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Há 1001 alunos a estudar nas instituições de ensino superior do interior e ainda à espera do pagamento das bolsas de estudo do Programa +Superior. 

Programa bolsas + superior universidade politécni

 

Porquê tanto atraso? Já teve início o 2.º semestre do ano letivo e até hoje ninguém consegue dar uma resposta concreta aos estudantes. Fala-se dos atrasos orçamentais.
 
Em 30 de janeiro de 2015, informava a comunicação social que teriam sido atribuídas 1001 bolsas no âmbito dos incentivos previstos no programa +Superior. Contudo, devido à mudança de Governo e, pelo que parece, também devido a atrasos na execução dos fundos comunitários, o facto é que, até hoje, ninguém sabe dar uma resposta concreta aos estudantes.
 
As bolsas do programa + Superior, que arrancou no presente ano letivo 2015-2016, têm o valor de 1500€ cada e visam:
  • >Promover a coesão territorial pela atração de população jovem para regiões em perda demográfica;
  • >Reforçar a contribuição de todas as universidades e institutos politécnicos para o desenvolvimento regional;
  • >Incentivar a fixação de futuros diplomados nas regiões mais desfavorecidas do país;
  • >Utilizar melhor a capacidade educativa instalada.

 

Segundo a última informação do Ministério de da Direção-Geral do Ensino Superior, de janeiro de 2016, "o pagamento destas bolsas está dependente de Programas Operacionais Regionais de financiamento, cujos concursos só agora se iniciaram", refere uma nota do Ministério da Educação e Ciência (MEC), enviada à agência Lusa. Segundo esta nota, foi referido que "a Direção Geral do Ensino Superior já iniciou os procedimentos e utilizará antecipação de fundos para que os pagamentos sejam feitos a breve trecho". O facto é que, até hoje, os estudantes questionam a DGES e as Instituições de Ensino Superior, mas ninguém tem uma resposta concreta para dar.
 
Podiam candidatar-se a uma bolsa +Superior todos os estudantes inscritos no ensino superior colocados no concurso nacional de acesso deste ano letivo (2015-2016), numa das 12 instituições abrangidas pelo programa, desde que sendo de nacionalidade portuguesa ou de um Estado-membro da União Europeia e com residência habitual em Portugal, e que não tenha origem nas regiões onde se localizam as instituições abrangidas. 
 
Fazem parte do programa +Superior as universidades da Beira Interior, de Évora e de Trás-os-Montes e Alto Douro, e os institutos politécnicos de Beja, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Portalegre, Santarém, Tomar, Viana do Castelo e Viseu (fonte).
 
DOS FACTOS:
  • No dia 20 de julho de 2015, é publicado o Regulamento do Programa +Superior para o Ano Letivo de 2015-2016, visando este programa contribuir para a plena utilização da capacidade do ensino superior público, incentivando e apoiando a frequência de instituições com menor procura por se encontrarem sediadas em regiões do país com menor pressão demográfica;
 
  • No dia 24 de julho de 2015, é publicado o Aviso n.º 8151-A/2015, nos termos do previsto na alínea c) do artigo 5.º do Despacho n.º 7979 -Q/2015 (2.ª série), de 20 de julho, e no seguimento da decisão tomada pelo órgão legal e estatutariamente competente de cada instituição de ensino superior ao abrigo da alínea a) do citado artigo, a distribuição das bolsas de mobilidade a atribuir no ano letivo de 2015-2016, no âmbito do Programa +Superior, nos pares instituição/ciclo de estudos, as quais podem ser consultadas aqui:
 
O QUE É O PROGRAMA +SUPERIOR
 
O Programa +Superior é uma medida que visa contribuir para a plena utilização da capacidade do ensino superior público, incentivando e apoiando a frequência de instituições com menor procura por se encontrarem sediadas em regiões do país com menor pressão demográfica.
 
O Programa +Superior assume os seguintes objetivos estratégicos:
 
>Promover a coesão territorial pela atração de população jovem para regiões em perda demográfica;
>Reforçar a contribuição de todas as universidades e institutos politécnicos para o desenvolvimento regional;
>Incentivar a fixação de futuros diplomados nas regiões mais desfavorecidas do país;
>Utilizar melhor a capacidade educativa instalada. (http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Estudantes/maisSuperior/).
 

