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Atendendo a que alinho o meu pensamento e a minha ação por uma base que se denomina "Declaração de Princípios e Valores Socialistas", sinto-me na obrigação de desassossegar por dentro dos partidos, para ver se conseguimos mudar algo por fora. Continuo a acreditar que sem termos a coragem, a capacidade e as competências cívicas e políticas para mudar por dentro dos partidos, pouco ou nada conseguiremos mudar por fora. De pouco serve pensarmos que virá um independente ou novo partido salvar tudo isto, porque não virá.

Partidos, Miguel Coelho, PS, PSD, Eleições Europa, Portugal, Manifesto Programa Projecto Políticas Sociais

 

A (i)responsabilidade é nossa, sim NOSSA, ou seja MINHA e SUA e NÃO DELES!

 

É com base nesta minha opção (acreditem que muito difícil, penalizadora e desgastante) de ação de desassossego que, ao ler o livro do Doutor Miguel Coelho (facebookperfil político, deputado), começo por fazer esta breve reflexão dirigida ao partido que deveria defender as linhas ideológicas com que me identifico (PS).

 

Como tem sido possível constatar, o rumo dos partidos e também do PS, anda desnorteado. Todos sabem que os cidadãos deixaram de acreditar nos partidos e nos políticos, mas praticamente nenhum dirigente de topo pensa nem planeia mudar ou alterar o que quer que seja. Quando se constata que 93,2% (PS) e 75,4% (PPD/PSD) dos elementos do Secretariado Nacional exercem simultâneamente cargos políticos remunerados e que se encaixam sucessivamente em lugares públicos ou privados de topo, é mais do que óbvio que tudo farão para manter a cartelização partidária, ou seja, o controlo sobre todas as estruturas, desde as secções de base, passando pelas concelhias e distritais até às estruturas de direção e governação nacional. 

 

Por estes dias, todos vão falar muito de Portugal e da Europa Social, da democratização por via da participação e da melhoria da representação, da necessidade de credibilização dos partidos e dos políticos, das questões e problemáticas sociais, de Portugal e da Europa dos Cidadãos,  da necessidade de regulação dos mercados e da criação de emprego para relançar a economia, do pluralismo e da diversidade,...

 

Mas acredite que a mudança nunca se fez por "memorando" ou "despacho". A mudança é um processo constante que depende de nós todos, sendo que não podemos continuar à espera que venha um salvador de Portugal, da Europa ou do Mundo fazer esse trabalho por nós.

 

É óbvio que o principal caminho é o da eurocidadania, da solidariedade e da responsabilidade e responsabilização individual, social, política, laboral e empresarial. O problema é que em Portugal e na Europa o sistema político-partidário do arco central do poder está "entrosado" (aquele ou aquilo que se introduz em alguma parte sem ter qualidade para tanto) pelos jogos de interesses que assentam na defesa dos grandes grupos empresariais e financeiros e que determinam o designo social, quando tudo isto deveria ocorrer e funcionar exatamente ao contrário, ou seja, o desígnio social é que deveria determinar o sistema empresarial e financeiro.

 

Como defendeu recentemente o Doutor Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho  (Os Partidos Políticos e o Recrutamento do Pessoal Dirigente em Portugal, 2014), “ o PS e o PPD/PSD, revelaram-se semelhantes”. No início o PS ainda se regia e “revia no quadro dos valores e do socialismo humanista”, mas depressa se direccionou para o modelo de “partido de quadros”. Situação esta que veio a demonstrar “uma maior insatisfação dos militantes socialistas quanto à sua participação na escolha dos dirigentes nacionais e regionais”

 

É ainda possível inferir que os partidos do arco do poder (PS e PPD/PSD) “são estruturas de militantes em processo de atomização” , ou seja, “estratificados entre militantes” de topo, que vão ocupando e controlando os cargos dirigentes em institutos e empresas  públicas e privadas e os militantes de base que se limitam a funcionar como meras massas de aplauso e de voto, sem a devida reflexão e, pior, sem qualquer poder de escolha, de participação/tomada de decisão regional, nacional ou europeia.

 

Os partidos alinharam-se pela denominada estratégia de “catch all” (que procuram abranger tudo e apanhar tudo, perdendo a ideologia e buscando a maximização dos espaços de controlo e de poder), situação que “terá favorecido a emergência de uma situação característica dos tipos de partido de cartel” (Cartelização partidária é o acordo político-empresarial estabelecido entre políticos de topo e grandes grupos empresarias, que se organizam numa espécie de sindicato que visa dominar os mercados e impor os preços, suprimindo ou criando impedimentos à devida regulação e à salutar concorrência/desenvolvimento socioeconómico).

