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Navego livremente entre a cidade e as serras (Baião«»Porto) Aquilo que me move é a entreajuda. Vou navegando na esperança de poder chegar a alguma pessoa ou lugar e poder ajudar. @Zé de Baião
É preciso aperta-los e desassossegar poderes instalados ou acomodados. Quando sentem os ventos de mudança, até tremem.
Porque é que a temática sobre renegociação e reestruturação de uma dívida, insustentável e em grande parte ilegítima, tem de ser tabú? Fale-se, reflita-se e experimente-se. Isto não são estorinhas para crianças!
As notícias dão-nos conta de que o Governo Grego, liderado por Alexis Tsipras, tem andado em conversações e negociações com alguns governantes europeus, tendo começado já pelo Chipre, França, Inglaterra, Bélgica e Itália,..., (de Passos Coelho nem precisa, precisa é de nós todos), tendo já conseguido alguns apoios para a sua e também nossa causa, até porque os poderes instalados na Europa começam a recear a generalização da mudança.
O Governo liderado por Alexis Tsipras, tem em vista a recolha de apoios, numa primeira fase, para segurar temporariamente os bancos gregos, isto enquanto se prepara um novo programa que visa reformular o sistema financeiro, gerir a dívida privada e renegociar a dívida pública, prevendo, assim, atingir um perdão parcial da dívida considerada ilegítima, de modo a conseguirem cumprir com as suas obrigações.
Apesar dos poderes instalados (políticos e financeiros) terem feito de tudo para gerar o medo e derrotar Alexis Tsipras e o partido syriza, reafirmando que eram todos um bando de extremistas irresponsáveis, o facto é que Alexis Tsipras tem demonstrado ser um homem responsável, tendo já prometido que a política orçamental a seguir será prudente, mas também exigente, de modo a evitar o endividamento, mas sem nunca esquecer o progama de assistência social que permita a todos os gregos ter uma vida digna, o que é mais do que legítimo.
O Governante grego garantiu ainda que não pondera apoio financeiro russo, tendo nomeadamente realçado a importância geopolítica quer da Grécia, quer da ilha cipriota para a Europa, estando por isso nas mãos dos restantes líderes dos países europeus (Portugueses incluidos) gerir devidamente esta questão e não abandonar um povo que sofre dos mesmos males e dificuldades que nós, sendo que, se a Europa procurar bloquear o povo grego, outras portas se abrirão, nomeadamente do lado russo e dos EUA. Os russo, estão mortinhos por entrar pela Europa dentro e os EUA, estão anciosos por derrubar o euro.
Assim, para que um povo possa cumprir com as suas obrigações, será necessário dar-lhes condições para tal, sendo por isso uma responsabilidade e competência de todos os países apoiar todos os povos europeus. Afinal de contas, dizem que vivemos na Europa dos cidadãos. Será que todos somos eurocidadãos? Será que os poderes hoje instalados na Europa visam a coesão e solidariedade? Iremos ver.
O Programa político-ideológico e político-governativo do partido de Alexis Tsipras (partido syriza) assenta em cinco grandes vetores:
1- Renegociar a dívida de modo a poderem dar cumprimento às suas obrigações.
Atendendo a que a dívida grega ronda já os 322 mil milhões (situação já insustentável) e que as metas de pagamento estabelecidas pela troika são impraticáveis, não restará outra solução aos credores, senão renegociar e mesmo perdoar parte da dívida que venha a ser considerada ilegítima;
2 - Implementar um programa de apoio social capaz de devolver uma vida digna a todo o povo.
Este programa inclui um pacote de medidas de apoio social no valor de 11,5 mil milhões de euros, o qual contam financiar através do aumento de impostos sobre quem os pode ainda suportar, como por exemplo, sobre o grande capaital;
3 - Seguir uma política orçamental prudente, evitando o endividamento, mas sem esquecer o programa de assistência social que considera "não ser negociável".
Corresponde à salvaguarda do que consideram o Estado Social imprescindível;
4 - Manter a Grécia no Euro, mas recusando a linha imposta pela Alemanha, de austeriodade sobre austeridade, a qual tem vindo a ser imposta em todos os países em dificuldades, mas sem resultados positivos à vista.
Atendendo a que os países e povos europeus não têm memória curta, nunca será demais relembrar que a Europa havia perdoado cerca de 50% da dívida pública Alemã, como sucedeu no pós-guerra (1953) e que hoje pode igualmente servir para salvaguardar os países em maiores dificuldades e mesmo salvar a Europa.
5 - Travar as privatizações em cursos, apoiar o tecido empresarial e comercial interno e atrair investidores externos, apoiando-os, de modo a reativar a atividade económica do país e rumar ao desenvolvimento que os levará ao crescimento.
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Vale a pena começar por ler este documento: Solidariedade para todos.
Quem sabe muito mais de economia do que eu, mas também muito mais do que a maioria dos políticos e governantes (por exemplo Paul Krugman), tem a opinião abaixo referida e sobre a qual aqui procuro refletir e transpor para a realidade portuguesa.