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O RABELO | Erasmus rumo à Europa da diferenciação

por José Pereira (zedebaiao.com), em 13.02.16

Referem os relatórios da Comissão Europeia que o Programa Erasmus terá atingido este ano um total global de 3 milhões de estudantes em mobilidade, isto desde que foi criado em 1987, altura em que 25 alunos portugueses também foram estudar para fora do país por via deste programa de mobilidade.

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Contudo, apesar dos relatórios da CE só reportarem os dados até ao ano letivo de 2013/2014, ano até ao qual  o número de estudantes portugueses em mobilidade não tinha parado de aumentar, atingindo-se no ano letivo de 2012/2013 o maior número de estudantes portugueses integrados no programa Erasmus (7041),  o certo é que, desde então, o número de estudantes a sair em mobilidade não tem parado de baixar, enquanto as entradas de estudantes estrangeiros têm vindo a subir.

 

A crise económica,  a par do baixo valor das bolsas de estudo e de Erasmus, tem vindo a afetar sobretudo os estudantes bolseiros e de menores recursos económicos, os quais se vêem impedidos de concorrer ao programa de mobilidade por falta de recursos económicos. 

 

Ao saber-se e reconhecer-se a realidade das dificuldades económicas,  seria muito importante que a CE, o Ministério,  a Direcção-Geral do Ensino Superior e as Instituições de Ensino/SAS estudassem a realidade da mobilidade dos estudantes bolseiros e oriundos de famílias mais carenciadas. 

 

Quem trabalha nos Serviços de Ação Social conhece bem a realidade das dificuldades que enfrentam os estudantes mais carenciados e as suas respetivas famílias que não têm meios de suportar essa extraordinária vivência europeia. Isto quando todos sabemos que a Europa não se consegue ensinar pelos livros, mas sim pela vivência e experiência.

 

Pelo que nos temos vindo a aperceber, tudo indica que a percentagem de estudantes mais carenciados em mobilidade é muito reduzida, estando a ser coartado esse direito por falta de condições económicas e não por qualquer critério de mérito ou de motivação.

 

Como é que um estudante economicamente carenciado, com uma bolsa Erasmus na média de 274€, conseguirá concorrer ao programa de mobilidade e arriscar-se a suportar os encargos daí decorrentes? Vai por essa Europa fora e fica a viver debaixo da ponte?

 

Note-se que um eurodeputado, para além do elevado salário,  recebe um valor diário de ajudas de custo superior à bolsa média mensal dos estudantes Erasmus, sendo por isso expectável que defendesse melhor as condições de estudo e de mobilidade, assentes no mérito e não nas condições socioeconómicas.

 

Que Europa e que justiça social é esta?

 

A Comissão Europeia está a pactuar com a diferenciação entre os estudantes que pertencem a famílias que podem suportar os custos decorrentes da mobilidade e aqueles que, por melhores alunos que sejam, só porque não têm condições económicas suficientes, acabam por ficar sempre de fora.

 

Será esta a Europa dos cidadãos com mérito?

 

Para que melhor se perceba e reflita sobre esta temática e problemática,  será bom proceder a uma análise mais aprofundada sobre os três relatórios que a Comissão Europeia acaba de publicar sobre o financiamento da UE na área da educação, formação , juventude e desporto, versando estes sobre:

 
● O primeiro ano de execução do Programa Erasmus+;
 
● O programa de financiamento da UE para a educação, formação, juventude e desporto entre 2014-2020;
 
● As estatísticas sobre o número de estudantes e de mobilidade pessoal e o impacto do Programa Erasmus em termos de benefícios regionais.
 

2016-02-13 11.12.52.png

Veja-se que, se a nível global, o Erasmus manteve a tendência de crescimento contínuo ao longo dos últimos 28 anos, aumentando 2% face ao ano anterior, para um total de 272.497 alunos envolvidos em 2013/14, o certo é que Portugal tem vindo a ficar para trás e a perder estudantes em mobilidade, fazendo parte de um grupo de 10 dos 33 países envolvidos neste programa onde houve uma quebra da procura, juntamente com Espanha, Polónia, Suécia e Noruega, entre outros.

