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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
Car@s amig@s de Baião, a nossa terra e a nossa gente. Por acaso viram a reportagem do jornal da noite, de ontem, 5/12/2013, sobre Felgueiras?
Não estará na hora de reflectir e até de enviar algumas pessoas para fazerem uns estágios por terras de Felgueiras. Afinal é tão perto e tão longe. Tão perto do desenvolvimento e tão atrasados. Tanta imagem e tão pouco emprego. Tanta festa e tão pouca cultura. Tantas camas e tão baixo valor acrescentado,...
MAS OS EXCELENTES QUEM SÃO? SERÁ QUE UM DIA VAI CONSEGUIR ALIMENTAR-SE DA IMAGEM OU DE PROTAGONISMOS PESSOAIS? APRENDI NA NOSSA TERRA QUE AS VAIDADES NÃO PAGAM DÍVIDAS.
PARA ONDE ESTÁ A DESLOCAR-SE O VALOR ACRESCENTADO? E NÃO PENSEM QUE É TUDO FRUTO DO CALÇADO, PORQUE NÃO É, SENÃO VEJAMOS:
1- Felgueiras, desde 2008, diminuiu o desemprego em cerca de 20%, quando em Baião não pára de aumentar;
2- Recordam-se de eu tanto insistir sobre as mais-valias da Adega Cooperativa de Baião, que está a ser dotada ao abandono? Pois saiba que as últimas vindimas em Felgueiras também creceram cerca de 20%, sendo produzidos 4, 8 milhões de litros de vinho verde, grande parte do qual está a ser exportado. Agora imaginem quanto dinheiro não poderia ser feito com cerca de 5 milhoes de litros de vinho e, se apostassemos na marca e na qualidade do vinho e das culturas da nossa terra, quanto não seria o valor acrescentado e o emprego gerado. Em meados de novembro a Cooperativa de Felgueiras já tinha pago aos seus sócios, mais de 1 milhão de euros;
3- Felgueiras deixou de apostar nos espectáculos e passou a apostar nas pessoas e nas empresas, sendo que o valor acrescentado tem vindo a crescer significativamente, enquanto em Baião as empresas estão cada vez mais em dificuldades e o poder de compra das pessoas atirou o nosso município para o lugar dos mais pobres da nossa região;
4- Felgueiras não aumentou o número de camas, mas aumentou o valor acrescentado das empresas locais. Baião tem aumentado o n. de camas, mas o valor acrescentado das empresas de Baião tem vindo a diminuir. Afinal de contas para onde estão a ir as mais-valias geradas em Baião? Pelo rio abaixo? Para o estrangeiro?
ALGO ESTÁ A FALHAR NA ESTRATEGIA, PELO QUE, OU SE MUDA A ESTRATEGIA OU SE MUDAM AS PESSOAS.
Reflicta sobre alguns dados que se seguem e compare outros do INE ou PORDATA e pergunte a si próprio se não haverá necessidade de mandarmos fazer uns estágios para o vizinho concelho de Felgueiras.
Será que os nossos familiares terão todos de emigrar? Não se consegue fazer melhor pela nossa terra e pela nossa gente? Para onde está a ir o valor acrescentado de Baião?
Poderão vir argumentar que estamos a falar de concelhos com dimensões populacionais diferentes, mas analisem os dados em termos percentuais e reparem bem que começamos com números muito aproximados, sendo que Felgueiras disparou para cima e Baião para baixo.
Nao seria mau analiar bem estes dois concelhos e verificar em que falhamos no passado e no que continuamos a falhar.
Sou do Norte, Sou de Baião, tenho quase todos os amigos e familiares, da minha geração, emigrados, pelo que, estas notícias vindas de França preocupam-me muito e devem preocupar-nos a todos.
Li no Jornal Expresso, do dia 2 de dezembro de 2013, que a França quer acabar com os trabalhadores europeus de baixo custo, querendo isto dizer que querem acabar com milhares de empregos, de recursos, da nossa gente. Política com a qual eu até concordaria, caso não se tratasse de uma forma encapotada para mandar os portugueses de regresso a casa e para o desemprego.
Recordo que, só em França, encontram-se cerca de 100.000 trabalhadores portugueses com contractos precários e muitos outros milhares “destacados”, ou seja, pagos por baixos salários, que são processados em Portugal, por vezes até a explorar a nossa gente humilde. Mas que vai ser desta gente e destas pequenas e médias empresas?
É sabido que a Frente Nacional de Marine le Pen defende a "preferência nacional" dos franceses no acesso ao emprego em França.
E que vai ser da nossa gente?
Estamos preparados para este regresso a casa?
Lembram-se do que sucedeu com os “retornados”?
Sabem o que isto quer dizer?
Quer dizer, claramente, que se preparam para enviar para casa uns milhares de portugueses que ainda conseguiam trabalho no estrangeiro.
Já aqui falei nesta preocupação e volto a questionar: Como é que vamos um dia absorver toda esta gente nas nossas localidades do interior, onde já somos dos mais pobres e onde o trabalho remunerado é cada vez mais escasso?
Como é que se estão a preparar as autarquias locais para esta realidade assustadora?
Planeiem com tempo, sendo que, muito em breve será tarde demais!
Fontes: