na Ordem dos Advogados. Teve um papel de relevo na defesa de presos políticos no Tribunal Plenário de Lisboa. Prosseguindo a sua acção como opositor à Ditadura, candidatou-se, em 1969, às eleições para a Assembleia Nacional, integrando as listas da CDE. Desenvolve uma constante actividade política e intelectual, participando nos movimentos de resistência e na afirmação de uma alternativa democrática de matriz socialista, aberta aos novos horizontes do pensamento político europeu.
Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, é um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES), do qual se desvincula, todavia, logo no congresso fundador em Dezembro do mesmo ano, por discordância de fundo com a orientação ideológica aí definida. Desempenha, nos anos da Revolução, um importante papel no diálogo com a ala moderada do MFA, sendo um activo apoiante das posições do “Grupo dos Nove”. Em Março de 1975, é nomeado Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório.
Ainda em 1975, funda a “Intervenção Socialista”, grupo constituído por políticos e intelectuais, que viriam a desempenhar funções de relevo na vida pública, e que desenvolveu um significativo trabalho de reflexão e renovação política.
Em 1978, Jorge Sampaio adere ao Partido Socialista (PS). Em 1979, é eleito deputado à Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa e passa a integrar o Secretariado Nacional do PS.
De 1979 a 1984, é membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, realizando aí um importante trabalho na defesa dos Direitos Fundamentais e contribuindo para uma aplicação mais dinâmica dos princípios contidos na Convenção Europeia dos Direitos do Homem. É reeleito deputado à Assembleia da República em 1980, 1985, 1987 e 1991. Em 1987/88 é Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tendo assumido, em 1986-87, a responsabilidade das Relações Internacionais do PS. Foi ainda co-Presidente do “Comité África” da Internacional Socialista.
No ano de 1989, é eleito Secretário-Geral do Partido Socialista, cargo que exerce até 1991, e é designado, pela Assembleia da República, como membro do Conselho de Estado.
Em 1989, decide concorrer à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, cargo para o qual é, então eleito e depois reeleito em 1993. Esta candidatura assumiu, na altura, um grande significado político e contribuiu para dar às eleições autárquicas um relevo nacional. Como Presidente da Câmara de Lisboa, e à frente de uma equipa, afirmou uma visão estratégica, com recurso a novas concepções e métodos de planeamento, gestão, integração e desenvolvimento urbanístico.
De 1990 a 1995, exerce a Presidência da União das Cidades de Língua Portuguesa (UCCLA), sendo eleito Vice-Presidente da União das Cidades Ibero-Americanas, em 1990. Foi também eleito Presidente do Movimento das Eurocidades (1990) e Presidente da Federação Mundial das Cidades Unidas (1992). Em 1995, Jorge Sampaio apresenta a sua candidatura às eleições presidenciais. Recebe o apoio de inúmeras personalidades, independentes e de outras áreas políticas, com destaque na vida política, cultural, económica e social, e do Partido Socialista. Em 14 de Janeiro de 1996, é eleito à primeira volta. Foi investido no cargo de Presidente da República no dia 9 de Março de 1996, prestando juramento solene. Cumpriu o seu primeiro mandato exercendo uma magistratura de iniciativa na linha do seu compromisso eleitoral. Apresentou-se de novo e voltou a ser eleito à primeira volta, em 14 de Janeiro de 2001, para um novo mandato.
Jorge Sampaio manteve, ao longo dos anos, uma constante intervenção político-cultural, nomeadamente através da presença assídua em jornais e revistas (Seara Nova, O Tempo e o Modo, República, Jornal Novo, Opção, Expresso, O Jornal, Diário de Notícias e Público, entre outros). Em 1991, publicou, sob o título A Festa de Um Sonho, uma colectânea dos seus textos políticos. Em 1995, é editado o seu livro Um Olhar sobre Portugal, no qual responde a personalidades de vários sectores da vida nacional, configurando a sua perspectiva dos problemas do País. Em 2000, publica o livro Quero Dizer-vos, em que expõe a sua visão actualizada dos desafios que se põem à sociedade portuguesa. As suas intervenções presidenciais foram reunidas nos livros Portugueses I-X.