Para aprofundar este estudo veja mais aqui

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Acabamos de tomar conhecimento dos resultados da segunda edição do ranking mundial da U-Multirank, tendo sido destacadas, em termos nacionais, as Universidades e Politécnicos que se seguem: 

1.º Universidade Nova de Lisboa (13 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 54% de pontuações máximas;

2.º Universidade de Aveiro (10 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 37% de pontuações máximas;

3.º Universidade de Lisboa (10 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 36% de pontuações máximas;

4.º Universidade do Porto (10 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 33% de pontuações máximas;

5.º Universidade de Coimbra (10 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 33% de pontuações máximas;

6.º Universidade do Minho (10 indicadores máximo ("A Muito Bom) = 32% de pontuações máximas.

 

Dos Institutos Politécnicos analisados, destacam-se os resultados que se seguem na tabela e que poderão ser consultados aqui.

 

Em termos globais, poderão consultar aqui o ranking das 553 Universidades europeias e ainda o ranking mundial (podendo proceder a comparações entre 1210 Instituições de Ensino Superior)

 

 

RASCUNHO DE TRABALHO: Artigo em desenvolvimento

Nº de A scores_Multiranking Universidades 2015_U+

Por outro lado, o Relatório Europeu (Eurydice: "A Modernização do Ensino Superior na Europa: Acesso, Retenção e Empregabilidade" 2014 ) revela que 1 em cada 3 alunos que ingressou no ensino superior está a desistir. O acesso ao ensino superior, os níveis de retenção dos alunos e a empregabilidade dos cursos foram analisados pelo gabinete da Comissão Europeia (CE), conclusões que se encontram publicadas neste relatório.

 

 

Lusa

 

O estudo Eurydice, que analisou 34 sistemas e políticas de educação na Europa, considera ainda que, apesar das "taxas inaceitáveis" de desistência registada em muitos países, "existem poucos exemplos nacionais de estratégias claras para atacar a questão" e que poucos Estados-membros têm desenvolvido políticas diferenciadas e focadas nos problemas concretos dos seus estudantes.
 
"Poucos países desenvolveram iniciativas, estratégias e medidas para melhorar o acesso dos grupos de estudantes que estão em minoria no ensino superior", lê-se no documento, que dá como exemplos os alunos com deficiências, estudantes mais velhos, minorias étnicas ou pertencentes a famílias carenciadas.
 
Perante esta realidade, as instituições de ensino superior devem identificar e apoiar os estudantes com mais necessidades, defendem os relatores do documento, lembrando que esses apoios devem ser dados logo no primeiro ano de estudos dos alunos.
 
Fornecer informação e aconselhamento é outra das sugestões para travar a retenção e aumentar o sucesso escolar.

 

Mas nem tudo é mau, sendo que o ensino superior português vê também agora destacadas algumas universidades portuguesas como sendo das melhores da Europa e do Mundo 

U Nova Lisbon

NOVA University

Campus de Campolide

1099-085 Lisbon

Portugal

http://www.unl.pt/

 

U Lisboa

University of Lisbon

Reitoria, Alameda da Universidade, Cidade Universitária

1649-004 Lisbon

Portugal

http://www.ulisboa.pt/

 

U Porto

University of Porto

Praça Gomes Teixeira

4099-002 Porto

Portugal

http://www.up.pt

 

U Aveiro

University of Aveiro

Campus Universitário de Santiago

3810-193 Aveiro

Portugal

http://www.ua.pt

 

U Coimbra

University of Coimbra

Rua da Ilha

3000-214 Coimbra

Portugal

http://www.uc.pt/en

 

U Minho

University of Minho

 

Largo do Paço

4704-553 Braga

Portugal

http://www.uminho.pt/

 

U Algarve

University of the Algarve

Campus da Penha

8005-139 Faro

Portugal

http://www.ualg.pt

 