Mas, antes disso, permitam-me referir que devemos esforçar-nos por manter a mente aberta e procurar conjugar diversas opiniões, sendo assim que aprendemos a formar e a melhorar a nossa própria e livre opinião e para melhor conduzir a nossa acção, a qual nos permite remar, seja a favor ou contra a maré, mas também provocar o necessário desassossego que nos poderá ajudar a mudar e a melhorar.
Não escrevo para ensinar economia, porque pouco ou nada sei, mas escrevo sobre economia, porque a sinto no bolso e no rosto das pessoas com quem me cruzo.
Face aos atropelos porque estamos a passar, creio que só não aprende quem se recusa a ouvir, a ler e a aprender e só não muda quem julga que está bem, mas que, na realidade, está é muito mal.
Se integra o grupo dos acomodados ou dos conformistas inconformados, tenha cuidado que as quedas estão próximas, sendo certo que, desta vez, afectarão muito mais quem julga que está bem e provocarão quedas tão profundas, que será difícil voltar a levantar-se.
Por isso, oiçam com muita atenção os silêncios, sendo que o silêncio político ou governativo diz-nos muito sobre o estado do país e da economia. Abram também os olhos e os ouvidos para os sons e vozes que sopram por esta "nova Europa".
Reparem que aqueles que sempre se julgaram donos e senhores do poder central instalado, de um dia para o outro, cairam num buraco tão fundo (de 40% para 4%) e de onde dificilmente se conseguirão levantar, mesmo que esses poderes político-empresariais centrais, acomodados e instalados, tenham do seu lado o cobarde e invisível poder económico/financeiro que tudo fará para estrangular qualquer povo e qualquer poder ou partido que tenha sido livre e democraticamente escolhido e eleito para governar e dirigir os destinos do seu povo/país.
Mas será que somos verdadeiramente livres e democratas ao ponto de podermos fazer as nossas escolhas e deixar os outros fazerem livremente as deles?
É que o poder capitalista, intrometido, escondido ou disfarçado, acomodado ou instalado, não gosta de um povo que tenha o poder da liberdade de escolha. Gosta sim é de um povo dependente e aprisionado aos poderes que servem os mercados e mercadores que assentam nas grandes praças financeiras.
Mas conseguirá um povo aprisionado escolher livremente o seu rumo e libertar-se dos tentáculos desse gigante poder financeiro e dos delírios dessa elite? Conseguirá algum dia o povo inverter a pirâmide do poder?
É cero que é difícil, mas não é impossível e muito menos será fatal. Fatal será continuarmos eternamente prisioneiros dos delírios dessa elite troikista e neoliberal capitalista.
Não sentem que algo está mal?
Eu sinto que estou mal e que tanta gente à minha volta está muito pior do que eu, sendo por isso quero livremente e democraticamente poder escolher e assumir as responsabilidades da minha mudança, mas não poderei escolher livremente o meu rumo com um poder económico já preparado para me atacar, estrangular e derrubar, tal como sentimos nas ameaças encetadas sobre o povo grego.
Por isso, não basta só mudar de paradigma político-partidário. É necessário enfrentar os delirios desta elite que detém o poder económico/financeiro e obriga-los a mudar, sob pena de serem forçados a ser governados e regulados, sendo que o poder tem de estar do lado do povo e não só ao serviço do capital.
Acredito que os modelos político-empresariais têm os dias contados, sendo por isso que, desta vez, quem vai ter de se moldar são as elites e não o povo.
O desenvolvimento humano, social e económico sustenta-se na paz e na justiça social e não na exploração de todo um povo que tem de viver eternamente miserável para que uma pequeníssima minoria possa deter mais de 90% da riqueza de um país, da Europa ou do Mundo. Veja-se que os 85 mais ricos do mundo têm tanto como a metade mais pobre e que, segundo o relatório da Oxfam demonstra e alerta para o facto do fosso entre pobres e ricos estar a acentuar-se, sendo estimado que em 2016 metade da riqueza mundial estrá nas mãos de apenas 1% da população
Nunca nos esqueçamos de como é feito o dinheiro e que o dinheiro é e deve sempre continuar a ser um bem público e estar ao serviço da justiça social e do intresse económico comum.
Mas vejamos e analisemos então qual é a opinião concreta de Paul Krugman:
Alexis Tsipras, líder da coligação de esquerda "radical" (Syriza), será o primeiro líder europeu eleito com uma promessa explícita de desafiar as elites e as as suas políticas de austeridade que têm prevalecido desde 2010.
Mas, como referi em cima e já seria de esperar, há já, claramente, muitas ilustres pessoas da "elite" (jogos de interesses instalados) a pressiona-lo para abandonar essa promessa e a "comportar-se " com "responsabilidade"!?.
Leram bem?
"Com responsabilidade"!!!
(Olhemos então com muita atenção para a "responsabilidade" dessa elite da austeridade!!!)
Como é que tem funcionado, até agora, essa coisa que apelidam de "responsabilidade"? Questiona e muito bem Paul Krugman.