Em Abril de 2006 tomou posse como Conselheiro de Estado, na sua qualidade de antigo Presidente da República. Em Maio de 2006 foi designado Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose e, em Abril de 2007, foi nomeado, pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Alto Representante para a Aliança das Civilizações.
É também Presidente do Conselho Consultivo da Universidade de Lisboa (Fev. 2007). É Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Ordem da Liberdade e, Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Entre as condecorações estrangeiras destacam-se:
Grande Colar Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, do Brasil;
Colares das Ordens de Carlos III e de de Isabel a Católica, de Espanha;
Grã-Cruz da Legião de Honra, de França;
1º Grau da Ordem Suprema do Crisântemo, do Japão;
Grã-Cruz da Ordem do Leão de Ouro da Casa de Nassau, Luxemburgo;
Grande-Colar da Ordem de Wissam Al-Mohammadi e Grã-Cruz Ordem de Wissam Alaouite (Wissam Alaouit Cherifien), Marrocos;
1º Grau da Ordem Amizade e Paz, de Moçambique;
Grã-Cruz da Real Ordem de St. Olavo, da Noruega;
Grã-Cruz da Ordem de Orange Nassau, dos Países Baixos;
Grã-Cruz da Ordem de São Miguel & S. Jorge e da Real Ordem Victoriana, do Reino Unido.
Tem recebido diversas distinções nacionais e estrangeiras, entre as quais:
Doutor Honoris Causa - Universidade de Aveiro, 2 de Abril de 2008;
Doutor Honoris Causa - Universidade de Coimbra, 24 de Junho de 2010;
Doutor Honoris Causa - Universidade de Lisboa, 11 de Outubro de 2010
Prémio Europeu Carlos V - 2004, pela Fundación Academia Europea de Yuste
XIV Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa – Rainha Rania-Al Abdullah e antigo Presidente da República Jorge Sampaio, dia 16 de Março 2010
Prémio Diálogo de Culturas 2010, pelo Ayuntamiento de la Antigua y Leal Villa de Montánchez
Medal of Gratitude 2010, pelo European Solidarity Center (Polónia)
VI Prémio Internacional Sevilla Nodo Entre Culturas – 2011 – «pelo seu importante trabalho a favor do respeito e desenvolvimento dos Direitos Humanos, e pelos seus esforços para a eliminação das barreiras culturais e religiosas entre os povos» - concedido pela Fundação Sevilla Nodo.
No sopé da serra do Marão, na Teixeira, ergue-se aquela que é considerada por muitos como a aldeia mais remota do distrito do Porto: Mafómedes. A simples visão panorâmica desta povoação merece, por si só, uma visita, mas aproveite e descubra os seus recantos. No final, recupere as energias com o viciante biscoito (doce) da Teixeira...
Não podendo, por isso, ficar esquecida, nem tampouco regressar ao abandono a que há alguns anos foi deixada, tudo por causa de intrigas político-partidárias, que nem sempre permitiram o seu pleno funcionamento.
Que todos entendam que as Associações, para além de serem uma pessoa jurídica registada em Cartório Notarial, são instituições criadas livremente por meio de uma comunidade que deve permanecer unida em torno de valores e princípios tidos como essenciais para garantir as melhores condições às comunidades locais. E alguns desses valores e princípios são a solidariedade, a participação e a cooperação, com vista à busca de objetivos comuns e de interesse para toda a comunidade local.
O Associativismo é um instrumento importante para que determinada comunidade deixe o anonimato e alcance uma maior expressão e desenvolvimento, seja ao nível humano, social, cultural, recreativo, desportivo ou mesmo económico.
ACR GOVE - Associação Cultural e Recreativa de Gove (NIF 503249505)
Data da constituição da Associação: 21 de abril de 1994. Em 2017, consta que foram atualizados os Estatutos
Sediada no lugar da Portela (Rua Campo de Jogos nº 195 4640-270 Baião), na freguesia do Gôve, no concelho de Baião, contém os estatutos de constituição de 21 de abril de 1994.