U Beira Interior

Universidade da Beira Interior

Convento de Santo António

6201-001 Covilhã

Portugal

http://www.ubi.pt

 

Polytech. Inst. Braganca

 

Polytech. Inst. Lisbon

 

U Madeira

 

U Institute Lisbon

 

Polytech. Inst. Viana do Castelo

 

Catholic U Portugal

 

U Evora

 

Polytech. Inst. Leiria

 

U Fernando Pessoa

 

Polytech. Inst. Setúbal

 

Higher Sch. Education Porto

 

Polytech. Inst. Coimbra

 

Polytech. Inst. Portalegre

 

Polytech. Tomar

 

Portucalense U

 

Estoril Higher Inst. for Tourism

 

O projeto U-Multirank é uma nova abordagem orientada para o utilizador multidimensional de classificação internacional das instituições de ensino superior. É comparado o desempenho das instituições de ensino superior, nas cinco grandes dimensões da atividade universitária:

(1) o ensino e a aprendizagem,

(2) a investigação,

(3) a transferência de conhecimento,

(4) orientação internacional e

(5) envolvimento e compromisso regional.

 

A ferramenta web U-Multirank permite a comparação ao nível da universidade como um todo e ao nível dos campos específicos de estudo. Com base em dados empíricos o U-Multirank compara instituições com perfis institucionais semelhantes ("like-com-like ') e permite que aos utilizadores a possibilidade de desenvolver seus próprios rankings personalizados, escolhendo indicadores em termos das suas próprias preferências.

 

Trata-se de um estudo compilado e financiado pela Comissão Europeia.

 

Em termos nacionais, a Universidade Nova de Lisboa é, nestes termos, a universidade Portuguesa com maior número de pontuações máximas, com 13 indicadores classificados na categoria A (Muito Bom).

O U-Multirank inclui atualmente os dados de mais 1200 instituições de ensino superior, de 85 países diferentes, e desenvolve uma abordagem inovadora e multidimensional, através de uma ferramenta de análise comparativa do desempenho das instituições em 31 indicadores, organizados em 5 grupos distintos: ensino e aprendizagem, investigação, transferência de conhecimento, orientação internacional e envolvimento regional.

A U. NOVA foi assim classificada com a pontuação máxima nacional (categoria A – Very Good) em 13 dos 31 indicadores de avaliação utilizados, sendo que os indicadores em que a U. NOVA obteve a classificação máxima foram os seguintes:

  • ResearchResearch publications (absolute numbers); Research publications (size-normalised); External research income; Interdisciplinary publications; Post-doc positions
  • Knowledge Transfer Income from private sources; Spin-offs; Publications cited in patents
  • International Orientation – Student mobility; International academic staff; International joint publications
  • Regional Engagement Master graduates working in the region; Regional joint publications

Artigo em desenvolvimento

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Inverteu-se a linha ideológica da reforma educativa: A burra começou a mijar para frente e o Homem a atirar para trás.

Ao tomar conhecimento do falecimento de um dos principais reformadores e impulsionadores do processo democratizador do sistema educativo português (Prof. Doutor Veiga Simão), esta é a minha primeira interpretação socioeducativa e sociopolítica sobre a evolução e/ou retrocesso da educação.

 

O contexto que se vive hoje transporta-me para o passado, cujas referências históricas, há mais de 40 anos, eram relatadas nos termos que se seguem:

"...Num contexto opressor e de isolamento do país, também marcado pelo descontentamento crescente do corpo docente e pelo afastamento político e profissional de docentes e investigadores, caminhava-se para a consciencialização da falta de um enquadramento institucional e organizacional adequado, bem como da falta de capacidade para se alterar o regime de administração e de financiamento das instituições de ensino superior, o qual era  fortemente dominado por um número reduzido de cátedras que não correspondiam às exigências da crescente renovação e maturidade científica...

