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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
No artigo do boletim económico (ver artigo) publicado pelo BCE é feito um balanço sobre o desempenho dos países da Europa, em matéria de reformas estruturais.
O artigo incide sobre cinco grupos de medidas que foram divididas numa escala com cinco níveis: “sem progressos”, “progressos limitados”, “alguns progressos”, “progressos substanciais” e “progressos totais”.
Contudo, as grandes preocupações dos avaliadores recaem sobre as medidas que dizem respeito às políticas que interessam aos mercados financeiros e não propriamente às políticas sociais e económicas que dizem respeito a todas as pessoas.
De acordo com a avaliação da Comissão, a implementação das reformas do já conhecido "modelo de mercado" é particularmente fraca, quando comparada com outras, como por exemplo, as reformas de âmbito social e laboral.
Apelam por isso:
Dizem que estas exigências visam "alcançar um crescimento mais forte da produtividade e fomentar o investimento.
Mas será essa a Europa que os cidadãos europeus querem ver implementada?
Não sei se sobreviveremos neste mercado regido pelos lobbies financeiros instalados junto do poder político em Bruxelas.
O BCE (ou seja, os representantes dos grandes interesses financeiros) mostra-se chocado com o facto dos países “vulneráveis” não se terem concentrado, durante o ano de 2016, num esforço que dizem pretender ser "reformista". Mas quais são as reformas de que depende o sucesso da Europa? Será que este rumo político-financeiro sustentará a Europa unida e coesa? Duvido muito!.
O certo é que, “de modo geral, os estados-membros da UE tomaram medidas insuficientes para implementar as reformas que respondem às recomendações específicas feitas para cada país”.
Será que essas recomendações são as que fazem mais sentido?
Teremos de perceber antes do capitalismo ou o populismo e a demagocia vencerem.
Um Estado responsável e transparente (que somos nós todos) é muito diferente de um Governo responsável, exigente, transparente e devidamente credível! O Governo é que tem de ser responsável, responsabilizado e devidamente transparente.
Banco de Portugal admite falência do Novo Banco.
Regulador/Supervisor está habilitado a dissolver o chamado ‘banco bom’ caso conclua que não é possível vender todo o património da instituição.
Afinal havia risco para os contribuintes ou não? Quem vai ficar a pagar os prejuízos que os outros fazem à descarada?
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/banco-de-portugal-admite-falencia-do-novo-banco
José Seguro acaba de fazer o mesmo papel que fez Passos Coelho há exatamente 3 anos. Querem novidades? Façam as comparações e retirem as mesmas conclusões. Basta recuar 3 anos, ou seja, ao mês de março de 2011. Ainda se lembram?
Pois digam-nos lá em que é que estamos melhor. A história e os reencontros repetem-se, mas desta vez com resultados e consequências muito piores. Estão à espera de que?
QUEM SE RECORDA DESTA FRASE, FAZ DIA 21 DE MARÇO 3 ANOS?
"Há um limite para exigir sacrifícios aos portugueses" (declarações do PSD em março de 2011)
Os dirigentes do PSD afirmavam que o caminho do PSD não seria igual ao do Governo PS, dizendo que "havia um limite para exigir sacrifícios aos portugueses".
POIS, MAS AFINAL QUAIS FORAM E QUAIS SÃO OS LIMITES?
A FOME?
A MISÉRIA?
O DESEMPREGO?
O SUICÍDIO CONJUNTO?
Ainda me recordo daquela conferência de imprensa emanada da sede nacional do PSD, em Lisboa, a propósito PEC IV, onde Paula Teixeira da Cruz fazia questão de dizer que "o PSD não viabilizaria medidas injustas e imorais".
POIS ESTARÃO AGORA À ESPERA QUE OS SOCIALISTAS AS VIABILIZEM?
Diziam esses tipo do PSD que o caminho seria outro: "cortar nas despesas do Estado e promover o crescimento económico em condições de igualdade".
POIS NO ESTADO (SAÚDE, EDUCAÇÃO, APOIOS SOCIAIS, PENSÕES E REFORMAS) JÁ MUITO CORTARAM E QUEREM CONTINUAR A CORTAR, MAS JUSTIÇA E IGUALDADE VEMOS CADA VEZ MENOS!
Diziam esses mesmos sujeitos, há exactamente 3 anos, "que aquilo que não podia continuar a acontecer era o Governo exigir sacrifícios consecutivos aos portugueses sem nenhum objectivo que não seja continuar a engordar a máquina do Estado", acrescentava a vice-presidente do PSD.
QUE MAIS QUEREM QUE LHES DIGA?