A sua natureza é de âmbito cultural e recreativa, tendo sido registada junto do Governo Civil do Porto com as seguintes características:
Condições de acesso: Livre
Cota descritiva: Caixa 0112
Código de referência: PT/SGMAI/GCPRT/H-B/001/05618
Na freguesia do Gôve há ainda mais duas associações e uma adega cooperativa, cujos contactos são deixados em baixo, sendo estas:
VISÃO DE UM BAIONENSE, TOMANDO POR BASE OUTRA MARGEM
Como uns sujeitos políticos lá da minha terra referem, apresento-vos mais uma ideia parva do Zé de Baião
Para quem não sabe, a aldeia/lugar de Porto Manso (Ribadouro - Baião) foi alvo de referência por Alves Redool, no seu livro com o título Porto Manso, como sendo "uma aldeia presépio bonito". Referiu o escritor, um dos expoentes máximos do neorrealismoportuguês, que Baião “está ali também à vista do Douro e acasalado com laranjeiras e mais árvores de fruto. Escorre de um monte maneiro em cujo cimo marulham pinheiros… A aldeia ao longe é um presépio bonito”.
Acredito que, a partir destas localidades ribeirinhas, poderiam ser traçadas rotas que incluíssem as vias romanas, trilhos e passadiços, capazes de convidar todos os residentes e visitantes a embrenhar-se em percursos inspiradores que serpenteiam todas as aldeias e lugares do Concelho de Baião, os quais preservam a nossa Identidade, a nossa Memória e a nossa História, a qual foi sendo feita e amadurecida, tomando por base o respeito pela natureza. E nessa natureza foi sendo forjando um dos mais belos territórios, naturais e verdes, repletos de características deslumbrantes e de saberes, cheiros e sabores ímpares e inesquecíveis.
Recorrendo aos raios de sol, à água e à terra, os baionenses foram tendo a capacidade de fazer surgir um conjunto de coisas requintadas na sua equilibrada conceção, imponentes no seu aspeto, altivas no seu porte e mesmo verdadeiros embaixadores da nossa localidade, da nossa região e do nosso país.
São muitos os municípios que alavancaram e alavancam o desenvolvimento sustentável de todo o seu território a partir das margens dos rios, tendo Baião das mais belas paisagens de Portugal e do Mundo.
Como tem vindo a ser referido, através destas encostas, que ligam o rio Douro ao pico do Marão e que serpenteiam o concelho de Baião, marcadas por vales “poderosamente cavados”, onde serpenteiam algumas linhas de água como as do Ovil, de Valadares, do Zêzere, e do Teixeira, desenha-se um dos concelhos mais belos e mais verdes da região...
Através dos sentidos se conquistam os visitantes. Baião é agradável ao olhar, os sons são deslumbrantes, os aromas são únicos e característicos da natureza e dos mais diversos produtos locais e a gastronomia faz-nos salivar.
A Gastronomia de Baião é tão especial que até há quem diga que Eça de Queiroz se apaixonou tanto pela paisagem desta terra como pelos sabores da sua cozinha tradicional quando escreveu "A Cidade e as Serras"...
A ocupação mais antiga deste território concentra-se nos planaltos centrais das serras da Aboboreira e do Castelo e remonta à pré-história recente que se estende por um longo período cronológico de quatro mil anos (V ao I milénio A.C.)...
O concelho de Baião apresenta valores patrimoniais notáveis, panoramas surpreendentes, costumes e tradições que enriquecem e particularizam esta zona do país.
Nesta terra de montanhas e rios - que se rasga até aos céus -, território de água, de vida, esculpido em xisto e granito coberto do verde da floresta, caminhamos por entre sombras e nevoeiros, desvendando os mistérios que se escondem na imaginação do seu povo.
Há uma terra que nos convida a fazer parte da aventura, com lugares que nos inspiram, onde a brisa se torna um aliado, as emoções se realizam e a realidade se transforma em sensações. Há uma terra onde podemos ser autênticos e ousados…
António Alves Redol (Vila Franca de Xira, 29 de Dezembro de 1911 – Lisboa, 29 de Novembro de 1969) foi um escritor considerado como um dos expoentes máximos do neorrealismoportuguês.
Porto Manso é a abalada para o Norte. Já se inferira da obra anterior que regiões diferentes implicavam regimes diferentes de propriedade, logo mentalidades diversas. Alves Redol parte para o Douro, estagia largamente no Pinhão, faz percursos de rabelo, rio abaixo rio acima toma parte nas lides, aprofunda o viver das gentes, torna-se no duriense que precisava também de ser para nos dar Porto Manso [...]. Alexandre Pinheiro Torres