 

...A este propósito e a partir da constatação de que “as instituições universitárias não se auto-reformam”, defendia Miller Guerra (1969) que "haveria necessidade de se fazer diferente e de raiz, ou seja, de se criar algo de novo, em locais novos e com outros intervenientes", referência esta que, passados mais de 40 anos, parece continuar a ser igualmente válida, a fazer sentido e de relevante interesse para o desenvolvimento do ensino superior em Portugal". (Excerto da dissertação de mestrado em Administração e Gestão Pública, Univ. de Aveiro, sob o tema: Estruturas Organizacionais e de Gestão do Ensino Superior - Pereira, J.) 

 

Face a este contexto e à situação atual da educação e do ensino superior em Portugal, recordo-me que, na minha aldeia (Gôve - Baião), costumava ouvir dizer que "para trás só mija a burra". No entanto, face à situação atual de crise social e económica, face à situação atual da educação e, mais grave, face ao pensamento ideológico daí decorrente e facilmente generalizado e reintroduzido na cabeça das famílias socioeconomicamente mais fragilizadas, começo a ficar muito preocupado e a pensar seriamente que os burros começaram a mijar para a frente e os seres humanos a atirar para trás.

 

salazar marcelo veiga simão medina carreira e passos coelho educação e ensino superior

 

Apesar de gostar de estudar e de trabalhar (há cerca de 20 anos) as questões e problemáticas socioeducativas e socioeconómicas, estou consciente de que pouco ou nada sei de educação, mas como sempre gostei de ir pesquisando e aprendendo, procuro estudar a evolução das organizações e reconhecer o trabalho daqueles que, de uma forma ou de outra, nos permitiram e permitem dar um pequeno salto social, educativo, cultural e socioeconómico. No entanto, não deixo de ser apenas mais um "filho de Abril" e um fruto dos pequenos saltos socioeducativos conseguidos por via dos apoios do Estado Social (subsídios e bolsas de estudo), sendo por isso que sempre dei comigo a tomar o lado dos mais frágeis e ainda recentemente a discordar da "burla social e financeira" referida pelo Dr. Medina Carreira e excelentemente desmontada e contrariada pelo Professor Doutor Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra.

 

Não podemos permitir que se volte a repetir a história destrutiva da educação e muito menos que se descredibilize ou enferruge a chave do desenvolvimento. 

 

Educação é a chave para um desenvolvimento duradouro

  • A educação combate a pobreza;
  • A educação promove a igualdade de género;
  • A educação reduz a mortalidade infantil;
  • A educação ajuda melhorar a saúde materna/paterna;
  • A educação ajuda a combater doenças preveníveis;
  • A educação ajuda a garantir a sustentabilidade ambiental;
  • A educação contribui para o desenvolvimento global.

 

Discordei e discordo da linha ideológica, retrogada e economicista, apregoada e mal esclarecida recentemente pelo Dr. Medina Carreira num programa televisivo ("Olhos nos Olhos", da TVI), isto porque sempre tive, tenho e continuarei a ter a consciência tranquila de que, ao estudar com recurso aos apoios sociais, não burlei ninguém e estou hoje a contribuir para o retorno desse investimento em prol de outros que hoje passam por idênticas ou piores dificuldades socioeconómicas. Hoje reconheço que, sem esses instrumentos de apoio socioeconómico e socioeducativo, por mais inteligente e capaz que eu fosse, nunca teria conseguido progredir, passo a passo, nível a nível e muito menos chegar ao ensino superior, mesmo que trabalhando e estudando como sempre me vi obrigado a fazer.

 

Mesmo assim, sinto-me hoje um priveligiado, sendo por isso que há muito que constato e refiro que os realmente mais carenciados não chegam sequer ao 12.º ano, quanto mais ao ensino superior. Muitos foram e continuam a ser os familiares, colegas e amigos que nem sequer ao 9.º ano chegam, quer por falta de meios económicos, como pela débil e tardia tomada de consciência sobre a importância da educação para o desenvolvimento humano, familiar, social, económico e mesmo empreendedor e empresarial.

 

É por isso que estarei eternamente grato a todas as Mulheres e Homens que lutaram e lutam pela democratização da educação, da cultura, do ensino superior, da ciência, da tecnologia e do desenvolvimento humano e social.

