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CNE publica o novo relatório sobre o Estado da Educação 2018

por José Pereira (zedebaiao.com), em 18.12.19

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Sim, é verdade que a maioria dos trabalhadores das carreiras gerais do Estado teriam de trabalhar durante 120 anos para atingir o topo da carreira e, mesmo os licenciados, trabalham os primeiros 20 anos com um salário líquido inferir a 1000€.

 

Esta é a realidade.

 

Enquanto diversos trabalhadores integrados nas carreiras especiais, tais como os professor, continuam a poder, em teoria, atingir o topo da carreira em 34 anos de serviço, sendo que continuam a poder subir de escalão remuneratório, pelo menos, uma vez a cada quatro anos, enquanto a maioria (75%) dos trabalhadores das carreiras gerais só progride de 10 em 10 anos, quando atingem 10 pontos com uma boa avaliação de serviço. 

 

Para os técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais, a progressão na carreira depende das pontuações e não do tempo de serviço. Assim,  a maioria dos trabalhadores (75%) sujeitos ao modelo de carreira geral e à respetiva avaliação de desempenho por pontos e sujeitos a “quotas”, demoram uma década a progredir em cada posição remuneratória.

Progressão das carreiras gerais TS (1).jpg

O verdadeiro ponto da injustiça, da disparidade, da desmotivação e da discórdia foi, e continua a ser, como se sabe, a questão das percentagens máximas (as famigeradas "quotas") para atribuição das classificações mais elevadas, em cada organismo, sendo que, para a maioria dos trabalhadores, pouco vale o esforço  para ser muito bom ou excelente, sendo que, de um total de 25% para as avaliações finais qualitativas de desempenho relevante, de entre estas, só 5% do total dos trabalhadores muito bons poderão ver reconhecido o seu esforço, empenho e produtividade como "desempenho excelente". 

 

Os técnicos superiores, também licenciados, mestres e até doutorados, têm 14 posições remuneratórias, pelo que, a avançar uma vez por década, demorariam 120 anos a chegar ao topo da carreira. 

 

Um assistente técnico ou um assistente operacional tem 12 posições remuneratórias, o que, antes de ter aumentado o salário mínimo, representava 120 anos para chegar ao topo, isto se avançar a um ritmo de um ponto por ano, como sucede para 75% dos trabalhadores.

 

De acordo com os dados mais recentes da Síntese Estatística do Emprego Público:

  • Os técnicos superiores contam 9% do total dos trabalhadores;
  • Os assistentes técnicos são 13%;
  • E os assistentes operacionais somam mais 23%
  • Os professores representam cerca de 24% dos trabalhadores da Administração Pública, incluindo os docentes do Ensino Universitário e do Ensino Superior Politécnico, que também têm regimes de progressão diferentes. 

 

Assim, temos 45% dos trabalhadores da Administração Pública a ganhar menos de 1000€ líquidos por mês, muitos dos quais ganham muito menos do que o salário base médio português dos trabalhadores por conta de outrem (943€ em 2017) e muitos outros mantêm-se toda a vida laboral com um salário aproximado ao valor do salário mínimo nacional.  

 

Vejamos então o que sucede com os professores e outros trabalhadores ainda integrados no regime de carreiras especiais?

Pois saibam que o modelo de progressão dos professores e de outros trabalhadores das carreiras especiais é bastante diferente do modelo das carreiras gerais. A progressão na carreira dos professores e de outros trabalhadores integrados nas carreiras especiais é determinada principalmente pelo tempo de serviço, podendo sempre progredir com a avaliação de bom, à exceção da transição em alguns escalões, onde ficam sujeitos a vaga e a outros requisitos de avaliação. Mas, na realidade, progridem de forma muito mais rápida que todos os outros trabalhadores das carreiras gerais.

 

Para progredir de posição remuneratória, como se lê no site da Direção-Geral da Administração Escolar, a progressão depende de “um período mínimo de serviço efetivo no escalão”, que é de quatro anos excetuando no 5.º escalão, em que é de dois anos, de uma avaliação de desempenho que deve ser não inferior a Bom, e da frequência de formação contínua, por pelo menos 50 horas na maioria dos escalões (no 5.º escalão bastam 25 horas).

