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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
- "E o senhor, ganha bem? É um advogado bem pago?" (Pergunta o Herman José)
- "Não! Ora essa! Só ganho ligeiramente acima do salário mínima, ah!ah!ah!" (responde Marques Mendes à gargalhada).
Esta gente goza na cara dos portugueses, que tanto e tão duro trabalham, com salários de miséria. Muito provavelmente, este senhor nunca soube o que é ter uma família dependente de um salário mínimo.
Sabiam que há mais portugueses a receber menos de 310 euros de remuneração mensal (4%) do que os que recebem entre 1800 e 2500 euros (4,3%)?
Na faixa inferior a 310 euros por mês, ou seja, abaixo do limiar da pobreza, estão 149,4 mil portugueses.
Este é o reflexo da destruição e desregulação do mercado de trabalho. Estamos perante a precariedade laboral que um dia vai sair-nos muito cara.
As estatísticas mostram que a maior parte dos trabalhadores precários e mais mal remunerados é do Norte do País, região onde se concentram 38% de trabalhadores com condições laborais mais precárias e com mais baixos salários (90% dos que têm salários abaixo dos 310€ trabalham no setor dos serviços).
Tomando por base a última publicação estatística do INE, refere o dinheiro vivo que "há tantos portugueses a receber menos de 310€ como a receber mais de 1800€" e que "os rendimentos mais baixos estão concentrados na região norte do país".
Nos últimos dados estatísticos são apontados alguns indicadores que merecem reflexão:
Últimas pubicações do INE
Veja este vídeo e diga-nos se sentiu ou não os cortes nos salários, nas reformas e nas condições de trabalho e de vida.
Fale-nos dos (des)governos, dos (des)mitos ou das (in)verdades. Mas reflitamos sobre as rais VERDADES e sobre as reais MENTIRAS.
O sr. primeiro ministro (Passos Coelho), afirmou hoje em plena coabitação urbana (Assembleia da República) que "as pessoas de rendimentos mais baixos não foram afectadas por cortes nenhuns, REPITO, não foram afectadas por cortes nenhuns,..., É VERDADE,... repetiu o sr. primeiro ministro.
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Portugal está atualmente em 10.º lugar no "índice de miséria” (misery index), sendo considerado como um dos 10 países com piores economias e onde será mais “doloroso” viver e trabalhar em 2015. Então e em 2016 ou em 2026?
Todos sabemos e conhecemos aquilo que os políticos e (des)governantes negam. Mas que fazemos?
Mantenhamos pelo menos a atenção e o estado de alerta face às técnicas de "think tank" (forma de atuar e pressionar no campo da agenda política e dos grupos de interesse) já muito tradicionais no seio da escola neoliberal (capitalista).
Assustamo-nos com os fatalismos e insistimos em mais ou diferente, mas idêntica, política de austeridade, ou viramos para as políticas sociais e de investimento que nos façam caminhar para o crescimento e desenvolvimento económico mais justo?
Atendendo a que só conhecemos aquilo que nomeamos e que só sentimos aquilo porque passamos, os políticos e futuros governantes têm o dever cívico e político, não só de olhar para as estatísticas e falar das desigualdades sociais, mas de senti-las, de analisa-las e de percebe-las à luz da responsabilidade, da solidariedade e da consciência, não só por via do reflexo que nos é transmitido pelas estatísticas, porque isso a muitos dos políticos e governantes pouco ou nada diz, nem faz doer, mas sobretudo pelo lado da perceção que o seu povo (nós e os outros) consegue ter acerca da realidade que, consciente ou inconscientemente, ontem e hoje viveu, ontem e hoje sentiu e hoje e amanhã sofrerá, sendo que o sentimento, a vivência, o julgamento, a perceção e o valor atribuído às desigualdades sociais varia de pessoa para pessoa, de região para região e de país para país.
Mas um político e governante tem de estar à altura da devida análise e reflexão, que o encaminhe para a melhor ação e solução.