 

Note-se que, no “PS, há uma quase total omnipresença das equipas dirigentes do Secretariado Nacional em cargos políticos remunerados (93,2%)". Nestes termos, como é que as bases e os valores da generalidade dos militantes socialistas e sociais democratas podem vingar? Como é que podem os cidadãos e militantes de base contrariar esta “Lei de Ferro “ dominada pelo circulo que integra a cúpula dos partidos?

 

Isto é Democracia? Pode ser algo a que chamam de estrutura organizacional “participativa e representativa”, mas NÃO É CERTAMENTE DEMOCRACIA PARTICIPADA NEM DEVIDAMENTE REPRESENTADA!

 

Mas nem tudo está perdido, sendo que dentro do PS ainda há cidadãos militantes de causas e valores (é certo que são mais os de base do que os de topo, mas que os há, disso não tenho dúvidas) os quais consideram que “as políticas sociais constituem o território que separa, impressivamente, o PS do PPD/PSD”.

 

 

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SOBRE O "MANIFESTO DOS 70" EU QUERO TODA A VERDADE, SENDO QUE NÃO VOU EM CANTIGAS DE NEOLIBERAL CAPITALISTA DISFARÇADO DE KEYNESIANO, NEM EM KEINESIANO QUE QUER É CONTINUAR COM AS MORDOMIAS. 

Manifesto sobre reestruturação da dívida pública portuguesa

 

O POVO BARALHADO E DISTRAÍDO É O QUE MAIS INTERESSA! 


A minha avó não sabia ler, mas já me dizia: "primeiro ler, reler e treler"


Será que alguém leu com muita, mas muiiitttaaaa atenção o "manifesto dos 70"?

 

Ninguém estranha tanto ex-(des)governante junto?

 

Deixo aqui um dos segredos dos neoliberais capitalistas que se tornam keynesianos: sempre que um governo vem dizer que é necessário estimular a economia por meio de um aumento dos investimentos (gastos) públicos, o que ele está na realidade a dizer é que pretende aumentar os privilégios ou lucros de alguns empresários amigos do sistema, à custa de quem trabalha e paga impostos ou juros de dívida infinitos.

 

Os liberais que se dizem defensores do keynesianismo nunca dizem a verdade nem têm princípios éticos e morais para assumir o que pretendem atingir à custa de todo um povo desinformado e sufocado. Todos eles dizem que isto ou aquilo é apenas para "criar empregos", "dinamizar a economia", "fomentar o crescimento", "melhorar o tecido social" ou mesmo "ajudar os mais desfavorecidos". ISSO É TRETA DE NEOLIBERAL CAPITALISTA QUE SE DIZ DEFENSOR DA LINHA IDEOLÓGICA KEYNESIANA! OLHEM COM ATENÇÃO PARA A ESCOLA ECONÓMICA NEOLIBERAL AUSTRÍACA E VEJAM COMO ATACAM PAUL KRUGMAN (Nobel da Economia de 2008).

 

Face a tamanha amálgama de subscritores e ao perfil de muitos deles, sobre os quais devemos estar 101 pés atrás, que sei não serem masoquistas, mas também sei não serem ingénuos nem inocentes, gostava que se pudesse esmiuçar devidamente o documento e conseguíssemos clarificar e avaliar tudo muito bem, sendo que há prós e contra e não se pode ir na onda só porque, assim de repente, uns carolas da esquerda à direita se lembraram de subscrever um documento, com toda a legitimidade de cidadãos, é certo, mas sem qualquer legitimidade representativa - é mera pressão e já sabemos que sob pressão não se tomam as melhores decisões e os riscos serão sempre maiores.

 

Antes de se subscrever e defender o que quer que seja, devemos ler com muita atenção as entrelinhas, sob pena de podermos ser sucessivamente iludidos ou enganados.

 

Eu até concordo com a generalidade do documento, mas,...


Há por ali tanto carola que já tiverem responsabilidades políticas e (des)governativas que prefiro ler com muita atenção o documento e confrontar as minhas opiniões com as dos outros.

 

Sabem que é muito fácil responder e subscrever de forma NIM. Mas também é muito fácil ser levado pela onda e sem se refletir.