 

É nesse contexto que gasto hoje um pouco deste fim-de-semana, a redigir estas breves notas e apontamentos, como forma de agradecimento e particular homenagem ao Professor Doutor Veiga Simão, com quem me cruzei meia dúzia de vezes nos tempos de estudante e de dirigente associativo do ensino superior, nomeadamente em defesa e representação dos estudantes economicamente mais carenciados/bolseiros. 

 

Sempre senti que o Professor Veiga Simão era um grande defensor da escola pública e da democratização da educação e do ensino superior. Por isso, muito obrigado!

 

 

evolução bolseiros ensino superior portugal

 

 

 

taxa de alfabetização em portugal educação ensino

 

Apesar do forte desenvolvimento económico que caraterizou a década de 60, o país vivia submetido ao regime ditatorial de Salazar (1946-1968), marcado por um clima de tensão constante, sobretudo influenciado pelos opositores à Guerra Colonial, pela censura à imprensa e às manifestações culturais, pela perseguição a todos que se opusessem ao regime, bem como pelas movimentações estudantis que tiveram sempre uma ação crítica sobre as reformas do ensino superior e que exerciam influência sobre a sociedade portuguesa em geral.

 

A partir da década de 60 passa a ser reforçada a acção social escolar, bem como a criação de programas destinados à educação de adultos, nomeadamente pela via do “Plano de Educação Popular”, sendo implementados os “Cursos de Educação de Adultos” e a Campanha Nacional de Educação de Adultos”, medidas estas lançadas durante o mandato do Ministro da Educação Nacional Pires de Lima (1947–1955). Estas medidas mereceram um forte aplauso e largos elogios por parte da Assembleia Nacional e viriam a estar “na base de uma renovação da situação escolar portuguesa que viria a servir de ponto de partida para a transformação que iria processar-se nos anos próximos” (Carvalho R. , 1986, p. 791).

 

Quando Marcelo Caetano chegou à chefia do Governo (1968-1974) a situação em que se encontrava o ensino superior e a investigação em Portugal faz-me pensar nos dias de hoje, tendo sido na década de 60 retratada, por Fernando Dias Agudo, nos seguintes termos: “Assim, com verbas demasiado baixas, ausência de cursos regulares para pós-graduados, núcleos de investigação de dimensão inferior à dimensão crítica (à parte uma ou outra excepção), professores sobrecarregados com trabalho docente e muitos ocupados ainda em actividades estranhas à Universidade, a nossa produção científica ainda depende muito do espírito de dedicação de um ou outro professor e, por isso, embora haja alguns centros de excelência, não pode deixar de se apresentar com um nível inferior ao que seria desejável — com prejuízo do próprio ensino que a universidade deve ministrar e do papel que lhe devia caber na formação do escol de investigadores de que o País tanto necessita para o seu desenvolvimento económico e social” (Dias Agudo, 1968, p. 143).

 

De entre os principais problemas que afetavam a investigação universitária, destaca-se a perceção da falta de investigadores que viriam a comprometer as necessidades futuras do país. Como demonstra João Caraça, “quando se trata de incrementar o esforço em I&D, o principal constrangimento não se encontra na dificuldade de aumentar os recursos financeiros, mas sim na inexistência de potencial humano qualificado e de um enquadramento institucional e organizacional adequado” (Caraça, Conceição, & Heitor, 1996, p. 1210).

 

Entre 1969 e 1974, período que culminou na revolução democrática do 25 de Abril, foram surgindo algumas transformações significativas no que respeita à relação do Estado com as instituições de ensino superior, sendo de destacar a reforma de 1973 delineada pelo Ministro da Educação, do Governo de Marcelo Caetano, Prof. Veiga Simão. Numa fase inicial, o Ministro Veiga Simão apresenta as suas ideias políticas em dois documentos de trabalho, o que veio a proporcionar uma ampla e aberta discussão antes da sua publicação. Uma das propostas abordava o “Projeto do Sistema Escolar” e outra especificamente as “Linhas Gerais da Reforma do Ensino Superior”, documentos estes que viriam a tomar a forma de Lei em julho de 1973 (Decreto-lei n.º 5/73, de 25 de Julho – “Reforma Veiga Simão”.