QUANDO É QUE O CIDADÃO VAI ACORDAR E DETERMINAR O RUMO QUE QUER PARA O SEU PRÓPRIO PAÍS E PARA UMA VIDA DIGNA?
As notícias concluem apenas o seguinte: "Encontro em S. Bento para alemão ver"
Pelo menos parece que levaram para a reunião uma agenda política: Uns vão"firmes e duros" , outros moles e casmurros.
Mas nós somos todos palhaços?
ACORDEM!!!
Reflexão ao som e imagem do Prof. Dr. Teixeira dos Santos no debate do Clube dos Pensadores de Gaia, sob a coordenação de Joaquim Jorge. Quem me conhece sabe que estou a ouvir e sempre a anotar e a questionar. Por isso, hoje fiz o mesmo ao som e imagem do ex- ministro das Finanças Prof. Dr. Teixeira dos Santos.
Deixo aqui as notas soltas e as questões que ia fazendo a mim próprio.
Teixeira dos Santos começa o debate por referir que, desde a criação do euro, vários países viveram durante cerca de uma década, já com a moeda única, com dívidas muito elevadas, como por exemplo sucedeu com a Grécia e sem que os mercados agissem.
O que eu pergunto é: Sem que ninguém desse por nada, ou sem que alguém pretendesse agir? Estariamos à espera do quê, para agir?
Outra questão que eu coloco é se esta crise terá sido originada só pelo caso da Grécia? Claro que tem um enquadramento mundial, senão vejamos o que sucedeu nos EUA.
Refere Teixeira dos Santos que, quando a UE e os mercados acordaram para a realidade e para as fragilidades destes Estados soberanos em dificuldade, já estes estavam excessivamente endividados, pelo que, a única solução seria deixar, ou não, falir esses Estados, situação que, a deixar falir, obrigaria à saída do euro e isso os senhores dos mercados não queriam.
Na minha opinião, esta era mesmo a intenção dos banqueiros. Pressionar sem deixar cair, sendo que, assim, os Estados comprariam dinheiro a um juro mais caro, isto porque nenhum Estado soberano em dificuldades se arriscaria a sair sozinho da zona euro.
Mas porque é que estes Estados soberanos estavam à espera que os outros agissem, se eles próprios é que tinham conhecimento das suas contas, das suas dívidas e das suas fragilidades?
Teixeira dos Santos refere que os mercados assentam numa "espécie de trindade quase sagrada", a qual funciona como um pilar constitutivo do euro (impresso no Tratado de Maastricht), trindade esta que visa defender um pacto de "suicídio conjunto" para todos os países da zona euro ( “no bail-out, no exit, no default” ). Mas será que é um pacto a cumprir até à última por todos os Estados? Ou os grandes sairia mal se sentissem afetados? Um dia saberemos!
Assim, tornou-e claro que a zona euro não estava preparada para enfrentar crises desta natureza, mas estava bem preparada para efectuar pressão sobre os Estados soberanos mais frágeis.
Mas será que a Europa e os Estados soberanos já estão preparados para todas essas fragilidades? Ou estaremos à espera do suicídio coletivo?
Eu, um simples rabelo que que não sou economista, mas que vivo atento e preocupado com a grave situação que atravessamos, chego, por vezes, a concordar com aqueles que defendem que a zona do euro precisa é de umas finanças funcionais, sendo que o BCE existe, mas não serve para nada, deixando os Países à deriva e os mercados desregulados e a fazer pressão sobre os Países mais frágeis, situação esta prevista e impressa, desde o início, no Tratado de Maastricht (Art.º 123.º do Tratado - determina que só os bancos podem emprestar dinheiro aos Estados "soberanos" - SOBERANOS?).
Andamos nós sucessivamente iludidos e em discussões inconsequentes sobre os PECs, mas nenhum dos partidos os arco do poder acaba a defender vigorosamente a alteração do Tratado, de modo a permitir que o BCE possa emprestar dinheiro, a baixos juros, diretamente aos Estados em dificuldades.
Nestes termos, em que hoje vivemos na Europa, por um ou outro disfarce de melhoria que nos vendam, voltaremos eternamente a pagar juros altos e a ficar eternamente mais endividados.
Depois vêm todos dizer-nos que é necessário estabilidade política, que os partidos do arco de poder se entendam ou que façam um pacto de salvação nacional,..., MAS PARA SALVAR QUEM E O QUE?
PARA SALVAR A SITUAÇÃO ECONÓMICA DOS PORTUGUESES OU PARA CONTINUAR A ENCHER OS AGIOTAS COM OS LUCROS QUE OBTÊM ATRAVÉS DÍVIDA?