É certo que este manifesto visa olhar de frente para a realidade do nosso país , mas não nos podemos esquecer que não temos todos os dados do nosso lado e nem sequer podemos avaliar se, na realidade, o país caminha para o suicídio.

 

Recordo só que o Tratado Europeu já previa um suicídio, mas conjunto (uma espécie de trindade sagrada defendida pelos banqueiros, a qual funciona como um pilar constitutivo do euro, mas também arruinador dos países mais pequenos e/ou em dificuldades (“no bail-out, no exit, no default”).

 

A estarmos assim tão mal e a constatarmos como parece estar a Europa, porque é que em vez de se anunciarem publicamente pedidos de reestruturação, não se defende uma verdadeira Europa Federalista, com um verdadeiro Banco Central Europeu e assente num Estado Social para todos os europeus?

 

Será que pretendemos viver infinitamente a pagar juros e numa Europa que mais não é do que uma federação de bancos e de transacções financeiras que assentam nos grandes grupos económicos e nas grandes praças financeiras que não vêem mais do que cifrões de lucro?

 

Uns dizem que temos de reestruturar urgentemente a dívida para abrandar a austeridade, ou seja, os cortes em salários e pensões (sobretudo preocupações de quem tinha e tem salários e pensões acima da média), outros defendem que devemos enveredar pela via do "light restructuring”, ou seja, por uma uma reestruturação mais suave e discreta de modo a não dar ainda mais lucro ao bandido, sendo que, nestes termos, estaremos a baixar as calças e a pedir-lhes para nos continuarem a "embundar" à vontade.

 

Mas o certo é que, de uma forma ou de outra, por este andar, vamos continuar a viver sufocados por um sistema politico-financeiro neoliberal, sendo que ninguém demonstra ter coragem para enfrentar de caras este gigante touro europeu.

 

Face a tudo isto, deixo um alerta: Cuidado que até os neoliberais capitalistas da escola económica austríaca, acabam a defender a ideologia keynesiana (investimento/apoio público), mas para voltarem a ganhar sempre a dobrar, ou seja, primeiro sugam até ao máximo dos máximos o povo (austeridade em cima de austeridade) de modo a ter tudo na mão e ao desbarato e depois vêm como salvadores da Pátria a defender o povo, que já está sufocado e sem poder pagar, para que se volte a fazer investimento público que lhes permita continuar o ganho.

 

Nenhum sistema político-financeiro ou gigante empresarial nos quer ajudar, quer é ter o ganho sempre certo e de preferência sempre o máximo possível, nem que por vezes tenham de se mostrar como salvadores da pátria.

 

LEIA COM MUITA ATENÇÃO:


- O MANIFESTO: http://expresso.sapo.pt/leia-na-integra-o-manifesto-que-pede-a-reestruturacao-da-divida=f860341

 

- OS 70 MANIFESTANTES: http://expresso.sapo.pt/veja-a-lista-das-70-personalidades-que-assinaram-o-manifesto=f860343


- OS 9 ERROS DO MANIFESTO: http://expresso.sapo.pt/os-9-erros-do-manifesto-dos-70=f860405

 

- AS 9 FALÁCIAS SOBRE O MANIFESTO: http://expresso.sapo.pt/as-nove-falacias-de-joao-vieira-pereira=f860682

 

- MANIFESTO PROVA QUE HÁ ALTERNATIVAS: Manifesto prova que há alternativas, diz Ferrro Rodrigues: http://expresso.sapo.pt/manifesto-prova-que-ha-alternativas-diz-ferrro-rodrigues=f860258#ixzz2vsaSI8G2

 

- A CORRIDA ENTRE ESQUERDA E DEIREITA, MAS TUDO CENTRAL: Reestruturação da dívida - Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come: http://expresso.sapo.pt/reestruturacao-da-divida-se-correr-o-bicho-pega-se-ficar-o-bicho-come=f860263#ixzz2vsajsTjz

 

REESTRUTURAÇÃO NÃO: "Está totalmente fora de questão reestruturar a dívida":  http://expresso.sapo.pt/esta-totalmente-fora-de-questao-reestruturar-a-divida=f860401#ixzz2vsb1Aolh

 

- A PERTURBAÇÃO: http://expresso.sapo.pt/o-manifesto-que-perturbou-o-inevitavel=f860493

 

- OS ANTI-MANIFESTO: http://economico.sapo.pt/noticias/um-manifesto-antimanifesto_188896.html

 

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