Progressão das carreiras especiais_professores.jpg

Imagem: Tabela disponibilizada pela Direção-Geral da Administração Escolar que mostra os escalões e o tempo de serviço mínimo que cada professor deve cumprir antes de poder avançar para o seguinte.

 

É certo que existem outras particularidades em certos escalões: para avançar para o 3.º e para o 5.º escalão é preciso que haja uma observação das aulas, e para progredir para o 5.º e para o 7.º escalão é preciso que exista uma vaga disponível. No entanto, presumindo que tudo decorre sem interrupções nem congelamentos, basta somar: um professor tem de cumprir quatro anos em cada escalão exceto no 5.º em que bastam dois — são 34 anos de serviço para ascender ao 10.º escalão, o topo da carreira.

 

Outros elementos recolhidos e consolidados em anos anteriores:

 

 

 

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OS 20 ERROS DE QUEM GOVERNA E DIRIGE

por José Pereira (zedebaiao.com), em 28.01.15

Na minha opinião, o que não faz sentido é continuarmos a ter governantes e dirigentes a assistir à falência do sistema educativo sem nada fazer. São eles que cometem os maiores erros e atropelos à educação.

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A esses jovens, que hoje erram e que amanhã errarão muito mais,  foi vendida uma educação que há muito se sabe que está falida e que os políticos e governantes se esforçam por destruir ainda mais.

 

Veja-se que estes jovens professores são excluídos do sistema,  mas os responsáveis por todos esses e piores erros continuam ao serviço, nada acontecendo aos governantes e responsáveis pela sua educação e formação.

 

O Sr. Ministro demitiu-se ou identificou os responsáveis e as falhas que levaram a esses erros de palmatória?  Claro que não!

Se não tem vontade nem coragem para identificar os responsáveis pelos verdadeiros erros, muito menos terá capacidade para apresentar uma estratégia para os corrigir.

 

Os erros desses jovens professores que, infelizmente e iludidos, pagaram e continuam a pagar por uma educação e formação que há muito os governantes e dirigentes sabem que é facilitadora e que está carregada de erros, desde a base até ao topo, são apenas um pequeno reflexo de todas as falhas que há muito os professores identificam e comunicam a quem de direito, mas sem que, quem de direito, queira sequer saber.

 

Será que foram estes jovens que erraram?

Então e que se faz a quem cometeu e continua a cometer os erros a montante?

Ficam a governar, a dirigir e a inspeccionar/auditar as escolas e faculdades e mesmo a dar aulas sem serem avaliados nem responsabilizados?

 

Estes jovens professores correspondem aos que são mortos na sala de espera ou nas urgências.

Vamos culpar quem morre ou quem deveria ter prevenido a doença e apresentado a solução para a cura?

 

Onde estão as falhas e os responsáveis por elas?

Nesses jovens recém formados?

Em quem governa e dirige?

No professor que os ensinou no 1.° ciclo?

Nos professores que os ensinaram até ao secundário?

Na democratização do ensino, nos exames nacionais e/ou nas provas de ingresso ao ensino superior?

No ensino superior público ou privado?

Nas políticas e práticas da acção social escolar?

Nas práticas ou estágios pedagógicos?

...

Será que as falhas do sistema educativo residem só nesses jovens que apenas demonstraram as falhas de quem os educou e formou?

Então e que avaliação se faz à transversalidade do sistema educativo?

 

 

Quem ensinou esses jovens mantem-se a dar aulas e até a governar e a dirigir as instituições educativas. É assim que pretendemos continuar?

Se é, então continuamos a ensinar e a formar para errar.

 

Os problemas da educação não são culpa desses jovens professores. São culpa de todo um sistema facilitador e que enferma de grandes e graves falhas. Os bons professores não se criam nem desenvolvem com péssimas políticas educativas.

 

 
 
 
 
 

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Educacao/Interior.aspx?content_id=4366568&page=-1

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