 

Logo no discurso de tomada de posse, em janeiro de 1970, o Ministro da Educação Nacional, Veiga Simão, tornava claras as orientações políticas fundamentais que pretendia vincular ao seu mandato, referindo que:

“A educação é o problema cimeiro, a alma motora, o meio consciencializante, por excelência, desse espírito revolucionário. […] A educação é o veículo poderoso e essencial que toma possível a vida humana ser digna de ser vivida, facilitando todo um processo de justiça social, inerente a qualquer fórmula de melhoria da condição do homem. Educar todos os portugueses, onde quer que se encontrem, na aldeia escondida ou na cidade industrializada, na savana seca e ignota ou na lezíria verdejante, é princípio sagrado de valor absoluto e de transcendente importância a escala nacional" (Simão J. , 1973, p. 12).

 

Mas a Universidade insere-se neste quadro como um gerador imprescindível, elemento fundamental para a resolução de todos os problemas apontados, porque há-de ser viveiro de professores de todos os graus de ensino, escola de formação de cientistas e técnicos,  centro dinâmico de alta cultura humanística e refúgio da plena e indefectível independência do espírito. […] A reforma da Universidade constitui por isso a preocupação cimeira deste Ministério e, ouvidos todos os seus elementos representativos, serão ensaiadas soluções que lhe assegurem a posição de vanguarda nos domínios do pensamento e lhe confiram uma eminente dignidade" (Simão J. , 1973, p. 16).

 

O mandato de Veiga Simão tinha como um dos lemas vencer a “grande, urgente e decisiva batalha da educação” (Carvalho, 1986, p. 887), sendo que, no contexto do sistema educativo, o ministro atribuía especial relevância à reforma da universidade, na qual via um sistema de ensino que praticamente se reduzia à tarefa de formação de professores do ensino secundário.

 

Veiga Simão, determinado em atingir os seus objetivos, determinou implementar o regime de concessão de equivalência ao grau de doutor obtido no estrangeiro, lançou a diversificação e expansão do ensino superior, mediante a criação de novas universidades e institutos politécnicos e fez aprovar a Lei de Bases do Sistema Educativo de 1973.

 

Alguns analistas sociais (Stoer (1986) e Grácio, R. (1983)), consideram que o aparecimento da Reforma Veiga Simão, nesta ocasição crucial, constitui um ponto central na compleição de uma nova organização política e económica das forças sociais, correspondendo esta a uma reforma estrutural e estratégica, cujos objetivos ultrapassam o próprio sistema educativo.

 

evolução do número de alunos em portugal ensino básico e ensino superior

 

Hoje, constatamos que os nossos "governantes" e "representantes" políticos têm andado demasiadamente embrenhados ou distraídos em torno de questões empresariais e financeiras que até se esquecem das questões humanas, sociais, educativas e socioeconómicas.

 

Atendendo a que aos políticos  e governantes compete refletir, debater e tomar as melhores decisões para a sociedade e em defesa do supremo interesse público, poderemos concluir que estarão a contribuir, conscientemente ou inconscientemente, ativamente ou passivamente, para a execução de um crime socioeducativo e socioeconómico.

 

Será que algum dia teremos a capacidade e responsabilidade de penalisar e/ou criminalizar os nossos políticos, representantes e governantes pelos males que provocam nas pessoas e no País?

Espero que sim!

 

 

evolução da população na europa e portugal

 

Temos a obrigação de pensar não só sobre o presente, mas sobretudo no sentido de planear, precaver e preparar o futuro.

Para isso, é necessário analisar devidamente a situação passada e presente, determinar objetivos, assumir compromissos e precaver o futuro de todos e não só de alguns.

 

John Goddard (2009, p. 10), tomando por base o modelo integrado de objectivos e compromissos (“Engagement with Society”) do ensino superior para com a sociedade, desenvolvido pelo professor Marilyn Wedgwood (2003) (2006), defende que, ao cruzarmos os quatro vetores de análise das instituições (ensino, investigação, societal e académico), será possível projectar vários cenários sobre o ensino superior, afirmando o autor que se tem vindo a perder a visão sobre os propósitos em que se ergueram as universidades durante séculos, sendo que, face ao actual contexto de restrições financeiras e de redefinição do papel dos Estados, as relações do ensino superior com a sociedade assumem, cada vez mais, uma maior importância e visibilidade.