Creio que afinal o outro senhor tinha razão, quando dizia que a dívida nunca seria para pagar.
Afinal para que queremos nós um Banco Central Europeu? Para encaichar ex-governantes em lugares altamente remunerados?
Se o BCE só serve para encaixar agiotas e para vender dinheiro barato aos bancos, para que estes lucrem ao vende-lo aos Estados soberanos, então mais valia acabar-se de vez com um banco central.
Mas será que vivemos num Estado soberano e temos mesmo um Banco Central? Ou teremos uma federação de banqueiros?
Acredito cada vez mais que as medidas de austeridade não servirão para resolver absolutamente nada e muito menos para resolver as dívidas dos Estados soberanos. Estão é a servir para os grandes grupos financeiros ganharem dinheiro e continuarmos a ficar cada vez mais endividados e mais pobres.
A zona do euro está urgentemente a precisar de uma nova e bem diferente abordagem funcional para o financiamento da política económica, situação que exige que o Banco Central Europeu funcione como emissor e emprestador dos fundos necessários à alavancagem social, laboral e económica.
A excessiva recusa e pressão dos mercados e a complacência dos políticos/BCE para com os banqueiros, está a atirar os valores económicos dos Estados soberanos para níveis insustentáveis.
Se os mercados, os Estados soberanos e o BCE se entendessem, ou seja, se a Europa e os europeus se entendessem e deixassem de ser neoliberais capitalistas e egoístas, poderiam facilmente comprar a dívida dos Estados em dificuldade, a um juro reduzido, ou até sem juros.
Não se trata de não pagar, sendo que considero que todos devemos assumir os compromissos que assumimos. No entanto, para que um Estado e o seu povo consigam cumprir com os seus compromissos e asumir as suas responsabilidades, primeiro é necessário apurar qual a quota da nossa responsabilidade e depois termos as condições dignas para liquidarmos as nossas dívidas.
Mas, como já todos se aperceberam, os mercados das grandes praças financeiras e os grandes grupos económicos que mandam no mundo e na política, preferem a lógica do "suicídio conjunto", mas isto só durante o tempo em que podem continuar a pressionar e a lucrar com essa lógica. Quando os mercados estiverem, também eles próprios, com a corda ao pescoço, virão defender a lógica keinesiana do investimento público, com o intuito de voltarem a ganhar, mas só se virarão para o modelom keinesiano depois de sugados e explorados os Estados soberanos e os seus povos, ao máximo possível.
Porque é que não se altera o enquadramento legal europeu?
Porque é que esse novo enquadramento não faz parte da agenda política de todos os partidos e da exigencia de todos os cidadãos, já que as dificuldades estão por toda a Europa?
Será porque quem manda verdadeiramente não são os políticos, mas sim os grandes grupos económicos?
Já não vivemos em Democracia, vivemos sim é num sistema político-empresarial que nada tem a ver com os princípios e valores humanos e democráticos.
É a lógica dura e crua do capitalismo neliberal!
Infelizmente, a probabilidade de uma solução política rápida, com vista à alteração do tratado da UE é altamente improvável. Portanto, o cenário mais provável e menos doloroso para os Estados soberanos em dificuldades poderá vir a ser a saída forçada do Euro, sendo que, aqueles que sobreviverem sairão a ganhar e de novo a dominar.
A Alemanha sabe o que está a provocar!
Portugal, a Itália, a Grécia, a Espanha, entre outros países em dificuldades e sobretudo os Países do Leste da Europa, poderão estar a ser encaminhados silenciosamente para um "suicídio conjunto" programado e previamente previsto pelos senhores dos grandes mercados dos Países mais fortes.
É óbvio que este caminho nos levará a uma desvalorização tremenda e a uma recessão ainda maior, mas pode estar tudo devidamente previsto. A escola económica neoliberal é mesmo assim!
A lição que podemos daqui retirar e para a qual devemos estar muito atentos, é que a soberania financeira e a adequada coordenação das políticas entre as autoridades fiscais e monetárias são os pré-requisitos mais essenciais para a prosperidade económica. Isto sem nunca esquecer a separação entre o poder político e o poder empresarial dos grandes grupos económicos.
Há quem defenda que aquilo que realmente importa não é o nível do deficit e muito menos a dívida nacional, mas sim os seus efeitos sobre o emprego, sobre a estabilidade social e sobre o crescimento económico.
Por isso, estamos à espera de que?
Dependemos de quem? Do povo ou do capital?