Para entender o terremoto político ocorrido na Grécia, teremos de olhar com muita atenção para a Grécia de 2010 e para o "Pacto de Estabilidade" engendrado pela Troika e que, supostamente, assentava nessa coisa que apelidaram e continuam a apelidar de "responsabilidade", mas que deu no que já todos conhecemos, ou seja, austeridade em cima de austeridade, irresponsabilidade em cima de irresponsabilidade, e com o país, a economia e o povo cada vez pior.
Refere Paul Krugman que o tratado desenhado para a Grécia é um documento notável, mas pelos piores motivos!
Esta ilustre "elite", juntamente com a troika, fingindo ser "responsável", teimosa e realista, estava simplesmente e continuadamente a vender uma fantasia económica, enquanto o povo grego, tal como o povo português, continuou sempre a sofrer e a pagar, ano após ano e sem fim à vista, o preço dessa anunciada e apregoada "responsabilidade", que mais não é do que uns meros delírios de uma elite neoliberal capitalista muito, mas mesmo muito, irresponsável.
Como prova desses delírios de elite neoliberal capitalista, basta-nos olhar para os indicadores económicos e para os resultados que têm vindo a ser atingidos ao nível do crescimento da economia e do (des)emprego, para facilmente percebermos que os resultados da austeridade e das reformas, que haviam sido exigidas por essa ilustre e "responsável" elite e introduzidas pela Troika, vinham sendo cada vez piores.
Quando o tratado foi firmado, a Grécia já estava em recessão, mas as projeções dessa elite troikista continuavam a indicar e a defender o princípio de que esta crise iria acabar em breve - que haveria apenas uma pequena contração em 2011, e que em 2012 a Grécia estaria já em recuperação económica. Mas falharam e teimaram em continuar a insistir no mesmo erro e na mesma receita, quando sabiam perfeitamente que os resultados eram cada vez piores.
Como bem refere Paul Krugman, realmente conseguiram com que acontecesse um grande terramoto político, económico, social e humano.
Longe da crise terminar em 2011, como tanto anunciavam com a sua mais ilustre e elevada "responsabilidade", a recessão grega ganhou força e bateu no fundo.
Atendendo a que o nosso atual Governo PSD/CDS continua a alinhar pela mesma receita e subjugado à mesma elite, onde é que irá bater Portugal?
Com o tecido empresarial e comercial que temos, com a venda ao desbarato de empresas e estruturas estratégicas para o país, com uma das piores recessões económicas de sempre, com os portugueses a perder poder de compra, com uma política empresarial e laboral cada vez mais catastrófica e desmotivadora, com o desemprego em geral elevado e com o desemprego jovem ainda pior, com os mais qualificados a abandonar o nosso país, com o Estado Social e de Direito a falhar, com as instituições públicas, partidos e políticos já em descrédito total e com os cidadãos em geral já desesperados e sem qualquer restio de esperança, ...
Estaremos à espera de que Portugal e a vida dos portugueses chegue a que fundo?
Também nós já estamos bem lá no fundo!!!
Estaremos à espera que o nosso país chegue a tamanha profundidade e onde já não exista corda para nos resgatar?
Sentem mesmo alguma recuperação? Sentem que o nosso país e a Europa está melhor?
Não estaremos perante mais uma manobra de estatísticas e de nova ilusão de delírio da elite? Até já se produz novo dinheiro eletrónico para voltar a entregar aos bancos.
Não estaremos já resignados ou a viver o espírito "tuga" do ordeiro sofredor e do desenrasca?
Refere Paul Krugman que a "recuperação" em curso, tal como ela é, é pouco visível, não oferecendo nenhuma perspectiva de voltar para os padrões de vida anteriores à crise num futuro próximo e muito menos previsível.
Mas então o que é que tem estado errado?
Segundo Paul Krugman, é frequente ouvir nos delirios das referidas "elites" as sucessivas afirmações de que não estão a ser realizadas as promessas acordadas, que não estão a ser feitos os cortes prometidos, entre outros discursos delirantes que visam incutir o medo e o fatalismo, tudo para que se corte ainda mais.
Mas, como bem afirma P. Krugman, nada poderia estar mais longe da verdade.
Na realidade, a Grécia, tal como Portugal, impôs cortes drásticos nos serviços públicos, nos salários dos funcionários, nas reformas e noutros apoios sociais, chegando mesmo, em muitas situações, a ir até mais longe do que aquilo que havia determinado esta "elite" troikista, tudo graças a novas e ilustres receitas de austeridade sobre austeridade que eles próprios apelidam de "responsabiidade". São mesmo responsáveis por tudo isto!
Para que se perceba o caso da Grécia e também o de Portugal, graças a novas ondas repetidas de austeridade sobre austeridade, os gastos públicos foram cortados muito mais do que o programa original previa, sendo atualmente cerca de 20 por cento menor do que era em 2010.
Por isso, estaremos à espera de que?
Que os delírios de uma elite troikista e neoliberal capitalista liquide e arruine o nosso país, as nossas empresas, a nossa vida e a Europa?
Aceda aqui ao artigo de Paul Krugman