 

Em função do foco da instituição, da sua história, da sua antiguidade e da sua estratégia, a incidência de actividade poderá ser maior num ou noutro quadrante, resultando daí diferentes modos de posicionamento, de acção/intervenção, de gestão/administração e mesmo de financiamento, conforme se pode compreender pela figura que se segue:

 

planeamento da educação e ensino superior wedgwood
planeamento integrado da educação Modelo de Wedgwood 2009

Fonte: M. Wedgwood, Manchester Metropolitan University. In: Goddard, John (2009). 

 

 

 

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ENSINO SUPERIOR: Custo do alojamento em residências de estudantes

por José Pereira (zedebaiao.com), em 17.04.14

No ano de 2010, os Serviços de Ação Social do Ensino Superior apresentavam, a nível nacional, um rácio de 13 alunos por cama em residência de estudantes, sendo que em 2012 esse valor passou para 20 alunos por cama. Se em 2010 o alojamento disponível em residências de estudantes não atingia sequer os 5% do total de alunos, constata-se que, face ao aumento do número de alunos com dificuldades económicas, é cada vez maior a dificuldade em conseguir um alojamento nas residências de estudantes.

 

Os Serviços de Ação Social da Universidade do Porto só atingem cerca de 3,72% do total dos alunos (SASUP =1179 camas para 31676 alunos), enquanto que os Serviços de Ação Social do Instituto Politécnico do Porto não chegam sequer a 1,5% do total de alunos (SASIPP = 253 camas/17756 alunos).

 

Algumas instituições públicas (não integradas) não dispõem de serviços de alojamento, no entanto, o sistema de ação social escolar/bolsas de estudo prevê a atribuição de um complemento de alojamento aos estudantes bolseiros deslocados até ao máximo de 125,77€/mês. Mas só para quem consegue reunir os requisitos necessários para aceder a bolsa.

 

A maioria das universidades particulares e cooperativas não dispõem de residências de estudantes, no entanto, os estudantes bolseiros também têm a possibilidade de aceder a bolsa de estudo e ao respetivo complemento de alojamento, em "igualdade de circunstâncias" aos do setor público (note-se que a bolsa de estudo no setor privado só tem por base o valor da propina máxima do setor público, cerca de 1065€/ano, quando todos sabemos que o valor das propinas no setor privado é mais do dobro, razão pela qual os estudantes bolseiros não estão a ser apoiados em idênticas circunstâncias).

 

Os estudantes bolseiros deslocados têm preferência de ingresso nas residências de estudantes, sendo os preços de alojamento diferenciados para bolseiros e não bolseiros, mas, quer uns e outros pagam pelo alojamento.

 

As candidaturas a bolsa de estudo são efetuadas online no sitio de internet da DGES. No entanto, relativamente ao concurso a lugar em residência de estudantes convém estar atentos ao regulamento de cada SAS/IES - Veja aqui ou acompanhe este facebook sobre bolsas de estudo e ainda o sítio sobre o acesso ao ensino superior

 

Consulte, pelos links apresentados em baixo, as respetivas regras de acesso ao alojamento de cada Serviço de Ação Social da  Instituição/Faculdade que vai frequentar.

 

 alojamento universidade residência de estudantes

alojamento residência estudantes ensino superior bolsas de estudo apoios sociais
 
 


Aqui pode consultar informação sobre bolsas de estudo para o ensino superior.


Ensino Superior Público

candidatura

 

Ensino Superior Privado

candidatura

 

 

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICO:


Para mais informações deve dirigir-se aos SAS (Serviços de Acção Social) ou GAS (Gabinete de Acção Social) da instituição de Ensino Superior Público que frequenta e poderá consultar o Regulamento de Atribuição de Bolsa de Estudo a Estudantes do Ensino Superior (Despacho n.º 8442-A/2012, de 22 de junho) em Legislação

 

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