Como refere o sociologo Luis Chauvel, é através da articulação das desigualdades objectivas e subjectivas que devemos analisar e tratar as desigualdades sociais e económicas, tomando por base 4 pressupostos:
Sabia que:
- Portugal está atualmente em 10.º lugar no "índice de miséria” (misery index), sendo considerado como um dos 10 países com piores economias e onde será mais “doloroso” viver e trabalhar em 2015;
- Portugal é dos países da Europa com maior taxa de risco de pobreza (47,8% em 2013);
- Portugal é dos países da Europa com maiores desigualdades sociais e económicas;
- Portugal é dos países da Europa com maior diferença entre os 20% com rendimentos mais elevados (ganham 6 vezes mais) e os 20% com rendimentos mais baixos. Mas se compararmos os 10% dos rendimentos mais elevados com os 10% mais baixos, constatamos que os mais ricos ganham 10 vezes mais do que os mais pobres;
- Portugal é um dos países da Europa que mais tem cortado no rendimento das famílias;
- Portugal é um dos países da Europa com maior taxa de população em risco de pobreza (27,4% em 2013) e de privação material severa (10,6% da população em 2014);
- Portugal é um dos países da Europa com intensidade laboral muito reduzida (12,2% da população com idade inferior a 60 anos apresenta uma intensidade laboral muito baixa). Intensidade laboral per capita muito reduzida
Todos sabemos e todos conhecemos estas e outras realidades:
Em 2012, segundo a linha de pobreza a preços de 2009, a taxa de risco de pobreza é de 24,7%. Entre 2009 e 2012, a proporção de pessoas em risco de pobreza subiu 6,8 p.p. Destaque igualmente para o aumento dos menores de 18 anos em risco de pobreza (+8,5 p.p).
Irei continuar a insistir e a desassossegar as vezes que sejam necessárias. Os dirigentes políticos e sindicais, os deputados, os eurodeputados e governantes, nacionais e europeus, têm de acordar para estas problemáticas que afetam sobretudo os cidadãos nacionais e europeus mais fragilizados.
Todos aqueles que se dizem nossos representantes, que pouco ou nada fazem e que pouco ou nada representam, mas que por cá e por lá ganham centenas de milhares de euros em lugares bem confortáveis e acomodados, não nos venham dizer, como faz o sr. Passos e o sr. Silva, que de nada sabiam ou que isto é mera pré-campanha eleitoral, até porque as problemáticas decorrentes das políticas neoliberais, da austeridade irresponsável e insensível, do desemprego e da emigração forçada,..., já são velhas na Europa e do conhecimento de todos.
Será que já se esqueceram do que aconteceu por cá e por essa Europa fora com os cidadãos emigrantes do Leste da Europa?
Se fosse para defender uma determinada classe alta de lugares ou de interesses, movimentavam-se por tudo quanto é canto e até muitas conferências e comunicações políticas, nacionais e europeias, fariam.
Mas pelos pobres trabalhadores, já fragilizados e forçados a emigrar para sustentar as suas famílias e não verem penhoradas as suas casas, nenhum governante ou dirigente partidário levanta o rabinho da cadeira para colocar os "nossos" representantes a fazer o que lhes compete, que é representar e defender todo um povo e a Europa do trabalho, da justiça social e laboral e dos cidadãos solidários e livres.
É esse presente e futuro que pretendemos para os portugueses e para a Europa dos cidadãos?
Onde pára a Europa dos Cidadãos, da coesão, da solidariedade e da responsabilidade social e empresarial?
Isto não é a Europa dos Cidadãos.
Isto é a Europa das máfias, dos interesses financeiros instalados, de umas centenas de eurodeputados interesseiros, entre outros serviçais alapados, que tudo corrompem, exploram e destroem.
Pobre país e pobre Europa que encaminham para a destruição. Agora até já falam na Europa dos exércitos, das guerras e dos mercenários que pretendem criar para imporem o neoliberalismo capitalista, sem se preocuparem minimamente com os humanos cidadãos.